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Dia mundial do meio ambiente: Dicas do Papa Francisco para o cuidado com a Criação

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Dia mundial do meio ambiente: Dicas do Papa Francisco para o cuidado com a Criação

O Dia Mundial do Meio Ambiente não pode ser apenas um tributo à natureza. Mas um momento de comprometer a humanidade, ou melhor, não apenas uma parcela de pessoas que se preocupam com o futuro do planeta, mas todos com a preservação da natureza.

Assim como fizeram os países que assinaram um acordo histórico de biodiversidade da ONU. O acordo tem por finalidade conservar 30% das áreas de terra e da água disponíveis no planeta até 2030, porque se não cuidarmos do planeta, não teremos casa no futuro!

E o Papa Francisco nos ajuda nesta educação da consciência a respeito desse assunto, através da Carta Encíclica Laudato Si. Segundo ele, a Igreja sempre esteve atenta às mudanças climáticas e à preservação da natureza.

Mas também ele contou com as orientações de diversos estudiosos sobre esse assunto. Contudo, não é apenas a ciência que resolve todos os problemas, é preciso sensibilidade, humanidade, e ele cita São Francisco como belo modelo para cuidar da natureza: 

“Acho que Francisco é o exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade.”  (LS 10)

Então, vamos nos sensibilizar, mas também acolher a proposta educadora do Santo Padre sobre um tema fundamental de quem depende a existência das futuras gerações.

O Dia Mundial do Meio Ambiente – quando e por quê?

Embora a primeira celebração mundial do Meio Ambiente tenha acontecido em 5 de junho de 1974, a data tem sua origem dois anos antes, em 1972, quando a ONU a designou como Dia Mundial do Meio Ambiente, na Conferência em Estocolmo – Suécia.

Justamente este ano (2023) é o 50º aniversário da comemoração. E tem como tema “Combate à poluição plástica” para alertar sobre a crescente produção e descarte indevido de embalagens plásticas que afetam o meio ambiente como um todo, eis o porquê!

E a Costa do Marfim e os Países Baixos são anfitriões da celebração neste ano. Em todo mundo acontecem eventos para conscientizar a população sobre a importância da preservação e uso sustentável do meio ambiente em equilíbrio com as necessidades humanas e combate à pobreza. Eis mais uma motivação para esta comemoração!

Segundo a ONU, mais de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas a cada ano em todo o mundo e menos de 10% é reciclado. Os microplásticos, pequenas partículas de plástico de até 5 mm de diâmetro, acabam em alimentos, água e ar. O plástico descartado ou queimado prejudica a saúde humana, a biodiversidade e polui todos os ecossistemas.

O Papa Francisco e o Dia Mundial do Meio Ambiente

“O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projecto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado.” (LS 14)

O trato com o Meio Ambiente é um assunto recorrente e urgente! Para tanto, muitos Papas já falaram sobre esse assunto e não seria diferente com o Papa Francisco. Por isso, em 2015, ele lançou a encíclica Laudato Si que significa “Louvado sejas”, uma citação do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis.

Primeiramente, o documento trata do cuidado com o meio ambiente e com todas as pessoas, bem como de questões mais amplas da relação entre Deus, os seres humanos e a Terra. O subtítulo da encíclica, “Sobre o Cuidado da Casa Comum”, reforça esses temas citados. 

E as mudanças climáticas? Elas são um dos temas mais fortes associados à Laudato Si. Mesmo porque a encíclica fala em detalhes sobre a necessidade ética e moral que todos têm de enfrentá-las, porque a ameaça da crise climática se tornou mais grave desde a publicação da carta.

Por isso, de forma resumida, vamos apresentar alguns tópicos da Laudato Si, a partir dos seus seis capítulos, que nos ajudarão a refletir sobre ações concretas em benefício do Dia Mundial do Meio Ambiente.

1. Casa Comum

Já no título do documento, o Papa Francisco apresenta uma ideia forte, chama o planeta de Casa Comum. Ele diz: “recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços” (LS, 1). 

No planeta, habitam os seres humanos e todo o conjunto da criação em profunda relação com o ser humano: “O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos” (LS, 2). 

Portanto, cuidar do planeta é cuidar da casa que abriga nossa existência. Essa é a ideia do Dia Mundial do Meio Ambiente, logo olhemos todo o ecossistema, com sua fauna e flora, como o lugar que precisa de nossa atenção e ação concreta.

2. “O Evangelho da Criação” 

O capítulo dois traz a história da criação do livro do Gênesis, quando Deus presenteia o homem com a terra e tudo o que nela contém, mas orienta sobre o cultivo responsável e a proteção à natureza.

Mas esse presente é mal interpretado e o homem passa a dominar a natureza, manipulá-la e se afasta da relação harmônica com ela. Essa relação precisa de uma nova orientação a fim de que a própria natureza não pareça inimiga do homem que a violou. 

3. “A Raiz Humana da Crise Ecológica” 

O capítulo três explora tendências sociais e ideologias que causaram problemas ambientais. Estes incluem o uso irrefletido da tecnologia, um impulso para manipular e controlar a natureza, uma visão dos seres humanos como separados do meio ambiente, teorias econômicas de foco estreito e relativismo moral.

Logo, é preciso refletir sobre os limites do progresso para que o Dia Mundial do Meio Ambiente produza mudanças de comportamentos, começando pelos responsáveis pelas nações.

4. “Uma Ecologia Integral” 

O quarto capítulo apresenta a principal solução da encíclica para os problemas sociais e ambientais em curso. A ecologia integral afirma que os humanos são parte de um mundo mais amplo e exige “soluções integrais que considerem as interações dos sistemas naturais entre si e com os sistemas sociais” (LS 139). 

Embora o estudo dos ecossistemas esteja bem presente na ciência da ecologia, a ecologia integral expande esse conceito para incluir as dimensões éticas e espirituais de como os seres humanos devem se relacionar uns com os outros e com o mundo natural – com base na cultura, família, comunidade, virtude, religião e respeito pelo bem comum.

5. “Algumas Linhas de Orientação e Ação” 

O quinto capítulo aplica o conceito de ecologia integral à vida política. Pede acordos internacionais para proteger o meio ambiente e ajudar os países de baixa renda; novas políticas nacionais e locais; tomadas de decisão inclusivas e transparentes; e uma economia orientada para o bem de todos.

Há neste capítulo uma grande responsabilidade dos governantes no investimento educacional sobre o meio ambiente. Não basta falar sobre o assunto entre paredes, é preciso que chegue nas escolas, nos lares, no lazer e alcance todas as faixas etárias.

6. “Educação e Espiritualidade Ecológicas” 

Por fim, esse tema conclui a encíclica com aplicações à vida pessoal; recomenda um estilo de vida focado menos no consumismo e mais em valores atemporais e duradouros; propõe educação ambiental, alegria no ambiente de cada um, amor cívico, recepção dos sacramentos.

E principalmente uma “conversão ecológica” na qual o encontro com Jesus leva a uma comunhão mais profunda com Deus, com as outras pessoas e com o mundo natural.

A Laudato Si é um código de ética ambiental

De fato, o Dia Mundial do Meio Ambiente deseja fomentar o trabalho generoso em benefício do planeta e uma comunhão de atitudes pessoais e comunitárias entre os seres humanos em vista do futuro de todos.

E sem dúvida, a Laudato Si nos ajuda a compreender isso. Após várias reflexões, o Papa Francisco termina com a oração pela nossa terra! No entanto, uma oração comprometida com a mudança de atitudes, com a valorização do planeta e com o bem-estar uns dos outros.