Quaresma, instrumento de conversão e vida nova

A Quaresma é um tempo de muita graça porque nos prepara para a celebração do centro de nossa fé, o Tríduo Pascal, ou seja, a memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

Apesar de todo domingo vivenciarmos a ressurreição do Senhor, inclusive nos disse São João Paulo II que o domingo é o senhor de todos os dias por esse motivo, é importante valorizar a vida de Cristo a partir do ponto alto de sua missão que aconteceu na semana santa.

Logo, a Quaresma é uma proposta, um caminho, uma oportunidade de novamente abraçar a salvação de Cristo em nossa vida. E para trilhar bem essa estrada, preparamos este post!

A Quaresma nos traz a proposta para um novo coração

É normal que alguém se pergunte por que viver a Quaresma todo ano se Cristo já morreu e ressuscitou? De fato, Ele está vivo, mas e quanto a nós? Será que vivemos a vida nova que o Senhor nos deu de graça através de sua morte e ressurreição?

Com certeza, ainda há muito para melhorarmos. No entanto, a Igreja, como mãe e educadora, nos relembra, através da Quaresma, que estamos a caminho da vida nova cada ano que passa. E onde vamos experimentar o amor de Deus? No coração.

De forma que o coração é o lugar onde acontece a verdadeira experiência de Deus. O Evangelho nos diz que “do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adulté­rios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias.” (cf. Mt 15,19)

Então são nossas intenções – o que está dentro de nós – que precisam mudar a fim de que o mundo veja que Cristo vive de verdade. Para isso, a Quaresma existe, ano após ano, para que abracemos o Evangelho, como uma decisão do coração, por amor a Deus e aos irmãos.

Práticas indispensáveis da Quaresma

Então, a Quaresma é um meio para alcançar um coração semelhante ao Coração de Deus. Porém, não é fácil alcançar a transformação do coração, ninguém consegue por suas próprias forças, porque logo cansa. Mas o Evangelho nos dá as ferramentas certas:

  1. A oração: a prática da oração na Quaresma é sincera. O Evangelho da quarta-feira de cinzas diz: “…quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai…” (Mt.6,1ss). O quarto é o lugar da intimidade, onde ninguém se esconde. Logo, é diante de Deus, na oração, que reconhecemos nossa pequenez, nossa grandeza e em que precisamos melhorar. Faça essa experiência com a verdade do seu coração!
  2. O jejum e a penitência: o jejum e a penitência são práticas sadias. Através deles oferecemos a Deus a carne – nos dias prescritos – e algo que nos impeça de viver as bem-aventuranças do Evangelho. Portanto, não é nada fácil, nem simples, mas que nos recorda em que aspecto da vida precisamos de conversão. Observe o jejum e a penitência como um caminho de libertação. Liberte seu coração!
  3. A caridade: O evangelho fala sobre a esmola na Quaresma. Quando jejuamos, a intenção é dar de comer a alguém. Isso pode acontecer através da doação de alimentos ou dinheiro aos pobres. Não há conversão sem caridade, assim como não se ama a Deus sem amar o outro. Logo, pratique a doação e desapegue o coração!

A Campanha da Fraternidade é o ato de caridade

Na Quaresma, a Igreja nos propõe um caminho de caridade através da Campanha da Fraternidade. A iniciativa nasceu em 1964, de uma inspiração de Dom Eugênio Sales, no Rio Grande do Norte, como uma expressão de amor e solidariedade a toda pessoa.

Campanha da Fraternidade tem hoje os seguintes objetivos permanentes:

  • Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum;
  • Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho;
  • Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.

Este ano tem como tema “Fraternidade e fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). A escolha não é aleatória, mas se une à difícil realidade da fome vivida por muitas famílias no Brasil. 

E a Igreja dá sua contribuição através de campanhas solidárias, que acontecem no Brasil inteiro, e da coleta realizada no Domingo de Ramos como um dos gestos concretos de conversão Quaresmal para com os pobres.

Cheguemos às festas Pascais!

Após o itinerário quaresmal, cheguemos à meta: a Páscoa do Senhor. Mas qual será a diferença deste ano para nossas vidas? Serão muitas, se levarmos a sério o trabalho no coração, através das ferramentas que o tempo nos oferece.

Nenhuma quaresma é igual, mas cada uma é única! E em cada esforço nosso, vem em nosso auxílio o Espírito Santo de Deus. Logo, nunca estamos sozinhos.

Dia Nacional de Combate às Drogas e Alcoolismo

O Dia Nacional de Combate às Drogas e Alcoolismo é recordado todo dia 20 de fevereiro. Esse é um tema muito discutido e delicado. Por isso, o dia tem por objetivo alertar e despertar a população sobre os impactos que o uso de substâncias ilícitas e o álcool geram.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência de drogas lícitas ou ilícitas é uma doença e um problema de saúde pública que exige atenção de todos os países, devido às graves consequências que causa à sociedade.

Este post explica mais sobre esse tema e deseja contribuir com informações e formações sobre o assunto. Veja o que preparamos!

Por que o Combate às Drogas e Alcoolismo?

Parece uma pergunta sem lógica, mas é necessária. Sabe-se que o consumo de drogas ilícitas e de álcool não é novidade e só crescem as estatísticas de pessoas que se tornam consumidores ativos desses produtos.

Por isso, essa data é fundamental para estimular a reflexão sobre diversos assuntos, sejam os efeitos, as prevenções e as políticas públicas de Combate às Drogas e ao Alcoolismo. Faltam ainda muitos estudos e esclarecimentos educativos para promoção da saúde.

Segundo a OMS, a dependência química de drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. O uso descontrolado de álcool, cigarro, crack, maconha, cocaína, entre outros, afeta o mundo inteiro porque prejudica valores culturais, sociais, econômicos e políticos.

O alcoolismo, por exemplo, é uma doença crônica que influencia aspectos comportamentais e socioeconômicos. Da mesma forma, o uso de drogas causa graves problemas físicos e emocionais nos dependentes, sem falar no sofrimento da família. 

No Combate às Drogas e Alcoolismos quem são os inimigos?

Atualmente, divide-se os tipos de drogas da seguinte maneira: 

  • Naturais: como maconha e ópio, derivadas de plantas; 
  • Semissintéticas: que são a heroína, cocaína e crack, feitas de componentes naturais, mas processadas; 
  • Sintéticas: fabricadas completamente em laboratórios, tais quais ecstasy e LSD. 

Há ainda outras que existem no anonimato e são produzidas de todo jeito para facilitar o acesso principalmente de quem não tem dinheiro para comprar as drogas mais caras. Por isso o Combate às Drogas e Alcoolismo se torna tão complexo, porque é um inimigo invisível.

Porém, as sensações são comuns, entre elas: euforia, excitação, relaxamento e alteração da percepção da realidade. Tudo isso faz com que um indivíduo recorra a elas com mais urgência, a cada novo uso, e a qualquer custo.

Mas os efeitos são perigosos! As drogas têm potencial para causar problemas no coração, pulmões, fígado e cérebro, impactando diretamente o sistema nervoso e gerando crises de abstinência após períodos maiores em que não são utilizadas.

Com o álcool é diferente? Apesar de ser uma droga lícita, altamente vendida e aceita socialmente, o consumo excessivo e recorrente dessa substância traz sérios riscos à saúde, inclusive dependência alcoólica, que leva a tratamentos com profissionais especializados.

Quem mais se prejudica

Os levantamentos sobre os consumidores de drogas e álcool são alarmantes, principalmente entre os jovens. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016), a saúde escolar está prejudicada.

Uma vez que a porcentagem entre consumo frequente de álcool e até embriaguez é bem estreita, como também, o uso do cigarro. É importante destacar que o cérebro do jovem é um órgão em maturação e o consumo dessas substâncias é prejudicial para um desenvolvimento saudável.

Mas os jovens não estão sozinhos nesta escala de consumo, os idosos também são uma faixa etária crescente de consumo principalmente de álcool. O envelhecimento muitas vezes gera diversas situações, como: baixa estima, saudade da família, isolamento social.

De forma que esses fatores afetam o psicológico e, não raramente, levam as pessoas idosas a fugirem da realidade em substâncias químicas, normalmente começando com uma dose e progredindo no consumo até que ele ocorra de maneira descontrolada.

Mas onde está a verdadeira liberdade?

Falamos sobre as substâncias ilícitas e o álcool, suas consequências e os prejuízos na vida e na sociedade. Porém, por que as pessoas se envolvem com as drogas a ponto de se tornarem dependentes? Não existe uma única resposta, mas há muitos fatores.

E principalmente, em uma sociedade extremamente materialista, as pessoas buscam o verdadeiro sentido da vida, mas infelizmente optam por caminhos difíceis. Há uma crise existencial em cada pessoa humana que apenas tem alívio no Criador.

E é em Deus que a pessoa humana encontra a resposta para a sua sede de felicidade. Deus nos ama e nos fez livres, logo a liberdade é o caminho e a proposta contra qualquer tipo de dependência que causa a escravidão e rouba a dignidade humana.

Portanto a liberdade é a qualidade divina que motivou São Pedro Nolasco, fundador da Ordem Mercedária, a lutar pela recuperação dos cativos, há mais de 800 anos, através de ações concretas, como a doação da própria vida e o anúncio do Reino de Deus. 

Podemos aliviar essa dor!

A dor é sinal de que algo não vai bem. Sabemos que se não houver o combate às drogas e ao alcoolismo, os problemas só pioram e se enraízam mais. No entanto, toda ajuda à pessoa dependente e às famílias é um sinal de paz sobre um grande conflito.

Mas Deus tem uma resposta para tudo! Por isso nos presenteou com o Recanto Mercê, um lugar de misericórdia, onde jovens são resgatados das drogas através espiritualidade e ajuda especializada, além de aprenderem um ofício para reconstruir a vida após as drogas.

O Recanto Mercê fica em Alexânia-GO e é administrado pela Ordem Mercedária, que tem a missão de levar a pessoa humana a uma profunda experiência de libertação, combatendo todos os instrumentos de escravidão dos tempos modernos.

Atualmente, a casa tem capacidade para 20 jovens e há muitos na fila. Então, que tal se tornar um benfeitor desta obra e investir na recuperação de uma pessoa, da família e da sociedade, porque todos são beneficiados quando um dependente químico se recupera.

Conheça mais sobre o Recanto Mercê aqui

Bakhita, a escrava que se tornou santa

O nome Bakhita significa “afortunada”. Mas não sabia a menina, raptada aos 9 anos, que a fortuna que a esperava iria libertá-la da escravidão para sempre e torná-la a padroeira dos escravos e intercessora pelos sequestrados.

São suas as seguintes palavras:

“Vendo o sol, a lua e as estrelas, dizia comigo mesma: Quem é o Patrão dessas coisas tão bonitas? E sentia uma vontade imensa de vê-Lo, conhecê-Lo e prestar-Lhe homenagem”.

Mas como uma menina que experimentou a dor da escravidão no corpo e na alma pôde oferecer tudo a Deus e perdoar seus torturadores? Essa é mais uma história incrível do amor de Deus, que não conhece fronteiras para salvar aqueles que ama! Confira!

A história de Bakhita começa no Sudão

Bakhita nasceu no Sudão, África, em 1869. Com apenas  9 anos a sequestraram da família. O trauma foi tão grande que ela esqueceu o próprio nome. Os raptores a venderam várias vezes nos mercados de El Obeid e de Cartum, e como escrava conheceu a dor, a humilhação e a violência.

Então, após quase 10 anos, na capital do Sudão, Bakhita foi comprada por um Cônsul italiano chamado Calixto Legnani. Depois de tanto tempo, ela que acostumou-se com o chicote e a repressão, recebeu afeto e atenção em sua nova casa.

Mas as situações políticas obrigaram o Cônsul a partir para a Itália. Bakhita pediu para ir junto, e assim atenderam a seu desejo.  Mas, na Itália, uma nova família a esperava; ela foi morar em Veneza e tornou-se babá de “Mimina”, filha do novo casal que a acolheu.

No entanto, os ventos sopraram novamente a favor de Bakhita: a esposa do casal precisou viajar para ajudar o marido nos negócios da família. Foi, então, que Bakhita e a menina foram confiadas às Irmãs Canossianas do Instituto dos Catecúmenos de Veneza. 

Bakhita encontra-se com a liberdade!

Durante nove meses, Bakhita e Mimina estiveram com as Irmãs Canossianas. Dessa forma viveu como que um tempo de gestação, tonando-se conhecida como a irmã “Chocolate” até o dia em que ela recebe o batismo com o nome de Giuseppina Margherita Fortunata. Logo depois, recebe também o crisma e faz a primeira comunhão.

Durante o tempo em que esteve com as Irmãs, ela encontrou-se com a fonte da liberdade e pediu aos patrões para seguir o caminho da vida religiosa como prova de seu amor a Deus, a quem passou a chamar com carinho de “o meu Patrão”.  

Assim, com 24 anos, em 1893, entra no noviciado das Canossianas. Três anos depois, Josefina Bakhita se consagrou para sempre a Deus como filha da caridade e, por mais de cinquenta anos, dedicou-se às diversas atividades da Congregação com humildade.

Era chamada de “Irmã Morena”, conhecida e estimada pelas Irmãs pela generosidade e pelo seu profundo desejo de tornar Jesus conhecido. Bakhita transformou toda a dor da escravidão em oferta a Deus, perdoou todos que a fizeram sofrer por causa de Cristo.

Testemunha do Amor

“Sede bons, amai a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se soubéssemos que grande graça é conhecer a Deus!”.

Bakhita falava o que sentia, transbordava gratidão por onde passava, porque dizia que tudo concorreu para que ela conhecesse a Deus.

Dessa forma, mesmo com a doença longa e dolorosa da velhice, Irmã Bakhita testemunhava fé, bondade e esperança cristã. A todos que a visitavam e lhe perguntavam como se sentia, ela respondia sorridente: “Como o Patrão quer”. 

Irmã Bakhita faleceu no dia 8 de fevereiro de 1947, na Casa de Schio, rodeada pela comunidade em pranto e em oração. Uma multidão acorreu logo à casa do Instituto para ver pela última vez a sua “Santa Irmã Morena”, e pedir-lhe a sua proteção lá do céu

Muitos foram os milagres alcançados por sua intercessão. Em 1992, foi beatificada pelo Papa João Paulo II e elevada à honra dos altares em 2000, pelo mesmo Sumo Pontífice. O dia para o culto de “Santa Irmã Morena” foi determinado o mesmo de sua morte.

Oração a Santa Bakhita

Ó Santa Josefina Bakhita, que, desde menina, foste enriquecida por Deus com tantos dons e a Ele correspondeste com todo o amor, olha por nós. Intercede junto ao Senhor para que cresçamos no Seu amor e no amor a todas as criaturas humanas, sem distinção de idade, de raça, de cor ou de situação social. Que pratiquemos sempre, como tu, as virtudes da fé, da esperança, da caridade, da humildade, da castidade e da obediência. Pede, agora, ao Pai do Céu, oh Bakhita, as graças que mais preciso, especialmente (pedido). Amém.