Santos Juninos: tradição, espiritualidade e evangelização

No Brasil, este mês é marcado pelas festas de três grandes santos juninos: Antônio de Pádua, João Batista e Pedro apóstolo. A tradição ganha os lares, o que faz dessa época uma oportunidade para reavivar a espiritualidade nos corações e evangelizar. 

Logo, no Nordeste do país, onde as comemorações têm mais força, bandeirolas coloridas já começam a ser penduradas pelas ruas no fim de maio, indicando que o mês dos Santos Juninos está chegando. 

E os festejos juninos estão entre as celebrações brasileiras mais populares, regado a comidas feitas à base de milho, fogos de artifício, novenas e brincadeiras. Por isso, separamos alguns destaques sobre a devoção aos grandes santos de junho.

Santos Juninos: Santo Antônio de Pádua (ou de Lisboa) – 13 de junho

Nascido por volta do ano de 1195, em Lisboa, em Portugal, Santo Antônio tinha o nome de batismo de Fernando Bulhões. Foi ordenado padre entre os Cônegos Regulares de Santo Agostinho e chegou a encontrar São Francisco de Assis e se transferiu para a Ordem dos Frades Menores.

Entre os brasileiros, é conhecido como o “fazedor de milagres”, o “santo dos pobres” e, principalmente, como o “santo casamenteiro“. Na história do Santo, se destacam o estudo da doutrina e o anúncio da Palavra nos grandes sermões que fazia. 

O “pãozinho de Santo Antônio”, distribuído em algumas igrejas e guardado em casa, para que não falte comida, também deve lembrar da necessidade do “Pão Espiritual”, a Eucaristia.

O “Martelo dos Hereges” morreu em Pádua, na Itália, no dia 13 de junho de 1231 e, menos de um ano depois, foi canonizado. Como preparação para sua festa, os devotos têm o costume de rezar a Trezena de Santo Antônio.

Santos Juninos:  24 de junho – São João Batista, o santo mais junino

Além do próprio Jesus e da Virgem Maria, João Batista é o único santo que tem o nascimento celebrado na liturgia da Igreja. É o Santo Junino mais conhecido e que, em boa parte dos casos, tem a maior festa.

Geralmente, as comemorações da data começam na véspera, na noite do dia 23, em torno da fogueira. A sabedoria popular narra que essas são acesas para lembrar uma fogueira feita por Santa Isabel, para anunciar à Maria o nascimento do filho.

Com um nome que significa “Deus dá a graça”, João teve a missão de preparar os caminhos do Senhor e os corações dos homens. Seu nascimento foi motivo de muita alegria para os pais que já tinham idade avançada, Zacarias e Isabel.

Nesta época, as quermesses e quadrilhas juninas podem ser uma forma de recordar a alegria desse nascimento. Os fogos, lançados no escuro, podem nos lembrar da missão que temos de levar a luz de Cristo a todos os lugares. E, claro, a participação na Santa Missa em honra à essa solenidade não pode ficar de fora.

Santos Juninos: 29 de junho – São Pedro

O dia de São Pedro e São Paulo marca o fim dos festejos juninos. Mas a festa segue até o último minuto, com fogueiras, comidas típicas, danças e procissões. Especialmente no Nordeste, os agricultores aproveitam a data para pedir chuva e uma boa colheita àquele que carrega a chave do Reino dos Céus.

Para os católicos, a solenidade é um convite a conhecer Cristo mais de perto e a professar, com fé, as mesmas palavras do primeiro Papa para Jesus: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16).

Pedro também é um exemplo de que não é apenas possível, mas necessário, levantar após uma queda na caminhada com Deus. Afinal, aquele que negou Cristo, após se arrepender, honrou a missão de guiar a Igreja primitiva até o seu martírio.

No período junino, também acontece, em algumas cidades, a procissão de São Pedro e Bom Jesus dos Navegantes, geralmente em barcos que navegam por rios ou mares. 

Nessa ocasião, devemos lembrar do chamado à evangelização, a sair da comodidade e lançar as redes em águas mais profundas. “Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens” (Mt 4,19).

As festividades de São João no Brasil 

O toque da sanfona indica que é São João no Brasil. Nos lares, uma boa música tocando, um bolo de milho na mesa ou uma imagem dos Santos Juninos já são suficientes para lembrar que chegou a época dessa festa tão popular. 

Que aproveitemos as fogueiras acesas em homenagem aos santos para reacender a chama do verdadeiro Amor em nossos corações. Um Amor que deve ser anunciado com a humildade de Santo Antônio, com a firmeza de São João Batista e o ânimo de São Pedro. 

Conheça a devoção dos Corações de Jesus e de Maria

Os Corações de Jesus e Maria são muito conhecidos, amados e venerados na Igreja e no mundo. Em junho, especialmente, são dedicados dois dias específicos em honra ao Sagrado Coração de Jesus (na sexta-feira) e logo após ao Imaculado Coração de Maria (no sábado seguinte).

Essa devoção é bastante antiga e também muito popular. Inclusive, Nossa Senhora em Fátima disse, através da aparição, que os Corações de Jesus e de Maria são o remédio para os males do nosso tempo. 

Portanto, devido à importância que essas devoções possuem, queremos  apresentar mais detalhes para você poder vivê-las em sua vida e ter um encontro real e verdadeiro com o amor de Deus e da Virgem Maria.

As devoções dos Corações de Jesus e de Maria são uma única solenidade?

Antes de tudo é importante dizer que, embora a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria sejam celebradas em datas diferentes, elas podem ser consideradas uma só.

Uma acontece na sexta-feira seguinte à semana de Corpus Christi – a solenidade do Sagrado Coração de Jesus; e no sábado, a solenidade do Imaculado Coração de Maria. Portanto neste ano serão nos dias 07 e 08 de junho. 

Estando tão próxima uma da outra, percebemos a união entre o coração de Mãe e do Filho que bate no mesmo ritmo, amando na mesma sintonia. Realmente, o amor do Coração do Filho é compartilhado pelo amor do Coração da Mãe.

Devoção ao Coração de Jesus 

Quando celebramos o Sagrado Coração de Jesus, adoramos Seu amor misericordioso por nós. Assim como explicou o Papa Pio XII, o Coração de Cristo é “símbolo do tríplice amor com que o divino Redentor ama continuamente o Eterno Pai e todos os homens”. 

A revelação desse Coração se deu através de uma religiosa, Santa Margarida Maria Alacoque, em 1673, durante uma celebração Eucarística. Deus comunicou-se com ela dizendo:

“Meu Divino Coração é tão apaixonado de amor pelos homens que, não podendo conter em si as chamas da sua ardente caridade, precisa da tua ajuda para difundi-las. Por isso, escolhi você para este grande desígnio”. 

Embora Margarida tenha vivenciado algo tão forte, a data só foi reconhecida muitos e muitos anos depois, em 1889, por Pio IX. Desde então, passou a ser celebrada sempre na primeira sexta-feira do mês após o Corpus Christi

O Papa Francisco também nos recorda de sempre procurar colo e conforto no Coração amoroso de Deus: “o Coração humano e divino de Jesus  é a fonte onde sempre podemos haurir a misericórdia, o perdão, a ternura de Deus”.

Devoção ao Imaculado Coração de Maria 

A devoção ao Imaculado Coração de Maria é mais recente e possui um propósito reparador. Ou seja, é uma devoção capaz de tratar as feridas causadas pela humanidade ao coração da Virgem Maria, concedendo salvação para essas almas. 

Tudo começou na segunda aparição de Nossa Senhora, em Fátima, no dia 13 de junho de 1917. Nessa aparição, a Virgem mostrou-lhes um coração ferido, envolto em espinhos, e disse que Jesus queria estabelecer no mundo a devoção ao seu Imaculado Coração. 

Sete anos depois, em uma nova aparição, Nossa Senhora revelou para Lúcia a ação reparadora que consiste em confessar-se, rezar o terço e receber a comunhão. Isso sempre nos 5 primeiros sábados de cada mês seguidos.

Milagres infinitos são concedidos aos devotos

Se alcançamos graças quando recorremos aos santos de nossa devoção, imaginemos o que acontece quando suplicamos aos Corações de Jesus e Maria?! Não há como medir, apenas acreditar que o milagre acontece sem demora.

Já que esses dois corações estão perfeitamente unidos à vontade do Pai e amam a natureza humana de forma incondicional. Se pedimos à Mãe, por exemplo, dificilmente o Filho recusa. Logo, somos contemplados com inúmeras graças.

Sendo assim, façamos o caminho da oração ao Coração de Jesus e Maria para alcançarmos o milagre tão desejado e, sobretudo, ofereçamos a conversão de nosso coração em consolo a todos os atos desagradáveis que esses dois corações sofrem constantemente.

Oração de devoção aos Corações de Jesus e de Maria 

Santíssimos corações de Jesus e de Maria, unidos no amor perfeito ,como nos olhais com carinho e misericórdia, consagramos nossos corações, nossas vidas e nossas famílias a Vós. Conhecemos que o belo exemplo de Vosso lar em Nazaré foi um modelo para cada uma de nossas famílias. Esperamos obter, com Vossa ajuda, a união e o amor forte e perdurável que Vós nos destes. Que nosso lar seja cheio de alegria. Que o afeto sincero, a paciência, a tolerância e o respeito mútuo sejam dados livremente a todos. Que nossas orações incluam as necessidades dos outros, não somente as nossas, e que sempre estejamos próximos dos sacramentos. Abençoai todos os presentes e também os ausentes, tantos os vivos como os falecidos; que a paz esteja conosco, e, quando formos provados, concedei a resignação cristã à vontade de Deus. Mantende nossas famílias perto de Vosso Coração; que Vossa proteção especial esteja sempre conosco. Sagrados Corações de Jesus e de Maria, escutai nossa oração. Amém.​