Blog

São Serapião: um mártir mercedário

Categorias: Blog Blog Destaque

São Serapião: um mártir mercedário

O martírio é o mais alto grau de testemunho na vida cristã. Ninguém escolhe ser mártir, mas é escolhido, e assim aconteceu com Serapião, um jovem simples, cheio de vida, apaixonado por Deus e pelo propósito de libertar cristãos do cativeiro.

Serapião, de soldado do exército do Rei Ricardo Coração de Leão tornou-se um mercedário, servo de Cristo Jesus, o Redentor, e alcançou os altares através do martírio! Uma história impressionante e atual! Confira como tudo aconteceu neste post.

Origem de Serapião

Serapião nasceu em Londres por volta de 1179, sua família era nobre e seu pai, Rotlando Scoth, foi capitão da esquadra do rei Henrique III. Assim como o pai, o jovem Serapião seguiu a carreira militar e participou das Cruzadas lideradas por Ricardo Coração de Leão.

Em meio às cruzadas, houve um naufrágio próximo a Veneza no navio em que eles se encontravam, e a viagem continuou por terra, mas tornaram-se prisioneiros do duque da Áustria, que libertou o rei e o pai de Serapião. No entanto, o jovem teve que ficar.

Porém, a dedicação como militar e o bom exemplo de Serapião chamaram a atenção do Duque, que o manteve na corte como soldado. Após a morte de seus pais, o rapaz decidiu continuar na Áustria a serviço do Duque e em defesa da fé através das batalhas.

Até que, chegando à Espanha para auxiliar o exército cristão do rei Afonso III, na luta contra os invasores muçulmanos, participou de várias cruzadas até a morte do rei Afonso III, quando decidiu retornar para a Áustria, seguir para Jerusalém e o Egito em combate. 

O encontro decisivo para São Serapião

Contudo, a providência Divina lhe preparou o encontro que mudou sua vida. Na Espanha, em 1220, Serapião conheceu São Pedro Nolasco, que estava defendendo a fé católica e resgatando cristãos da escravidão dos mouros junto com seus irmãos! 

Logo, as batalhas ganharam um novo sentido e, em 1222, Serapião professou seus votos como mercedário, realizando primeiro a vontade de Deus em sua vida e depois várias redenções, libertando os cristãos da escravidão, segundo o carisma mercedário. 

Na última que realizou, Serapião permaneceu refém no lugar de alguns cativos que corriam o risco de renunciar à fé. O irmão que o acompanhava logo retornou a Barcelona para levantar o recurso necessário e resgatar Serapião da situação de refém dos mouros.

O próprio Pedro Nolasco fez campanha para arrecadar o dinheiro suficiente para o pagamento do resgate, porém o valor exigido não chegou a tempo e os mouros, com raiva, pregaram Serapião em uma cruz em forma de X e o desmembraram violentamente.

“O sangue dos mártires é a semente dos cristãos” (Tertuliano, Apologético, 50,13)

A história do martírio de São Serapião é de fato violenta. A maioria dos cristãos não suportaria tal barbaridade e nem apoiaria essas atitudes do rei de Argel, Selim Ben Marin, responsável pelo sacrifício do jovem mercedário.

No entanto, todo sangue derramado dos cristãos fecunda a terra, é o que vemos na vida de Serapião! Ele poderia ter renunciado à fé católica em troca da vida, mas não o fez! Ele se dispôs a evangelizar em terras pagãs com coragem do evangelho, não fugiu da missão.

Além de que, seus testemunhos foram São Pedro Nolasco e São Raimundo Nonato, santos mercedários da sua época. Dessa forma, a vida de Serapião nos ensina a viver a fé, não negar a missão e a ter exemplos à altura do evangelho.

Por fim, a Igreja nos presenteou com o culto a São Serapião, protetor contra as dores de artrose, em 1625, através do Papa Urbano VIII. Sua festa acontece no dia de sua morte: 14 de novembro! Peçamos sua intercessão para que sejamos fiéis ao nosso batismo.

Contar com o auxílio dos santos também nos santifica! Por isso, conte com os santos e beatos da Família Mercedária:

Baixe gratuitamente o E-Book: Rezando com os Santos e Beatos Mercedários