Série Virtudes no dia a dia: A Fortaleza

A virtude da fortaleza é companheira em todas as horas. Quem vive sem medo ou não teme os desafios da vida, realidades da sociedade como a violência, insegurança financeira ou enfermidades repentinas e até mesmo a morte?

Pois é! Essas e outras situações nos pedem força, coragem e confiança. E a virtude da fortaleza nos torna aptos a enfrentar provações, qualquer perseguição e vencer até o medo da morte.

Mas também é a virtude que nos capacita quando tomamos decisões exigentes na vida, por exemplo a santidade! Então, será que você precisa dessa graça em sua companhia? Abrace essa virtude e veja como ela é sempre bem-vinda.  

Quem é a virtude da fortaleza

Segundo o Catecismo da Igreja Católica (§ 1808), a fortaleza é a virtude moral que, no meio das dificuldades, assegura a firmeza e a constância na continuidade do bem. Torna firme a decisão de resistir às tentações e de superar os obstáculos na vida moral. 

Ou seja, ela é necessária e está perto da vida humana principalmente através do batismo. É interessante observar que não se trata de força física, apesar de essa ser exemplo de fortaleza, mas está ligada à capacidade de suportar e enfrentar situações.

A fortaleza é também a virtude dos profetas, dos santos e dos mártires, personagens que ajudaram a construir a nossa fé e escreveram a história da Igreja. Recordemos o martírio de Pedro e Paulo, colunas da nossa fé, que testemunham Cristo até a morte.

E hoje ela continua sustentando homens e mulheres que perseveram na caminhada e dão suas vidas pela causa do evangelho. A ONG OPEN DOORS informou que 322 cristãos são mortos por mês no mundo por causa de sua religião, vitima do extremismo islâmico.

Coragem, eu venci o mundo (Jo 16,33) 

Cristo é o modelo de fortaleza. Assim, todo cristão se espelha Nele e tem no Senhor o seu sustento, como diz o salmista:

“O Senhor é minha rocha e fortaleza” (Sl.26).

Quando enfrentou sua missão até o fim, o Senhor nos provou a força de sua decisão em nos salvar.

É claro que não há força sem amor, e, ao mesmo tempo, a força do amor vem acompanhada de outras virtudes, entre elas a ordem e a justiça, que já tratamos em outros textos. Então, quando pedimos a fortaleza é importante amamos a vida e o Senhor da vida!

Mas como amar a vida através da virtude da fortaleza? Ora, essa virtude nos ajuda a enfrentar depressão, o stress, o câncer, o desemprego, os conflitos familiares, as decepções da vida etc. isso é amar a vida! É a fortaleza interior do amor.

E quanto a força de amar o Senhor? Toda luta tem um combate espiritual. Por isso a fortaleza é a arma contra o relativismo da fé, o aborto, as denúncias e calúnias contra a Igreja e o Santo Padre, além de nos manter firme nos propósitos de santidade.

Coloquemos em prática a força

Quantas vezes sentimos as forças desaparecerem diante de decisões que abraçamos! Essa é a hora de clamar pela virtude da fortaleza. Ela é uma ótima companhia no matrimôniona educação dos filhos e no alcance de projetos profissionais.

Mas ainda nos fortalece na busca pelo bem, verdade e justiça. Ela sustenta nossa fidelidade no cumprimento dos nossos deveres como cristãos e como cidadãos. Além de nos fazer promotores da paz com firmeza e coragem em uma sociedade tão desigual.

E se falarmos sobre a rotina: levantar, trabalhar, estudar, cuidar de casa, servir na Igreja, participar de reuniões, cuidar da saúde, enfim! É preciso a fortaleza para manter o ritmo e dar continuidade, todos os dias, à vida e às suas exigências.

Por fim, a virtude da fortaleza produz em nós serenidade e humor para olharmos os contratempos da vida com fé e esperança. Resta-nos dizer sempre:

“Ó meu Deus, criai em mim um coração puro e renovai-me o espírito de firmeza” (Sl.50,12)

São Serapião: um mártir mercedário

O martírio é o mais alto grau de testemunho na vida cristã. Ninguém escolhe ser mártir, mas é escolhido, e assim aconteceu com Serapião, um jovem simples, cheio de vida, apaixonado por Deus e pelo propósito de libertar cristãos do cativeiro.

Serapião, de soldado do exército do Rei Ricardo Coração de Leão tornou-se um mercedário, servo de Cristo Jesus, o Redentor, e alcançou os altares através do martírio! Uma história impressionante e atual! Confira como tudo aconteceu neste post.

Origem de Serapião

Serapião nasceu em Londres por volta de 1179, sua família era nobre e seu pai, Rotlando Scoth, foi capitão da esquadra do rei Henrique III. Assim como o pai, o jovem Serapião seguiu a carreira militar e participou das Cruzadas lideradas por Ricardo Coração de Leão.

Em meio às cruzadas, houve um naufrágio próximo a Veneza no navio em que eles se encontravam, e a viagem continuou por terra, mas tornaram-se prisioneiros do duque da Áustria, que libertou o rei e o pai de Serapião. No entanto, o jovem teve que ficar.

Porém, a dedicação como militar e o bom exemplo de Serapião chamaram a atenção do Duque, que o manteve na corte como soldado. Após a morte de seus pais, o rapaz decidiu continuar na Áustria a serviço do Duque e em defesa da fé através das batalhas.

Até que, chegando à Espanha para auxiliar o exército cristão do rei Afonso III, na luta contra os invasores muçulmanos, participou de várias cruzadas até a morte do rei Afonso III, quando decidiu retornar para a Áustria, seguir para Jerusalém e o Egito em combate. 

O encontro decisivo para São Serapião

Contudo, a providência Divina lhe preparou o encontro que mudou sua vida. Na Espanha, em 1220, Serapião conheceu São Pedro Nolasco, que estava defendendo a fé católica e resgatando cristãos da escravidão dos mouros junto com seus irmãos! 

Logo, as batalhas ganharam um novo sentido e, em 1222, Serapião professou seus votos como mercedário, realizando primeiro a vontade de Deus em sua vida e depois várias redenções, libertando os cristãos da escravidão, segundo o carisma mercedário. 

Na última que realizou, Serapião permaneceu refém no lugar de alguns cativos que corriam o risco de renunciar à fé. O irmão que o acompanhava logo retornou a Barcelona para levantar o recurso necessário e resgatar Serapião da situação de refém dos mouros.

O próprio Pedro Nolasco fez campanha para arrecadar o dinheiro suficiente para o pagamento do resgate, porém o valor exigido não chegou a tempo e os mouros, com raiva, pregaram Serapião em uma cruz em forma de X e o desmembraram violentamente.

“O sangue dos mártires é a semente dos cristãos” (Tertuliano, Apologético, 50,13)

A história do martírio de São Serapião é de fato violenta. A maioria dos cristãos não suportaria tal barbaridade e nem apoiaria essas atitudes do rei de Argel, Selim Ben Marin, responsável pelo sacrifício do jovem mercedário.

No entanto, todo sangue derramado dos cristãos fecunda a terra, é o que vemos na vida de Serapião! Ele poderia ter renunciado à fé católica em troca da vida, mas não o fez! Ele se dispôs a evangelizar em terras pagãs com coragem do evangelho, não fugiu da missão.

Além de que, seus testemunhos foram São Pedro Nolasco e São Raimundo Nonato, santos mercedários da sua época. Dessa forma, a vida de Serapião nos ensina a viver a fé, não negar a missão e a ter exemplos à altura do evangelho.

Por fim, a Igreja nos presenteou com o culto a São Serapião, protetor contra as dores de artrose, em 1625, através do Papa Urbano VIII. Sua festa acontece no dia de sua morte: 14 de novembro! Peçamos sua intercessão para que sejamos fiéis ao nosso batismo.

Contar com o auxílio dos santos também nos santifica! Por isso, conte com os santos e beatos da Família Mercedária:

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Série Virtudes no dia a dia: a justiça

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5, 6).

Esse versículo bíblico é bastante admirado e um refúgio de muitos injustiçados que temem a Deus e esperam em Sua misericórdia.

Mas a Justiça sobre a qual Cristo fala não é um conjunto de teorias, ideologias, ciência ou regras de comportamentos a serem praticadas, porém um modo de vida em que prevalece o direito do próximo como prevalecem os meus direitos.

Já o Catecismo da Igreja Católica define a justiça como a virtude que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhe é devido. Assim, são duas referências: ser justo para com Deus e para com o próximo. 

Agora, na série Virtudes, entenda mais sobre esse tema e renove as práticas justas em sua caminhada.

O que é justiça

O Papa Francisco, em um discurso aos magistrados da Itália, disse:

“A justiça é uma virtude, ou seja, uma veste interior do sujeito: não um traje ocasional ou que se usa para as festas, mas um hábito que se deve vestir sempre, porque reveste e envolve, influenciando não só as opções concretas, mas também as intenções e os propósitos.

E afirmou ainda que é “uma virtude cardeal, porque indica a justa direção e, como um eixo, é ponto de apoio e de junção. Sem justiça toda a vida social permanece travada, como uma porta que já não se abre, ou acaba por chiar e ranger, num movimento lento.

É verdade que todos temos uma noção de justiça, seja no campo jurídico, das relações ou da organização da sociedade, já que ela ordena muitas coisas; dela depende a coexistência dos povos e sua ausência causa graves consequências entre as pessoas.

No entanto, independente das questões teóricas sobre a justiça, ela é como um traje, conforme disse o Papa, que reveste o coração. Quem não tem essa veste, não dá a Deus, a si, nem ao outro o que lhes pertencem. A justiça rege as decisões do coração humano.

A virtude da Justiça nas Sagrada Escritura 

A justiça como a veste interior citada pelo Papa precisa encontrar sua fonte e não há melhor lugar que a Palavra de Deus. São muitos homens que foram elogiados com essa qualidade e alguns deles conhecemos bem:  

  • Glorioso São José, patrono da Sagrada Família: “Por ser José, seu marido, um homem justo, e não querendo expô-la à desonra pública, pretendia anular o casamento secretamente” (Mt. 1,19).
  • João Batista: “Porque Herodes temia João e o protegia, sabendo que ele era um homem justo e santo; e quando o ouvia, ficava perplexo.”(Mc. 6,20).
  • Simeão: “Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso, e que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele” (Lc. 2,25).
  • José de Arimatéia: “Havia um homem chamado José, membro do Conselho, homem bom e justo” (Jo. 23,50)

Nas Sagradas Escrituras, o homem justo era aquele que respeitava a Deus, vivia sob sua Palavra e esperava a justiça plena, o Messias. No entanto, essa vivência não era abstrata, mas a prática do que é certo, principalmente o auxílio ao pobre, a viúva e ao órfão.

A prática do que é justo hoje

Atualmente, a prática da justiça é um grande desafio. Mas para o cristão ela está associada à vivência do amor, logo é uma obrigação que se nos impõe. Amor porque a justiça é prática do bem, do certo, é amar a Deus e ao outro.

Dessa forma, a justiça regula nossa convivência, possibilita o bem comum, defende a dignidade humana e respeita os direitos humanos; ela produz a paz e diminui a guerra; dela brota a verdade, a gratidão e nela a religião encontra força para testemunhar o amor.

Segundo Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida – SP:

“Não se pode construir o castelo da caridade sobre as ruínas da justiça. Pelo contrário, o primeiro passo do amor é a justiça, porque amar é querer o bem do outro.” 

Se é assim, combatemos a mentira, a calúnia, a humilhação e tudo que tira o direito do outro; não aceitamos a violência, nem a exploração do homem pelo homem e principalmente deixamos a pessoa livre para fazer as próprias escolhas. Isso é justiça.

Por fim, a virtude da justiça nos lembra quem somos e como devemos agir no dia a dia ao mesmo tempo em que nos faz promotores de um mundo melhor conforme a vontade de Deus.

A importância da Educação Tecnológica

A tecnologia está em todos os lugares, desde o uso do fósforo até o uso da Inteligência Artificial, tão comentada atualmente. E quanto à educação tecnológica? O que se entende sobre esse assunto e qual a sua importância? Vamos aos fatos. 

Primeiro, não podemos limitar a tecnologia apenas ao computador, celular etc. Isso porque o termo tecnologia se refere a toda descoberta em benefício do ser humano, da sociedade e até mesmo da natureza. Mais à frente esclareceremos sobre isso.

Mas a tecnologia também envolve novos recursos e ferramentas que proporcionam aprendizagens sobre diversos assuntos. Por isso que a educação tecnológica está cada vez mais presente no currículo das escolas, em benefício dos alunos e da sociedade.

Com certeza, há muito o que se dizer e não esgotamos esse assunto aqui. Desejamos, no entanto, compartilhar sua importância e apresentar aplicabilidades que desenvolvemos em nossa rede de escolas Mercedárias. Leia, atualize-se e encante-se com esse tema.

O que é educação tecnológica

Antes de tratarmos sobre educação tecnológica, vamos ao significado do termo “tecnologia”. De forma geral, a tecnologia é o conjunto de técnicas, instrumentos e métodos que possibilitam a resolução de problemas por meio da prática do conhecimento científico.

Assim, a tecnologia serve a humanidade em cada tempo e lugar. Por exemplo, a descoberta da vacina contra a Covid 19; transplantes; próteses de membros e até o quadro negro e o giz são tecnologias, todas frutos de descobertas em benefício das pessoas. 

A partir dessa ótica, a educação tecnológica é a modalidade educacional oferecida a partir de ferramentas e recursos tecnológicos, usada em benefício da prática pedagógica com a finalidade de aplicar diversos conteúdos do currículo para crianças e adolescentes.

O interessante da educação tecnológica é que, à medida que os estudantes ampliam o seu conhecimento sobre inovação tecnológica, eles se tornam mais aptos para interagir com o universo digital, uma vez que a tecnologia, internet e cultura digital estão interligadas.

O impacto da educação tecnológica para os alunos

Agora vamos às questões práticas sobre educação tecnológica:

As crianças já interagem bem com as mídias digitais, mas elas passam a aprender temas educativos através de games, com realidade virtual e aumentada, desbravando a robótica etc.

Os adolescentes como pesquisadores através do uso da Inteligência Artificial, participando de feiras tecnológicas, aplicando o método Maker, desenvolvendo games e interligando tudo com o currículo do ano correspondente. 

Dessa forma, a educação tecnológica ensina os estudantes maneiras de resolver problemas com o auxílio de técnicas e ferramentas inovadoras. É um processo inovador para o desenvolvimento integral e a aplicação da tecnologia a serviço da vida.

Por fim, a educação tecnológica impacta também nos relacionamentos interpessoais porque ela promove a descoberta de competências e habilidades não apenas intelectuais, mas de liderança, solidariedade e trabalho em grupo por meio de jogos tecnológicos específicos.

Ações tecnológicas do Colégio Mercedário

O Colégio Mercedário acompanha com responsabilidade as inovações em benefício do aprendizado de seus alunos. Mesmo porque o ser humano de hoje é conectado a novas tecnologias e a educação precisa formá-lo dentro dessa realidade.

Logo, com o objetivo de formar nossas crianças e adolescentes a manusear e controlar as ferramentas tecnológicas, proporcionamos desde cedo a educação tecnológica com uma plataforma especializada, que alcança todas as idades.

Para isso, desenvolvemos diversas iniciativas:

  • Robótica e cultura Maker;
  • Feira Cultural;
  • A impressão 3D;
  • Conteúdo no livro digital;
  • Vídeo aulas na plataforma para treinarem em casa.

Tudo bem isso orientado de acordo com a idade e a finalidade educativa.

Por fim, acreditamos que o divertimento oferecido pela tecnologia pode se associar à educação! Assim, passo a passo, nossos alunos serão produtores em potencial de ferramentas inovadoras a seu favor e em benefício do próximo.

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Série Virtudes no dia a dia: a ordem

Santo Agostinho diz que a paz é a tranquilidade da ordem. Essa afirmação nos abre inúmeras possibilidades de interpretação, mesmo para quem não acredita em Deus.

Imagine que você está atrasado para um compromisso e não acha a chave do carro em meio a desordem de sua casa. Você perde logo a paz. Assim, a desordem nos desestabiliza, já a ordem nos pacifica.

Mas em um nível espiritual, o que significa a ordem? Que benefício essa virtude tem em nossa vida e nos afazeres cotidianos? Segue essa série e você ficará um especialista não apenas nessa virtude, mas em todas as outras.

Significado da virtude da ordem

Antes de tratarmos sobre a virtude, vamos percorrer um caminho de aprendizagem em torno da palavra ‘ordem’. O dicionário tem várias explicações: disposição ordenada das coisas; regras, leis, comando, hierarquia, tranquilidade, paz, organismo, como a OAB etc.

Se olharmos bem, todas as explicações tratam a ‘ordem’ como algo estruturado, reto. A ordem também pode se referir a disposição de coisas em um lugar qualquer. Por exemplo, onde ficam as chaves dentro de casa? Em um lugar estabelecido para elas.

E para um cristão, o que significa a virtude da ordem? Para responder é preciso estabelecer prioridades. Na vida cristã, a ordem começa quando colocamos Deus em primeiro lugar, ou seja, somos e fazemos tudo a partir desse conceito: Deus é amor e o Senhor da minha vida.

Às vezes, isso implica certa desordem, quando, por exemplo, aos domingos, oriento todos os meus afazeres domésticos e sociais a partir da Santa Missa. A casa, a roupa para lavar ou até o descanso esperam, mas tudo se ordena pela celebração da Eucaristia. 

Faça-se a ordem…

A ordem, apesar de envolver também disciplina e organização, é resultado do seguinte questionamento: quais as prioridades da minha vida? E a resposta cristã nos orienta para Deus, família, trabalho, saúde, amigos, vida, projetos pessoais etc.

De forma que tudo seja ordenado, organizado para esses fins. Se sou de Deus, preciso rezar; se tenho família, dou o melhor para eles; no trabalho, busco crescer e testemunhar bem o meu serviço. Assim, a virtude da ordem planta o amor e suas consequências na vida humana.

Então, realiza-se na vida a experiência de ver a desordem se transformar, porque qualquer pessoa, em qualquer momento da vida, pode praticar essa virtude, basta ordenar sua vida a partir das prioridades, tendo como fonte o próprio Deus.

Por fim, é interessante lembrar que do nada, Deus fez a criação (cf.Gn.1,2). Ele colocou tudo em ordem e ordenado para o bem, com destino e função. Portanto, ordem não significa perfeição logística, mas organização interior em vista de um bem, isso é uma virtude.

Ordene o coração para o bem!

Talvez você esperasse uma lista longa de ordens a fim de praticar essa virtude. Porém, mais do que colocar tudo no devido lugar e manter, a virtude da ordem é a expressão de uma serenidade, uma harmonia consigo e com os objetivos abraçados em vista do bem.

Claro que isso pede disciplina, organização, planejamento e conscientização tanto da graça de Deus, que nos constituiu seus filhos, como das responsabilidades pessoais do dia a dia, porque a virtude da ordem nos conduz à educação do espírito e da vida humana.

Mas uma virtude nunca nos engessa, ela nos conduz, nos orienta e nos liberta. Haverá dias ruins e bons, organizados e desorganizados, no entanto, se há amor de Deus, existe conserto. Então, olhe para Cristo, reveja suas prioridades, tome decisões e as ordene. 

Ensino Fundamental: Tudo o que você precisa saber sobre essa etapa

O Ensino Fundamental é a etapa mais longa da Educação Básica, com nove anos de duração e atende estudantes entre 6 e 14 anos. Portanto, são crianças e adolescentes que passam por uma série de mudanças em todos os aspectos até chegar ao ensino médio.

A legislação educacional que orienta essa fase da vida escolar enfatiza bem que acontecem diversas transições ao longo das etapas da Educação Básica – saída da pré-escola, entrada no ensino fundamental anos iniciais e finais – que devem ser observadas.

Por isso, esta nova fase precisa ser respeitada para que exista equilíbrio entre as mudanças físicas, psicológicas e emocionais em interação com o desenvolvimento cognitivo. Quem tem filhos adolescentes sabe bem das mudanças de que tratamos.

Assim, além do acompanhamento dos pais, um suporte educacional é fundamental neste período da vida estudantil porque memórias serão construídas e acompanharão o aluno durante toda a sua vida. 

Vamos, então, juntos nesta jornada?! Veja o que preparamos para você neste post.

Ensino Fundamental – uma fase de transições

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Fundamental fala sobre a importância de valorizar as situações lúdicas de aprendizagem que aconteceram na Educação Infantil durante a passagem para o ensino fundamental.

Como citamos, o Ensino Fundamental é a fase mais longa. A criança entra aos 6 anos e sai aos 14 para o Ensino Médio. Por isso, é tão importante valorizar a fase anterior para que a criança aos poucos se adapte às novas realidades. 

Veja pontos fundamentais em cada etapa do Ensino Fundamental:

#Ensino Fundamental – Anos iniciais

A criança sai da pré-escola e ingressa no primeiro ano do ensino fundamental. Ela passa pela primeira transição formal no ambiente escolar. Nessa fase, começam novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos.

Há maior desenvoltura, autonomia nos movimentos e os deslocamentos ampliam suas interações com o espaço; a relação com múltiplas linguagens, incluindo os usos sociais da escrita e da matemática, permite a participação no mundo letrado e a construção de novas aprendizagens, na escola e para além dela;

As características dessa faixa etária movimentam um trabalho no ambiente escolar que se organiza em torno dos interesses das crianças, de suas vivências e experiências para que elas possam progredir em conhecimento e significados importantes para a vida e o convívio social.

#Ensino Fundamental – Anos finais

Agora, temos uma nova transição formal: a saída do quinto para o sexto ano. A mudança de um ou dois professores para um corpo docente com disciplinas específicas. Nessa etapa, o adolescente se depara com desafios mais complexos, principalmente no contato com diferentes lógicas de organização dos conhecimentos relacionados às áreas. 

Nos Anos Finais, as aprendizagens ampliam as práticas de linguagem conquistadas no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, incluindo a aprendizagem de Língua Inglesa, como também o aprofundamento da reflexão crítica sobre o conhecimento de cada área específica. 

Essa etapa é o divisor de águas para o Ensino Médio, por isso ocorre uma proposta mais sólida, analítica, exigindo mais empenho do aluno e ao mesmo tempo provocando uma maior autonomia para que ele compreenda e participe mais do mundo ao seu redor.

Formação do alicerce

O Ensino Fundamental é uma fase importante, singular e palco de inúmeras transformações na vida de cada aluno. Essas mudanças próprias implicam na compreensão da criança e do adolescente como sujeito em desenvolvimento.

De forma que essas transformações não podem ser ignoradas, mas acolhidas e acompanhadas, uma vez que elas formam a identidade e inserem o indivíduo em uma cultura própria, que o levará a diferentes modos de inserção social.

Por isso que a BNCC insiste em falar sobre transição ao longo de todo o processo! E estabelece a educação integral como base para a formação do indivíduo, porque não basta ensinar a escrita, o cálculo e o conhecimento do mundo, mas agregar tudo isso à construção do cidadão autônomo, crítico e participativo.

Ensino Fundamental à altura dos desafios!

Segundo a BNCC, todo esse quadro que apresentamos acima impõe à escola desafios ao cumprimento do seu papel em relação à formação das novas gerações. Logo, é importante que a instituição escolar cumpra seu papel com compromisso e responsabilidade.

Além de que o mundo está povoado pela linguagem digital – outra realidade que precisa de aprendizagem e orientação educacional. E a escola tem o compromisso de ajudar os estudantes a usar de forma produtiva e coerente essas novas ferramentas educativas.

E a Escola Mercedária oferece todo suporte para o desenvolvimento do seu filho (a) nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental. Para nós, há continuidade do trabalho realizado na Educação Infantil, com aumento progressivo e bem organizado dos conteúdos propostos pela BNCC.

Nossa escola sabe o quanto essa fase solidifica o saber e auxilia na construção da pessoa humana. Por isso, dispomos de projetos, professores, espaço físico e tantas outras atividades que favorecem o pleno desenvolvimento da pessoa segundo o Coração de Deus.

Então, que tal entrar conosco nesta jornada de crescimento e aprendizado?!

Veja este material: Como manter uma rotina de estudos bem planejada?

Educação Infantil: o que a criança precisa aprender nessa fase

Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Educação Infantil é o início e o fundamento do processo educacional. Assim, a educação formal começa nesse período da vida infantil e essa é base para todo o processo de ensino e aprendizagem.

De forma que é fundamental assistir bem cada criança, para que elas ganhem as primeiras motivações para aprender, e o educar e cuidar estejam em sintonia no processo educativo, como cita também a BNCC.

Assim, trazemos neste post algumas luzes sobre essa fase da infância também com um olhar diferenciado de quem acredita o quanto as crianças são a esperança de um futuro melhor e reflexo do Reino dos Céus hoje (cf. Mt.14,19). Confira!

Importância da educação infantil

As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009)27, em seu Artigo 4º, assim definem a criança:

“…sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.”

A partir dessa definição, compreendemos o quanto é importante respeitar a criança e a reconhecer como pessoa em desenvolvimento dentro de um contexto familiar, social e cultural. Mas, isso tudo, sem abrir mão da brincadeira e do lúdico como meio de aprendizagem.

E as DCNEI determinam dois eixos estruturantes nesta etapa da Educação Básica: as interações e a brincadeira. Essas são experiências que ajudam as crianças a construir e apropriar-se de conhecimentos que possibilitam aprendizagem, desenvolvimento e socialização com outras crianças e com os adultos.

Junto a esses eixos estruturantes, a BNCC agregou 6 direitos de aprendizagem aplicados à educação infantil, são eles:

  • Conviver;
  • Brincar;
  • Participar;
  • Explorar;
  • Expressar;
  • E conhecer.

Tudo isso com o objetivo de construir identidade como pessoa em desenvolvimento.

Assim a educação infantil abre portas, apresenta espaços de socialização, promove as primeiras experiências tendo em vista a educação integral. Então, essas experiências não se limitam a ocupar um espaço na infância, mas encaminhá-la para um sadio e feliz crescimento. 

Como acompanhar a criança na fase inicial

Talvez você tenha se surpreendido com as orientações que apresentamos acima. Realmente, nem sempre a educação infantil foi vista como um espaço de aprendizagem assim, mas como lugar de passagem até que a criança começasse a ser alfabetizada.

Por isso, a escolha da escola e o acompanhamento dos pais é fundamental neste período. Começando pela escola, observe os espaços onde a criança estará, desde a sala de aula até as áreas recreativas, pergunte-se se eles favorecem o cuidar e o educar.

Depois, conheça a proposta da escola, seus valores, parâmetros, projetos para a educação infantil e pesquise com outros pais para validar a instituição através da experiência de outros. Por fim, observe sua criança e o desenvolvimento dela ao longo dos meses.

Esse acompanhamento não é difícil, nem pode ser negligenciado. A própria criança apresenta sinais de satisfação ou não com o ambiente escolar, as relações com seus pares e com os adultos; aos pais cabe observar se as atividades propostas estão em união com o que a legislação para a educação infantil propõe. 

Colégio Mercedário, o lugar da criança feliz!

O Colégio Mercedário tem um olhar diferente para a Educação Infantil. Além do que pede a legislação, nosso foco é o desenvolvimento  integral da criança de 02 a 05 anos através do favorecimento de: 

  • Potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas; 
  • Como também de suas capacidades de relação interpessoal e de conhecimento mais amplo da realidade social e cultural, contribuindo para a formação de crianças felizes e saudáveis.

Dessa forma, o Currículo da Educação Infantil contém um conjunto de atividades desenvolvidas através de temas escolhidos pelo professor a partir de um conjunto de temas cíclicos ou por temas ocasionais, gerados em vista dos interesses dos alunos.

Através de registro, o desenvolvimento físico, psicológico e a socialização da criança são apresentados aos pais em relatórios bimestrais. Também, a Educação Infantil oferece aulas de educação física, musicalização e Inglês para as turmas da Pré Escola.

Para o Colégio Mercedário, a criança é a meta, foco e o objetivo de todo o processo de ensino e aprendizagem. Tudo isso sem desconsiderar em nenhum momento o valor dela como pessoa antes de tudo amada por Deus e presenteada para sua família.

Sendo assim, o Colégio Mercedário oferece os eixos propostos pela BNCC para a criança na educação infantil em um ambiente que respira fraternidade, solidariedade e diversão. Além disso, contamos com a força inspiradora o Evangelho e a espiritualidade mercedária.  

Este conteúdo sempre vale a pena visitar: O que fazer com as crianças nas férias?

Virtudes no dia a dia: Por que preciso ser virtuoso?

Não é comum a gente elogiar uma pessoa dizendo que ela tem muitas virtudes. Normalmente, falamos que ela é boa, justa, honesta, simpática, agradável ou, para resumir, ‘gente muito boa’.

Isso acontece porque desconhecemos que todas essas qualidades têm sua origem exatamente nas virtudes que de forma geral são qualidades presentes em toda pessoa que pratica o bem, faz o certo, de maneira correta, pensando em si e no outro.

Daí temos o primeiro alerta sobre as virtudes: assim como um atleta se esforça para alcançar uma meta por meio dos exercícios corporais, da mesma forma, para se alcançar certa virtude, é preciso prática, ascese, sacrifício etc. 

E como as virtudes são urgentes hoje, em uma sociedade agitada, com pessoas estressadas e ao mesmo tempo carentes de boas condutas! Então, preparamos esta série para nos ajudar a conviver melhor apesar de tantos obstáculos. Confira. 

Significado de virtudes

Segundo Aristóteles, virtude é uma característica própria e definidora do ser humano, cuja realização consuma a excelência ou perfeição deste, e Santo Agostinho reforça que virtude é a disposição para o amor, entendida como a essência e finalidade suprema do espírito humano. 

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, a virtude é:

“Uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si com todas as forças sensíveis e espirituais […]” (CIC §1803).

Sendo assim, virtudes são bons hábitos. Agora, algumas são próprias da natureza humana, ou seja, todas as pessoas possuem; e outras são dons divinos, estão ligadas diretamente a Deus e concedidas por Ele a algumas pessoas em especial. 

Por exemplo, falar a verdade é uma virtude que se adquire com muito esforço, qualquer pessoa pode alcançá-la e estará servindo a Deus ainda que não pratique a religião. Já a caridade é um dom particular, nem todos a têm e ela explica Deus sem muitas palavras.

Mas tanto as virtudes naturais como as sobrenaturais têm sua fonte em Deus, que é o bom por excelência (cf.Mc.10,17). Assim, se alguém deseja a virtude da honestidade, alcança com o exercício, e se outro deseja a paciência, deve suplicar a Deus e se dispor aos testes necessários para esse fim. 

Classificação das virtudes

Acima falamos sobre virtudes naturais e sobrenaturais. É assim que se classificam as virtudes, mas existem outros termos mais conhecidos: virtudes cardeais e virtudes teologais. São diferentes, mas estão interligadas e trabalham juntas para o bem.

Assim, as virtudes naturais ou cardeais são as que se alcançam pela prática, através da disciplina e autodeterminação. Virtudes cardeais porque são centrais, orientadoras, como os quatro pontos cardeais e são elas: a prudência, a temperança, a justiça e a fortaleza.

Já as virtudes sobrenaturais ou teologais foram colocadas dentro de nós através do Batismo. ‘Teo’ significa Deus, então são virtudes divinas, nada menos que a caridade, a fé  e a esperança, mas nem por isso são mais fáceis de serem praticadas.

As virtudes teologais aumentam à medida em que nos aproximamos de Deus e praticamos o Evangelho. O resultado das virtudes teologais é o fortalecimento das virtudes cardeais. As duas virtudes são necessárias, caminham juntas, mas pedem atenções diferentes.

Como praticar a virtude

O Catecismo ainda diz que “pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem” (§ 1804). Se as virtudes estão ligadas ao bem, então podemos praticá-las em todas as ações e em todo lugar, ou seja, do nascer ao pôr do sol. 

Por exemplo, as virtudes cardeais estão em constante ação, tanto em benefício pessoal como na prática dos bons costumes. No trabalho, o quanto a fortaleza é útil no contato com outras pessoas, sem falar na justiça que é dar a cada um o que lhe é de direito.

Imagine-se no trânsito, na escola, na rua, no lazer etc., tendo que ser sóbrio, moderado e para isso a temperança é a virtude certa. Por outro lado, não se vive sem a fé, a esperança e a caridade, virtudes próprias do cristianismo e que nos fazem amigos e filhos de Deus.

Ainda mais os pais no dia a dia são os primeiros catequistas de seus filhos e precisam dar exemplo de fé e caridade para que as crianças, sem enxergar, tenham as primeiras luzes sobre quem é Deus e sua importância na vida humana.

Seja conhecido por sua virtude

Virtudes, qualidades e sentimentos dão colorido, força e vida, facilitam o relacionamento entre os humanos e os aproximam da perfeição plena, que é Deus. Talvez ainda não esteja claro quais são as virtudes cardeais e teologais, mas elas serão temas para outros textos.

Por hora, veja algumas oportunidades que existem para a prática das virtudes. Não é possível elencar muitas, porque há uma lista imensa, abaixo são apenas exemplos que acontecem todos os dias:

  • Educação é uma virtude então gestos: deixar alguém passar à sua frente na fila; oferecer um assento etc.; dizer ‘bom dia; com licença, obrigada, por favor etc. são sinais virtuosos;
  • Evitar fofocas é uma virtude rara e que alcança muitas outras como o respeito ao outro; combater fake news ou não aceitar notícias que não sejam de fontes confiáveis;
  • Praticar a gentileza no trânsito: um gesto virtuoso; não julgar o outro pela aparência; cuidar do meio ambiente; preocupar-se com os animais; respeitar o idoso e proteger as crianças;

Você até pode dizer que esses gestos são uma obrigação de cada pessoa. De fato, mas a prática não acontece assim, portanto fazer o bem e perseverar nele é investir em virtudes que, ao final do dia, ajudam a consciência a repousar em paz.

Por fim, que virtudes você tem e quais deseja alcançar? Até o próximo post, você pode observar que pequenos gestos são sinais de virtude em sua vida. 

O que é ser missionário no século XXI?

O mês missionário é um tempo em que toda a Igreja, espalhada nos quatro cantos do mundo, revigora suas forças para o anúncio do Evangelho a todas as pessoas.

Este ano o Papa Francisco escolheu como tema: Corações ardentes, pés a caminho (Lc 24,13-15), inspirado nos discípulos de Emaús que, através do encontro com Cristo na Palavra e na eucaristia, revigoraram suas forças, levantaram-se e seguiram para Jerusalém.

Da mesma forma precisa caminhar cada cristão, com olhos fixos em Jesus e certos da responsabilidade que o Amor nos impõe de evangelizar. Mas como ser missionário no século XXI diante de tanto relativismo e esfriamento da fé? 

Veja como isso é possível a partir deste post.

O que é o mês missionário

Durante o ano litúrgico, a Igreja nos conduz e propõe diversos temas que são importantes para nossa fé. Por exemplo, em maio, dedicamos atenção à Nossa Senhora; em agosto, às vocações; em setembro, à Palavra e, em outubro, às missões.

Desde 1926 que o Papa Pio XI instituiu o Dia Mundial das Missões para que toda a Igreja tenha consciência do dom de ser missionário, da mais distante capela até os santuários. E para isso convida todo o povo de Deus a refletir e renovar o ardor missionário no coração. 

Uma vez que é no coração de cada batizado que brota a missionariedade, ou seja, o anúncio do Evangelho a partir de uma experiência pessoal, e a própria Igreja, em sua essência, é por natureza missionária. Portanto, a missão integra nossa identidade cristã.

Segundo a Ir. Regina da Costa Pedro, diretora nacional das POM, o mês missionário reforça a experiência central da identidade missionária da Igreja e nos recorda que todos podem colaborar concretamente com o movimento missionário através da oração e da ação.

Missionários e a missão Ad Gentes

Além de sermos filhos de Deus, somos também filhos de um tempo, de um momento histórico, que carrega desafios próprios para a evangelização. E a humanidade hoje necessita mais do que nunca conhecer a mensagem de paz que o Salvador oferece.

E tanto aquela pessoa que vive em um país cristão, como o Brasil, por exemplo, mas principalmente aquele que está além-fronteiras. Ou seja, a missão Ad Gentes necessita conhecer a proposta do evangelho e a dignidade que ela dá a toda pessoa humana.

No entanto, diferente de outros tempos, hoje é preciso compreender o contexto sociocultural em que as pessoas vivem e preparar-se para falar de Jesus Cristo com ardor missionário, mas também através de novos meios de evangelização.

Assim, a missão Ad Gentes preza pelo preparo do missionário para que ele saiba dialogar, respeitar cada pessoa e evangelizar através do testemunho e de ações concretas, entre elas o socorro aos mais necessitados, aqueles que estão à margem da sociedade.

E a Igreja no Brasil tem se dedicado a servir e evangelizar as nações mais pobres nos lugares mais longínquos do mundo. É a chamada Missão Ad Gentes, uma das quatro prioridades do serviço missionário que integra o Programa Missionário Nacional (PMN).

Mensagem do Papa para o mês das missões

Todo ano o Papa Francisco nos sugere uma reflexão no mês missionário. Este ano, ele nos apresenta a experiência dos discípulos de Emaús e diz que é possível perceber a transformação dos discípulos a partir de três ações presentes no Evangelho de Lucas.

  1. Corações ardentes “quando nos explicava as Escrituras”: a Palavra de Deus ilumina e transforma o coração na missão; o Senhor está perto de cada missionário e sabe de suas lutas e dores, é preciso acreditar em Sua presença sempre.
  2. Olhos que “se abriram e O reconheceram” ao partir o pão: Jesus na Eucaristia é o ápice e fonte da missão. E, ao mesmo tempo, o missionário é chamado a partir o pão a exemplo do Mestre com outros irmãos e a acreditar que o milagre acontecerá.
  3. Pés a caminho, com a alegria de proclamar Cristo Ressuscitado: a eterna juventude de uma Igreja sempre em saída. A imagem de pôr os pés ao caminho, diz o Papa, recorda-nos mais uma vez a validade perene da missio ad gentes, a missão confiada pelo Senhor ressuscitado à Igreja: evangelizar toda pessoa e todos os povos, até aos confins da Terra.

Dessa forma, somos convidados a parar, acolher, refletir e responder ao apelo do Senhor que nos chama constantemente para junto de Si e nos envia a fazermos os mesmos com nossos irmãos e irmãs em qualquer lugar onde estivermos.

Ide da Igreja local aos confins do mundo!

No dia 22 de outubro é comemorado o dia mundial das missões! E as Igrejas de todo o mundo fazem suas doações para colaborar com o Papa em seus projetos de missão em quase 1.120 dioceses pobres no mundo. 

Em 2022, a Igreja do Brasil arrecadou mais de 7 milhões em recursos financeiros, que ajudaram centenas de projetos missionários nos países mais necessitados. As Pontifícias Obras Missionárias (POM) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) organizam durante o mês de outubro a Campanha Missionária. 

Assim, as arquidioceses, dioceses e prelazias são convidadas a promover ações locais que animem as comunidades a colaborar com projetos missionários, que atuam nas áreas de assistência social e evangelização, nos países mais carentes do mundo.

Do mais, como disse Dom Pedro Casaldáliga numa poesia orante:

“Se sou batizado, sou missionário, se não sou missionário, não sou cristão”.

Logo, nossa ajuda começa pelo testemunho do nosso batismo e se confirma quando estendemos a mão ao outro.

Sínodo da Sinodalidade – 2021 a 2024: o que você precisa saber como católico

Sinodalidade não é apenas uma palavra em alta entre os bispos, mas a atitude de uma Igreja a caminhoem saída, como nos pede o Papa Francisco desde o início do seu pontificado.

Mas você sabe o que isso significa? Em 10 de outubro de 2021, o Santo Padre convocou o Sínodo da Sinodalidade com o tema: “Por uma Igreja sinodal: Comunhão, Participação e Missão”.

A intenção dele é que toda a Igreja reflita sobre se estamos caminhando juntos e como fazemos isso. Para tanto, é preciso que todo o povo de Deus – bispos, sacerdotes, religiosos, leigos, homens, mulheres, adultos, jovens – participe desta conversa. 

Já imaginamos que esse diálogo não é fácil e nem rápido. Por isso, são três anos de atividades (2021 a 2024), com diversas fases, em lugares diferentes. 

Entre elas, de 04 até 29 de outubro, em Roma, será a primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária, quando os bispos e outros participantes se reúnem para recolher os frutos dos processos de escuta. Agora, veja neste post o quanto esse assunto é importante! 

O que é o Sínodo da Sinodalidade

“O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio” (Papa Francisco).

A palavra sínodo vem do grego e significa comunhão. Logo, o desejo do Espírito é que caminhemos juntos, tendo Cristo como nosso referencial.

a Igreja Católica, ao longo de sua história, deu passos de aprendizagem sobre a sinodalidade. Foi principalmente no Concílio Vaticano II que ela percebeu com clareza que o melhor jeito de ser e de caminhar, para bem cumprir a sua missão, é o “jeito sinodal”. 

No entanto, essa missão exige preparação e conversão de todos ao projeto de Deus, para vivermos como Jesus e o Pai, em comunhão. O Documento Preparatório (DP) do Sínodo diz que esse caminho é ao mesmo tempo um dom e uma tarefa…mas o Espírito Santo nos guia.

Sendo assim, a sinodalidade permite que todo o povo de Deus caminhe junto, escutando o Espírito e a Palavra, para participar na missão da Igreja e na comunhão que o Senhor deseja para nós. E percorrer juntos este caminho é a melhor forma de testemunhar Cristo.

Objetivos da sinodalidade

A Igreja reconhece que a sinodalidade é parte essencial de sua verdadeira natureza. A comunhão explica-se nos Concílios ecuménicos, nos Sínodos dos Bispos, nos Sínodos diocesanos e nos conselhos diocesanos e paroquiais que marcam a história. 

Mas diante das constantes mudanças, o Sínodo não pode se limitar a documentos, nem reuniões. Por isso, que o DP faz questão de ressaltar que a sinodalidade não é um slogan, mas um estilo, uma forma de ser pela qual a Igreja vive no mundo.

Logo, o objetivo deste Processo Sinodal não é proporcionar uma experiência temporária ou única de sinodalidade, mas proporcionar uma oportunidade para todo o Povo de Deus discernir em conjunto como progredir no caminho para ser uma Igreja mais sinodal a longo prazo (DP 1.3).

Dessa forma, o atual Sínodo tem como meta escutar, com todo o Povo de Deus, o que o Espírito Santo está a dizer à Igreja, sem preocupar-se em apenas produzir um documento, mas fazer florescer a esperança, a confiança e tecer relações novas e mais profundas (DP 32)

Tema do Sínodo

O tema do Sínodo é “Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão”. Essas três dimensões do tema estão profundamente ligadas; são pilares que sustentam a sinodalidade, sem hierarquia entre elas, ao contrário, elas se enriquecem e se orientam.

Para melhor compreensão, o Documento Preparatório esclarece bem o significado: 

#Comunhão

A comunhão que partilhamos encontra as suas raízes mais profundas no amor e na unidade da Trindade. Juntos, somos inspirados pela escuta da Palavra de Deus, através da Tradição viva da Igreja, e com base no sensus fidei que partilhamos. Todos temos um papel a desempenhar no discernimento e na vivência do chamamento que Deus faz ao seu povo.

#Participação

Um chamamento ao envolvimento de todos os que pertencem ao Povo de Deus – leigos, consagrados e ministros ordenados – para se empenharem no exercício de uma escuta profunda e respeitosa uns dos outros. Esta escuta cria espaço para ouvirmos juntos o Espírito Santo e guia as nossas aspirações para a Igreja do Terceiro Milênio. 

#Missão

Este Processo Sinodal tem uma dimensão profundamente missionária. Empenha-se em deixar que a Igreja testemunhe melhor o Evangelho, especialmente com aqueles que vivem nas periferias existenciais do nosso mundo. 

Deste modo, a sinodalidade é um caminho pelo qual a Igreja pode cumprir mais frutuosamente a sua missão de evangelização no mundo, como fermento ao serviço da vinha do Reino de Deus.

Os passos do Sínodo

A sinodalidade não é um sonho, porém um caminho a percorrer, com passos concretos, que têm ações bem definidas, em vários momentos ao longo de três anos. Lembremos sempre que exige o esforço de cada um de nós que amamos Jesus e a sua Igreja.

A primeira fase do Processo Sinodal é uma fase de escuta nas Igrejas locais. Após a celebração de abertura, que aconteceu em Roma, no sábado, 9 de outubro de 2021, começou a fase diocesana em 17 de outubro de 2021. 

Grande parte da riqueza desta fase de escuta veio de discussões entre paróquias, movimentos laicais, escolas e universidades, congregações religiosas, comunidades cristãs de bairro, ação social, movimentos ecumenicos e inter-religiosos e de outros grupos.

Após a fase diocesana, as Conferências Episcopais e os Sínodos das Igrejas Orientais são chamados a discernir e elaborar uma síntese mais ampla através de uma Reunião Pré-Sinodal da sua responsabilidade. Estas sínteses serão então base para a primeira edição do Instrumentum Laboris, que será publicado pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos.

Começa então a fase continental

Este Instrumentum Laboris inicial será o “documento de trabalho” para as sete reuniões continentais: África (SECAM), Oceânia (FCBCO), Ásia (FABC), Médio Oriente (CPCO), América Latina (CELAM), Europa (CCEE) e América do Norte (USCCB e CCCB). 

Estas sete reuniões internacionais produzirão, por sua vez, sete Documentos Finais que servirão de base para o segundo Instrumentum Laboris que será utilizado na Assembleia do Sínodo dos Bispos em outubro de 2023.

A Assembleia do Sínodo dos Bispos

Os bispos e os auditores estarão reunidos com o Papa Francisco na Assembleia do Sínodo dos Bispos em Roma, em outubro de 2023, para falarem e escutarem uns aos outros, com base no Processo Sinodal que teve início a nível local. 

O objetivo do Sínodo dos Bispos não é o de ofuscar a Conferência Episcopal/Sínodo das Igrejas Orientais e as fases continentais, mas o de discernir a nível universal a voz do Espírito Santo que falou em toda a Igreja.

A fase de implementação

Uma vez que este Sínodo visa promover um novo estilo de viver a comunhão, participação e missão da Igreja, a fase de implementação será fundamental para percorrermos juntos o caminho da sinodalidade. 

A esperança é que a experiência do Processo Sinodal dê origem a uma nova primavera para a escuta, o discernimento, o diálogo e a tomada de decisões, de modo que todo o Povo de Deus possa caminhar sob a orientação do Espírito Santo.

Rezemos como Igreja

Por fim, Sinodalidade é esforço e busca coletiva no desejo de aprendermos constantemente a “caminhar juntos” como irmãos e filhos de Deus. É um jeito de ser Igreja em que cada pessoa é importante, tem voz, é ouvida, capacitada e envolvida na realização da missão.

Segundo o diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa (padre Frédéric Fornos)

“… o Papa Francisco nos convida a rezar para que ‘a escuta e o diálogo’ sejam o ‘estilo de vida em todos os níveis’ da Igreja, pois é uma graça…” 

E essa escuta começa pela oração, logo todos precisamos rezar porque os frutos da sinodalidade alimentará todos nós e fortalecerá nossa alma para caminharmos melhor diante dos desafios dos tempos atuais.

Façamos juntos a oração pelo Sínodo:

Aqui estamos, diante de Vós, Espírito Santo: estamos todos reunidos no vosso nome. Vinde a nós, assisti-nos, descei aos nossos corações. 

Ensinai-nos o que devemos fazer, mostrai-nos o caminho a seguir, todos juntos. Não permitais que a justiça seja lesada por nós pecadores, que a ignorância nos desvie do caminho, nem as simpatias humanas nos torne parciais, para que sejamos um em Vós e nunca nos separemos da verdade. 

Nós Vo-lo pedimos a Vós que, sempre e em toda a parte, agis em comunhão com o Pai e o Filho pelos séculos dos séculos. Amém.