Nossas Devoções

Luis de la Peña

Recebeu a formação religiosa em Santiago (Chile), onde emitiu os primeiros votos em 1578. Em 16 de janeiro de 1581, ainda estudante, assinou a ata de uma reunião conventual na época em que Pedro de Moncalvillo era provincial. Depois de ordenado sacerdote, desempenhou várias funções na província e se dedicou especialmente à evangelização dos araucanos, usando o convento de Valdivia, onde era superior, como base da atividade apostólica. Em um dos malones (ataques surpresa) de guerreiros araucanos que entraram no convento para saqueá-lo e queimá-lo, depois de avisar os outros religiosos do ataque, o padre Luis correu à igreja para consumir a Eucaristia para evitar sua profanação.

Ele ainda segurava o cibório nas mãos quando os índios belicosos, que o mataram com suas lanças, irromperam na igreja e, em busca do Santíssimo Sacramento, abriram o peito de padre Luís e arrancaram seu coração. Seu corpo foi consumido pelas chamas. Era 24 de novembro de 1599, o padre Luis de Peña, um protomártir do Chile que morreu por sua fé, é considerado um mártir da Eucaristia porque – como observou Tirso de Molina – “enquanto ele poderia ter salvado sua vida fugindo, em vez de sua vida, ele preferiu salvar em seu peito o seu Deus consagrado que ele merecia levar para o céu como viático”.

Este acontecimento foi recordado com especial veneração no Capítulo Geral da Ordem celebrado em Toledo em 1627 e no relatório do Padre Francisco Saavedra, que foi enviado ao Governador do Chile, padre Francisco de Meneses, em 1664. Atualmente, como testemunho deste episódio, um pequeno cálice é guardado no convento Mercedário de Santiago e é utilizado na Quinta-feira Santa. Na mesma ocasião, os araucanos levaram consigo outro religioso, José de las Heras, e, pendurando-o em uma árvore, mataram-no alvejado com flechas.