A Ordem dos Padres Mercedários esteve de 30 de abril a 14 de maio reunida em Roma em Assembleia capitular. Frades de 23 países representando mais de 150 comunidades e 160 paróquias espalhadas em várias partes do mundo avaliaram a caminhada da família mercedária, debateram e refletiram sobre os vários desafios em seu apostolado e, fiéis a seu carisma, renovaram seus compromissos de evangelização, escutando a voz do Senhor. A Rádio Vaticano – Vatican News ouviu o padre frei Reginaldo Roberto Luiz
Ouça a entrevista a padre frei Reginaldo Roberto Luiz
A Ordem de Nossa Senhora das Mercês, mais conhecida no Brasil como Ordem dos Padres Mercedários, concluiu no último sábado seu 17º Capítulo Geral, realizado em Roma de 30 de abril a 14 de maio. A Assembleia capitular, em plena sintonia com a origem mariana da família mercedária, teve como tema “Fazei tudo o que Ele vos disser”.
O Capítulo Geral é sempre um momento particularmente importante na vida de uma congregação, instituto ou ordem religiosa, ocasião em que alguns de seus membros, representando as várias comunidades espalhadas nas diferentes realidades em que se encontram, fazem uma avaliação de sua caminhada, debatem e refletem sobre os vários desafios que se lhes apresentam em seu apostolado de evangelização e, a partir daí, traçam as linhas e diretrizes pastorais para os anos seguintes.
Durante o capítulo, os padres mercedários foram recebidos pelo Santo Padre no sábado, 7 de maio, no Vaticano, ocasião em que o Papa Francisco os encorajou a olhar as dificuldades e a realidade com esperança, e a recomeçar todos os dias.
Na reta final dos trabalhos capitulares, o padre frei Reginaldo Roberto Luiz, que é conselheiro geral, postulador geral e secretário geral de pastoral da Ordem dos Padres Mercedários, concedeu uma entrevista à Rádio Vaticano – Vatican News.
Inicialmente, frei Reginaldo falou-nos sobre como se estruturou este 17º Capítulo Geral e destacou-nos os temas candentes que nortearam os trabalhos capitulares (ouça na íntegra clicando acima).
O provincial dos Padres Mercedários no Brasil, padre frei John Londerry, em entrevista concedida à Rádio Vaticano – Vatican News fala-nos sobre a celebração deste centenário da Família Mercedária em nosso país, a atualização do carisma da Ordem, os desafios pastorais e a realidade das vocações no Brasil. Destaca-nos, também, o grande trabalho de evangelização feito pelas irmãs mercedárias.
Ouça a entrevista ao provincial dos Mercedários no Brasil
Fundada em 1218 por São Pedro Nolasco, a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, mais conhecida no Brasil como Ordem dos Padres Mercedários, está vivendo este 2022 um ano muito especial em nosso país, porque está celebrando 100 anos de presença no Brasil.
Recentemente, a Ordem Mercedária celebrou em Roma seu 17º Capítulo Geral, realizado de 30 de abril a 14 de maio, durante o qual foi recebida pelo Papa Francisco. A assembleia capitular, em plena sintonia com a origem mariana da família mercedária, teve como tema “Fazei tudo o que Ele vos disser”.
Um dos frades capitulares desta assembleia foi o provincial dos Padres Mercedários no Brasil, padre frei John Londerry. Entrevistado pela Rádio Vaticano – Vatican News, ele falou-nos, entre outros, sobre a celebração deste centenário, a atualização do carisma da Ordem, os desafios pastorais e a realidade das vocações no Brasil.
Ao apresentar-nos a Província dos Padres Mercedários no Brasil, padre frei John Londerry começa por destacar estes 100 anos de presença da Ordem Mercedária em terras brasileiras (ouça na íntegra clicando acima).
Dom Inocêncio López Santamaria, bispo que viveu no sertão do Piauí combatendo a fome, a seca e o analfabetismo, pode virar santo.
Uma equipe de Roma, contratada pela Ordem Mercedária do Brasil, exumou em fevereiro os restos mortais do religioso espanhol, que viveu por 27 anos no município de São Raimundo Nonato (a 517 km de Teresina). Santamaria morreu de câncer em 1958, aos 83 anos, em Salvador. Um dos milagres atribuído a ele seria um bebê que acordou do coma.
A exumação do corpo de dom Inocêncio faz parte do processo de beatificação e canonização autorizada pelo papa Francisco.
O bispo entra na lista de “servo de Deus” assim como Dom Helder Câmara, arcebispo de Recife (PE), Odete Vidal de Oliveira (Odetinha) e Zilda Arns. Todos vão passar por uma análise criteriosa da igreja Católica para serem beatos [se houver a confirmação de um milagre] e em seguida declarados santos [se comprovados dois milagres].
No Brasil, há seis religiosos canonizados. Outros 30 serão elevados a santos em outubro deste ano, conforme anunciou o Vaticano na última quinta (2). Se confirmado, dom Inocêncio será o 37º santo nacional.
Um Tribunal Eclesiástico foi instalado para investigar a vida de Dom Inocêncio que nasceu no dia 28 de dezembro de 1874, na aldeia de Sotovellanos, na província de Burgos, na Espanha.
Os restos mortais do bispo estavam enterrados dentro da catedral de São Raimundo Nonato, em frente ao altar. A cerimônia foi fechada e a catedral isolada.
Os especialistas em exumação do Vaticano encontraram intactos o anel do bispo, seu crucifico e o solidéu vermelho (boina em tecido).
Garrafa com água, uma surpresa
O Frei Rogério Soares, 37 anos, provincial da Ordem Mercedária do Brasil, que acompanha o processo de Dom Inocêncio, contou ao Cidadeverde.com que uma surpresa na exumação foi encontrar uma garrafa com água dentro da sepultura.
“Na ata constava que no sepulcro existia uma garrafa contendo papéis com breve relato de sua vida e quando abrimos a sepultura não encontramos nenhum texto, apenas uma garrafa com água. Isso foi uma grande surpresa”, conta o frei que acompanhou a exumação do corpo.
O próximo passo é levantar a história do bispo e coletar testemunhos de quem conviveu com dom Inocêncio. Cerca de 60 pessoas serão ouvidas, entre eles cinco padres vivos que conheceram o bispo. O processo, que será entregue ao Vaticano, deve durar mais de dois anos.
“A fama de santidade de dom Inocêncio permanece mesmo após 59 anos de sua morte. A sua principal característica é a humildade e a gentileza”, destacou Frei Rogério.
Construiu 28 escolas na zona rural
Dom Inocêncio chegou ao município piauiense em 1931 após andar por 12 dias a cavalo da Bahia ao interior do Piauí. Encontrou uma região em absoluto atraso. Sem energia elétrica, água potável, comunicação e nem estradas – que incluíve o impediu de tomar posse na cidade de Bom Jesus do Gurgueia. Por isso, ficou em São Raimundo Nonato. Frei Rogério Soares conta que Dom Inocêncio construiu mais de 28 escolas somente na zona rural de São Raimundo.
“O bispo tinha uma preocupação muito grande com a educação. Ele trazia professores para dar aula de latim, francês, música para a população pobre e acreditava que a cultura era também uma forma de desenvolvimento”.
Entre os documentos descobertos pelo Tribunal Eclesiástico estão cartas do bispo encaminhadas as autoridades pedindo ajuda para alimentação das famílias, estradas e água.
“Um dos testemunhos conta que Dom Inocêncio chegava a colocar dinheiro em um envelope e pedia alguém para pôr debaixo da porta da família que passava fome. Ele não entregava pessoalmente para evitar o constrangimento”, conta o Frei.
Com sua persistência e ajuda financeira de campanhas, foram construídas mais de 700 km de estradas, escolas em áreas rurais, poços, açudes e capelas entre 1931 a 1958.
Legado de santidade
O padre José Deusdará da Rocha, 75 anos, que foi aluno de Dom Inocêncio, conta que todos os consideravam santo mesmo em vida.
“O povo sempre teve uma devoção por ele e era visto antes de morrer como um santo. Quem conheceu Dom Inocêncio não conseguia se esquecer dele. Ele reunia duas qualidades raramente encontradas em uma só pessoa: a magnificência e a humildade”.
Segundo o padre Deusdará, o bispo era um intelectual e assumiu todos os costumes de São Raimundo Nonato. “Ele gostava muito de umbu e dizia que era a uva do Brasil. Era um homem de oração, não tinha palácio e morava com os outros padres e antecipou preocupação do Vaticano como o clero autóctone, formando vários padres na região”.
Quem também conviveu com Dom Inocêncio foi o padre José Herculano de Negreiros, 73 anos. Ele estuda o sacerdote há cerca de 50 anos e lançou o livro “Dom Inocêncio – o Piauí abriga um santo”.
“Ele era um santo em vida. Uma pessoa calma, meiga, sorridente e acolhedora. Recebia em sua residência desde bêbados a padres, visitava os doentes, os presos e era adorado pelas crianças. Foi um homem que se entregou por inteiro ao sacerdócio”, lembra o padre Herculano Negreiros, que também é da Ordem das Mercês.
No livro, o padre descreve Dom Inocêncio como um homem “determinado, obstinado e incansável”.
“Embrenhava em matas e caatingas expondo ao cansaço, a fome, a sede, e ao calor impiedoso…realizou um duro e austero trabalho humanitário, social e cultural na região”, descreve padre Herculano
Bebê acorda do coma
O bispo é venerado na região e seu túmulo recebe uma peregrinação de fiéis. Há pessoas que caminham descalços sobre o sepulcro em busca de cura para os pés e dores nas pernas.
O frei Rogério Soares informa que há relatos de milagres na região atribuída a intercessão de Dom Inocêncio. Dois casos são emblemáticos. Um aconteceu em outubro de 2016 quando um recém-nascido passou cinco dias em coma, sem temperatura corporal e sua tia, devota de Dom Inocêncio, fez orações pedindo intervenção do bispo e o bebê foi salvo.
Outra suposta graça envolve a recuperação de uma vítima de acidente de motocicleta ocorrido em 11 de março de 2008.
Trechos do livro de padre Herculano
Do alto clero em Madri a vida simples no Piauí
Filho de família pobre, Inocêncio López Santamaria nasceu no dia 28 de dezembro de 1874, na aldeia de Sotovellanos, na província de Burgos, na Espanha. Aos 15 anos foi para o seminário da Ordem de Nossa Senhora das Mercês no convento de Poyo, na Galícia.
Foi ordenado padre aos 22 anos. Sua vocação e dedicação se destacaram na igreja que foi designado vigário provincial e superior do convento de Madri. Dom Inocêncio chegou ao alto escalão e foi nomeado mestre geral da Ordem de Nossa Senhora das Mercês. Por 11 anos, ele morou em Roma. Com a dificuldade de encontrar sacerdote para ocupar o cargo criado em Bom Jesus do Gurgueia, no extremo Sul do Piauí, Inocêncio deixa Madri e com autorização do Papa Pio XI fez uma longa viagem até chegar a região considerada o polígono da seca. No País, ele funda a Congregação das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil.
Uma característica marcante de Dom Inocêncio foi acreditar na superação da pobreza através da educação. Acometido com câncer no fígado, morreu em 9 de março de 1958, no Hospital Espanhol de Salvador, na Bahia. Era um bispo tão adorado que seu velório durou cinco dias passando por cidades da Bahia, Pernambuco até chegar em São Raimundo Nonato. Seu corpo foi sepultado no altar mor da catedral da cidade no dia 14 de março de 1958.
A história da Ordem dos Mercedários na Igreja começa com uma atitude de renúncia de um jovem que recebeu uma valorosa herança, cujo dinheiro usou unicamente em benefício do próximo.
Estamos falando de São Pedro Nolasco. Vamos conhecer sua história e a fundação da Ordem dos Mercedário na Igreja, cujos membros são conhecidos como freis ou frades mercedários.
Uma história de guerra e escravidão
Para compreendermos melhor como foi que tudo começou, precisamos voltar no tempo e olharmos para a realidade vivida por São Pedro Nolasco.
O jovem Pedro viveu em um tempo em que a Europa medieval vivia em guerras constantes, devido à expansão da cultura muçulmana que pretendia dominar o mundo.
Os cristãos precisavam lutar para defender sua fé, já que os árabes haviam tomado o Norte da África, grande parte da Espanha, o sul da França e a Sicília – região da Itália.
Além disso, os árabes sarracenos roubavam dos cristãos os alimentos, os animais, os metais preciosos e o dinheiro. E o mais absurdo: capturavam e prendiam mulheres, crianças e homens. Estes eram vendidos como escravos por um bom preço ou então eram usados como moeda de troca em transações comerciais.
Ao longo de mais de 600 anos, conflitos armados fizeram numerosos prisioneiros cristãos.
Ao mesmo tempo, nestes tempos, surgiram muitos hospitais fundados por Ordens Monásticas, além de centenas de instituições de caridade, que foram estabelecidas por confrarias da Igreja ou por fiéis leigos. O objetivo era sempre ajudar os cristãos cativos a se libertarem dos mulçumanos.
Um desses leigos que fez a diferença nesta dura e infeliz realidade foi o jovem São Pedro Nolasco.
Desde pequeno, São Pedro Nolasco foi caridoso
São Pedro Nolasco nasceu entre 1180 e 1882, em uma família de posses da França. Foi uma criança feliz, mas que amava o silêncio, o recolhimento e a oração.
Outra característica marcante que surgiu na sua infância, e que o acompanhou por toda a vida, foi a prática constante da caridade.
Dessa maneira, o pequeno Pedro Nolasco costumava ajudar com um prato de comida a todos que batiam à porta do castelo onde morava. E não foram poucas as vezes em que tirou o casaco do próprio corpo para entregar a uma criança que sofria com o frio por estar mal agasalhada, nas ruas.
Antes de tudo, para ele, o mais importante era socorrer o próximo, sem se importar consigo mesmo. E quando ele não tinha com o que ajudar, chorava de tristeza.
Na juventude, São Pedro Nolasco mudou-se com a família para a Espanha. Logo começou a acompanhar o pai na tarefa de vender mercadorias pelas cidades litorâneas. Foi então que ele se deparou com uma triste realidade que não apenas causou-lhe espanto, mas que mudou para sempre a sua vida.
Inúmeras vezes ele pôde testemunhar os maus tratos dos cristãos cativos que eram escravizados, negociados como mercadoria, ou mantidos como reféns dos muçulmanos. Pedro Nolasco desejou ardentemente poder ajudar esses irmãos na fé.
Uma herança de redenção
Porém, logo o jovem Nolasco perdeu seus pais e recebeu uma rica herança. Apesar da prática da caridade ser constante em sua vida, ele estava acostumado ao conforto do lar e a ter tudo o que sempre precisou.
Mas isso não o impediu de tomar uma atitude radical. Aqueles que o conheciam, certamente não se surpreenderam, porém para o mundo o que ele fez facilmente pode ser considerado como loucura.
Afinal, qual foi a atitude desse jovem? Pedro Nolasco, em 1203, com apenas 20 anos, começou a usar o dinheiro da sua herança para a redenção dos cativos. E para isso usou até as suas últimas moedas para comprar a libertação dos cristãos. Ele cuidava também para que esses cristãos não perdessem a fé.
Por meio da caridade que realizou, Pedro Nolasco queria configurar-se ao próprio Cristo. Visitou os cativos como Jesus visita, quis libertá-los como Jesus liberta.
Contudo, mesmo depois de 15 anos se dedicando a esse trabalho, Nolasco notou que o número de cristãos que eram feitos escravos só aumentava, dia após dia.
Mas, talvez o que ele não soubesse, é que foram esses 15 anos que permitiram a São Pedro Nolasco ser preparado por Deus para algo grandioso: fundar e cuidar de uma frondosa obra na Igreja, a Ordem dos Mercedários.
Ordem dos Mercedários na Igreja: o chamado
A história relata que na noite do dia primeiro de agosto de 1218, São Pedro Nolasco estava muito inquieto em seu coração. Angustiado com a situação dos cristãos cativos, ele sabia que deveria fazer algo a mais, por isso clamava por uma inspiração divina.
Foi então que Nolasco foi consolado pela Virgem Maria, que naquele momento foi também para ele portadora de um convite do próprio Deus. “É vontade do meu Filho e minha que fundes uma família religiosa para a redenção dos cativos cristãos”.
Assim, o Senhor desejava que São Pedro Nolasco continuasse o seu trabalho em favor da libertação dos cristãos cativos, porém, agora, a partir de uma Ordem Religiosa que ele deveria fundar.
Estamos falando da Ordem de Nossa Senhora das Mercês, também chamada de Ordem da Redenção dos Cativos ou ainda da Ordem dos Mercedários.
Para esta nova Ordem, São Pedro Nolasco teve o apoio do Rei Jaime de Aragão e do Bispo de Barcelona, Dom Berenguer Palau. Contudo, conta-se que também o Rei Jaime havia tido uma visão de Nossa Senhora na qual Ela lhe pedia a fundação de uma Ordem para cuidar dos cristãos detidos pelos muçulmanos.
Além disso, São Raimundo de Penaforte, o confessor de Pedro Nolasco, também o encorajou e o ajudou nesse processo.
O próprio São Pedro Nolasco foi o primeiro a ser investido com o escapulário mercedário da Ordem, branco, em homenagem à pureza da Virgem Maria. Também Dom Berenguer presenteou a nova Ordem dos Mercedários com a cruz da catedral de Barcelona. Já o Rei Jaime deu a Nolasco o brasão de armas da Coroa de Aragão.
Foi então a partir desses dois presentes que o fundador desenvolveu o escudo mercedário.
Confirmação Pontifícia da Ordem
A Ordem dos Mercedários surgiu na Igreja em 10 de agosto de 1218. Ela é fruto do amor heroico que o jovem Nolasco tinha pelos cristãos cativos que sofriam porque escolhiam não renunciar à própria fé.
Neste primeiro momento, a Ordem era uma comunidade restrita à Igreja de Barcelona, e ficava aos cuidados do bispo de Barcelona.
Contudo, em 1235, deu um grande passo recebendo a Confirmação Pontifícia da Igreja, o que a tornou unida diretamente com o bispo de Roma, ou seja, com o Papa na época Gregório IX.
Por meio da Confirmação Pontifícia, o Sumo Pontífice confirma aquilo que já existe na vida da Igreja.
Neste tempo, a Ordem dos Mercedários já havia crescido, possuindo 4 conventos e o Mestre Geral era o seu fundador, Pedro Nolasco.
O Carisma da Ordem dos Mercedários
O carisma é a identidade de uma Ordem religiosa e deve ser vivido por todos os seus membros.
As constituições da Ordem dos Mercedário determinam: “trabalhem – os frades – de bom coração e de boa vontade em visitar e libertar os cristãos que estão em cativeiro, e em poder dos sarracenos ou de outros inimigos de nossa fé”. Ou seja, este é o carisma dos Mercedários.
Portanto, ao fundar a nova Ordem dos Mercedários na Igreja, São Pedro Nolasco determinou que seus membros devem professar 4 votos. Porém, três deles são os mesmos professados por todas as instituições religiosas: o voto da pobreza, da castidade e da obediência. Já o voto professado exclusivamente pelos que escolhem a Ordem dos Mercedários para viver sua vocação na igreja é este:
“Todos os irmãos da Ordem devem sempre de bom grado estarem dispostos a abrir mão de suas vidas, se necessário for, como Jesus Cristo deu a sua por nós…”
Assim, deste quarto voto, a Ordem dos Mercedários conta, atualmente, com mais de 200 mártires reconhecidos pela Igreja.
800 anos da Ordem dos Mercedários na Igreja
Em 2018, a Ordem dos Mercedários completou 800 anos de existência. São 800 anos de uma linda história de redenção dos cativos cristãos.
Na ocasião do Ano Jubilar desse importante marco, a família mercedária foi recebida pelo Papa Francisco no Vaticano. Cerca de 125 religiosos e religiosas da Ordem, de mais de 30 países, tiveram a alegria de ouvir palavras de incentivo do Sumo Pontífice e receber a sua bênção.
Além do encontrou, o Santo Padre enviou uma carta para os Mercedários, com uma mensagem para este momento memorável, dirigida ao Mestre-Geral da Ordem. Nela, o Papa Francisco expressou:
“No rico patrimônio da família mercedária, iniciado com os fundadores e enriquecido pelos membros da comunidade que se sucederam com o decorrer dos séculos, convergem todas as graças espirituais e materiais que recebestes. Este depósito faz-se expressão de uma história de amor que se enraíza no passado, mas sobretudo se encarna no presente e se abre ao futuro, nos dons que o Espírito continua a derramar hoje sobre cada um de vós”.
O frei Reginaldo Roberto Luiz ressaltou que o encontro com o Papa foi uma ocasião de encorajamento aos Mercedários a continuarem seu trabalho apostólico de fronteira das periferias.
A Obra Redentora dos Mercedários
Ao longo desses 800 anos, o carisma redentor de Nolasco se espalhou pelo mundo. Assim, expandiu-se como a Igreja que sai para as periferias onde a liberdade continua a ser ameaçada, encarnando-se nestas tristes realidades, para promover caminhos de libertação.
Isso é fruto do Espírito Santo que, por meio dos Mercedários, se dispõe ao serviço das vítimas das mais diversas formas de escravidão. Os religiosos Mercedários levam a esses a salvação redentora de Deus Trino, que liberta e salva a todos de qualquer cativeiro e daqueles que desejam os obrigar a negar a fé cristã.
Contudo, a Ordem dos Mercedários realiza concretamente na Igreja, em todo o mundo, trabalhos em 7 classes pastorais. São elas: nas Paróquias, por meio da Pastoral Penitenciária, nos abrigos, nas escolas e projetos sociais, na Pastoral dos Migrantes e Refugiados e em Casas de Espiritualidade.
A Ordem dos Mercedários em terras brasileiras
Os primeiros religiosos Mercedários chegaram ao Brasil em 1639, em Belém do Pará e na Arquidiocese de São Paulo.
Desde então, os religiosos realizam um papel extremamente importante na evangelização.
O trabalho pastoral dos Mercedários é realizado em projetos educacionais e sociais com crianças e jovens em situação de exclusão social e vítimas do tráfico de drogas.
Igualmente são feitos atendimento a idosos e famílias carentes, além dos trabalhos com a Pastoral da Criança e da Sobriedade.
Nos dias atuais, os Mercedários estão presentes no Distrito Federal, em Belém do Pará, em São Paulo, no Rio de Janeiro, na Bahia, no Piauí e em Minas Gerais.
Dos Mercedários, o título de Nossa Senhora das Mercês
Foi da Ordem das Mercês, ou seja, dos Mercedários, que surgiu a invocação e o título “Virgem Maria das Mercês”. A palavra “mercê”, no século 13, era sinônimo de obra de misericórdia.
Tendo a Virgem Maria uma especial participação na fundação da Ordem, desde quando a solicitou a São Pedro Nolasco, é natural que os Mercedários dedicassem à Ela uma festividade própria.
Por isso, em 1600 os Mercedários receberam a permissão da Igreja para celebrar a festa da Natividade de Maria sob o título de Nossa Senhora das Mercês.
Anos depois, em 1616, concedeu-se à Ordem a celebração litúrgica da festa de Nossa Senhora das Mercês com textos próprios. E em 1696, seu culto estendeu-se para toda a Igreja graças ao Papa Inocêncio XII.
Por isso, o dia de Nossa Senhora das Mercês é 24 de setembro. Para os Mercedário, trata-se de uma importante solenidade precedida de vigílias, oitava privilegiada e ofício próprio.
Nossa Senhora das Mercês é a principal padroeira de Barcelona, cidade onde São Pedro Nolasco fundou a Ordem dos Mercedários.
O Papa Francisco, no documento sobre santidade, diz :
“Cada cristão, quanto mais se santifica, tanto mais fecundo se torna para o mundo”.
Essas palavras descrevem bem a vida de Dom Inocêncio.
A santidade é um dom derramado sobre nós através do batismo. Somos, então, o povo santo de Deus por causa de Sua graça presente em nossa vida, e como nos comunica o Papa Francisco “a santidade é possível e não é inatingível!”
Assim, como cristão comprometido com o Evangelho, como Pastor a serviço de seu povo, viveu Dom Inocêncio Santamaria – Bispo Mercedário – testemunha da santidade simples, no cotidiano da missão e no meio do povo piauiense.
É para falar desse servo de Deus que preparamos este post. Dom Inocêncio, em breve, será elevado aos altares da Igreja e, desde já, podemos conhecer seu exemplo e seguir os passos do Mestre e da santíssima Virgem Maria a quem ele tanto amou.
História de Dom Inocêncio
O Servo de Deus Dom Inocêncio López Santamaria nasceu na aldeia de Sotovellanos, na província de Burgos, comarca de Odra-Pisuerga, na Espanha, no dia 28 de dezembro de 1874.
Os pais de Dom Inocêncio, Eduardo e Vitória, eram muito pobres, tiveram quatro filhos, três morreram ainda crianças, ficando apenas Inocêncio, que aos 15 anos ingressou na Ordem das Mercês no Convento de Conjo, em Santiago de Compostela.
Desde sua entrega a Deus, dedicou-se inteiramente ao serviço do Reino. Assumiu diversas funções e responsabilidades na Ordem, até ser sagrado bispo em Poio, Pontevedra, no dia 31 de agosto de 1930, festa do mártir mercedário, São Raimundo Nonato, de quem era muito devoto.
Então, diante da necessidade de um bispo, em uma região muito carente do Brasil, Dom Inocêncio atendeu ao apelo do Papa Pio XI.
Logo chegou ao Brasil no dia 5 de janeiro de 1931, tomou posse no dia 18 de fevereiro do mesmo mês, no município de São Raimundo Nonato/Piauí.
Contam que o bispo chegou ao município após andar 12 dias a cavalo, da Bahia ao interior do Piauí. Lá encontrou uma região em absoluto atraso, sem energia elétrica, água potável, comunicação e nem estradas.
Mas nada o impediu de prosseguir com sua missão. Desde já, ele dava sinais de humildade, disposição e alegria, características comuns aos santos. Dom Inocêncio ficou conhecido no meio do povo de sua diocese como Santo Inocêncio.
Preocupação com os pobres de Deus
“O bispo tinha uma preocupação muito grande com a educação. Ele trazia professores para dar aula de latim, francês, música para a população pobre e acreditava que a cultura era também uma forma de desenvolvimento”,conta Frei Rogério Soares, padre Mercedário.
“…Dom Inocêncio chegava a colocar dinheiro em um envelope e pedia alguém para pôr debaixo da porta da família que passava fome. Ele não entregava pessoalmente para evitar o constrangimento”,atesta o Frei Rogério Soares, padre Mercedário.
A partir dos testemunhos e das obras se conhece a vida dos santos. Assim foi com Dom Inocêncio, em sua diocese. Ele era incansável e pregou o Evangelho, proporcionando a fé e a dignidade ao povo de Deus.
Ainda são atribuídas a ele a construção de mais de 28 escolas, somente na zona rural de São Raimundo; 700 km de estradas, poços, açudes e capelas; a fundação da Congregação das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil e a formação de um clero natural da região.
Desta forma, fica claro o quanto Dom Inocêncio acreditava na transformação das piores situações sociais através da educação e de políticas públicas em favor do povo. Ele comprometeu-se com a salvação e foi até o fim.
Processo de canonização de Dom Inocêncio
“Embrenhava-se em matas e caatingas expondo-se ao cansaço, à fome, à sede, e ao calor impiedoso…realizou um duro e austero trabalho humanitário, social e cultural na região”, descreve Pe. Herculano – Ordem Mercedária.
Assim viveu Dom Inocêncio durante 26 anos como bispo, no estado do Piauí. Já com 80 anos, recebeu a ajuda de um bispo auxiliar e aos 84, sofrendo de um tumor no fígado, fez seu encontro definitivo com Deus, no dia 09 de março de 1958.
No entanto, sua fama de santidade era conhecida pelo povo. Seu funeral começou na Catedral de Juazeiro-BA, passou pela Catedral de Petrolina-PE, pela igreja de Remanso-BA, até chegar à Catedral de São Raimundo Nonato-PI, onde uma imensa multidão o aguardava.
Hoje seus restos mortais repousam no altar mor da catedral da cidade de São Raimundo Nonato. E em 2016, foi instalado o Tribunal Eclesiástico para a Causa de Beatificação e Canonização do religioso.
Dessa forma, a vida e a obra de Dom Inocêncio são estudadas pela Igreja através dos testemunhos colhidos, dos escritos deixados e dos milagres realizados.
“Dom Inocêncio foi um verdadeiro modelo para os bispos. Um exemplo perfeito, pelas suas virtudes e pelo seu espírito de trabalho. Carregando o peso dos seus 83 anos, prosseguiu trabalhando como sempre”, escreveu o bispo auxiliar Dom José Vázquez.
Com tantos testemunhos e virtudes, resta-nos rezar: Dom Inocêncio, bispo Mercedário, rogai por nós.
Mais de 500 cartas escritas por Dom Inocêncio estão em processo de leitura, análise e transcrição pela Comissão Histórica em Prol da Causa de Beatificação de Dom Inocêncio, que fica em Brasília.
Nessa fase técnica, cerca de 30% das cartas já estão catalogadas, afirma o Frei Rogério Soares, que iniciou a causa do processo de beatificação, quando era provincial da Ordem Mercedária do Brasil, no ano de 2015. O processo de transcrição acontece porque as originais ficarão no Brasil e as cópias serão enviadas ao Vaticano.
A coleta dos documentos ocorreu entre os anos de 2015 e 2019 na Espanha, em Roma e no Brasil, nas cidades em que Dom Inocêncio morou e trabalhou. No Piauí, a comissão recolheu material em São Raimundo Nonato e Bom Jesus de Gurgueia.
O frei Rogério ressalta que essa fase técnica deve ser finalizada no segundo semestre de 2020. Encerrando essa fase, a transcrição será enviada a Roma. Ao chegar ao Vaticano, uma comissão começará a analisar o documento e confirmar os “milagres” referentes a Dom Inocêncio, muitos ocorridos no Piauí. Não há prazo limite para essa etapa. “O processo somente será enviado após finalizar o processo diocesano no Brasil”, diz.
“A fase de leitura e transcrição é muito delicada. São muitas cartas. Dom Inocêncio possui uma grande produção de documentos, o que facilita conhecer a sua história. As cartas são endereçadas ao papa, ao presidente da República, dentre outros, e pediam alimentos e estradas para o povo de São Raimundo Nonato. É como se toda a vida dele estivesse mapeada. Ele viveu e escreveu. Nós também tivemos muita sorte porque, além dele escrever muito, ele colocava no carbono e fazia copias (das cartas)”.
Beatificado, Dom Inocêncio será considerado o primeiro santo que viveu no Piauí. Ele chegou ao Brasil para morar em São Raimundo Nonato, no Piauí, no dia 18 de janeiro de 1931, para ocupar o cargo de sacerdote em Bom Jesus de Gurgueia, na região Sul. Nascido na Espanha, ele faleceu no estado da Bahia no dia 09 de março de 1958 aos 83 anos. Seu corpo está do altar mor da catedral de São Raimundo Nonato.
Cartas e liberação dos documentos
Frei Rogério pede calma aos interessados em conhecer e trabalhar com a história de Dom Inocêncio. “Muitos historiadores buscam pelas cartas, pelos documentos, mas eles ainda não estão liberados. Assim que terminar essa fase técnica, que a transcrição for enviada a Roma, nós iremos liberar alguns documentos”, garante.
Os documentos também confiram que Dom Inocêncio fundou a Congressão Feminina Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil.
Padre e o milagre
Até o momento, pelo menos seis pessoas devem testemunhar em prol da beatificação por serem “provas do seu milagre”. Dentre eles, o padre Herculano Negreiros, de São Raimundo Nonato. Padre Herculano conviveu parte da infância e adolescência com Dom Inocêncio. “Cresci sob a tutela religiosa e espiritual dele”.
Padre Herculano foi diagnosticado com a presença de células cancerígenas em Teresina, orou e pediu a cura a Dom Inocêncio. Após pedir interseção, o pároco foi a Brasília passar por novos exames e descobriu que não havia mais sinais de câncer no seu corpo. Herculano não chegou a passar por quimioterapia. Isso aconteceu em 2017. Antes disso, ele passou por uma prostatectomia e descobriu a presença do possível câncer nos exames de rotina.
“Para mim em muitos que moram em São Raimundo Nonato, Dom Inocêncio já é santo. Exame feito em Teresina deu grande presença de células cancerígenas. Então, fui para Brasília para fazer outros exames. No caminho até lá, invoquei por Dom Inocêncio. O resultado do novo exame deu negativo. Retornei a Teresina, meu médico pediu que refizesse o exame em três clinicas diferentes. Fiz. Em todas as clinicas em Teresina deu o mesmo resultado que o exame de Brasília. Deu praticamente zero a presença de PSA (Antígeno prostático específico) no meu organismo”, disse.
Dos “seis milagres”, cinco foram com pessoas em São Raimundo Nonato e uma em Brasília.
Contar a história inspiradora de São Pedro Nolasco de uma forma simples e atual a partir de uma narrativa poética. Esse foi o propósito de frei Elionaldo, com o livro Voto de sangue: a jornada de um jovem em busca de liberdade.
A obra detalha a trajetória do comerciante que, após de tornar órfão, usou o dinheiro recebido como herança para comprar a liberdade de cristãos cativos. Datada do fim do século XII, a atitude é um dos marcos que levaram à fundação da Ordem Mercedária, que tem Pedro Nolasco como patrono.
Ao longo de 58 páginas, frei Elionaldo destaca características da Ordem, traços da personalidade de São Pedro Nolasco, provocando o leitor a pensar sobre como a busca da liberdade que motivou o jovem religioso a mudar de vida se relaciona com cativeiros do tempo atual. A suavidade e a profundidade da poesia ajuda a estimulam reflexões sobre que é liberdade? E Como ser Livre?
O livro é o primeiro escrito por Frei Elionaldo Ecione e Silva, O.de M, que aposta na obra para tornar ainda mais conhecida a história de São Pedro Nolasco e mostrar como ela continua viva 800 anos após a criação da Ordem Mercedária. É também um convite a todos que se empenham para conquistar e manter a verdadeira liberdade: própria e do próximo.
Frei Elionaldo Ecione e Silva, O.de M
“De comerciante de telas e outras especiarias ele passa a negociar vidas, memórias, histórias e novas trajetórias de uma humanidade oprimida e opressora.”
Pontua o autor em um dos trechos do texto de apresentação.
No decorrer do livro, são evidenciadas características de São Pedro Nolasco como a coragem, a perseverança, a caridade e o heroísmo cristão. Tratado, não como personagem do passado mas como um paradigma de liberdade para os nossos tempos, Nolasco é descrito como “um homem aberto à ação de Deus e sensível às necessidades de sua época. Um jovem que busca a própria liberdade e a liberdade de seus irmãos cativos”.
Você pode adquiri o livro do Frei Elionaldo Ecione, O. de M. nas seguintes livrarias:
Para lembrar com fé e devoção os 30 anos do falecimento de Santa Dulce do Pobres, em Salvador, a paróquia Nossa Senhora da Luz recebe nos dias 12 e 13 de março a visita da relíquia peregrina da santa baiana. “É um momento de oração e aproximação com Santa Dulce”, lembra o pároco frei Fernando Henrique Marques.
Na Matriz, a relíquia da Santa estará presente na missa com crianças no sábado, dia 12, e logo após segue para o Centro Comunitário da Pituba onde também será celebrada a missa às 19h30.
No domingo, dia 13, data de morte da santa, já na Matriz, a relíquia segue para veneração durante as missas que serão celebradas em seus horários normais.
Santa Dulce foi conhecida em vida por sua solidariedade para com os mais necessitados, por isso, durante a visita das relíquias à paróquia é possível fazer a doação de alimentos e cestas básicas que serão distribuídas para as famílias de nossa comunidade. “Seguindo os ensinamentos de Santa Dulce e buscando um gesto concreto de devoção e partilha estamos incentivando a doação de alimentos que terão como destino aqueles que mais necessitam e que sempre foram acolhidos pela santa baiana”, comenta frei Fernando Henrique.
A relíquia
A relíquia de primeiro grau é geralmente o corpo do santo ou algum fragmento retirado do corpo do santo. Depois tem a relíquia de segundo grau que é algo que já pertenceu ao santo, que o tocou, ou que ele usou. A terceira relíquia é algo que foi colocado sobre o túmulo ou o corpo da santa, e é feita geralmente para ser distribuída aos fiéis (fonte: cancaonova.com)
Na paróquia
A última vez que a relíquia peregrina de Santa Dulce esteve nossa paróquia foi dia 16 de fevereiro, durante uma reunião do movimento Escalada, também no Centro Comunitário da Pituba. Na oportunidade frei Giovanni Messias, reitor do santuário de Santa Dulce dos Pobres, contou um pouco sobre o serviço que faz no santuário e a vida da santa baiana.
Em 2017, Dom Inocêncio Lopez Santamaria, teve o reconhecimento canônico do Servo de Deus, em uma missa de ação de graças na comunidade da diocese de São Raimundo Nonato, no Piauí. Cinco anos depois, em Salvador, a comunidade de Nossa Senhora da Luz realizou, entre os dias 06 e 08 o tríduo em homenagem ao Servo de Deus.
A paróquia tem uma comunidade dedicada a Dom Inocêncio que mantem viva a fé, perseverança e dedicação ao bispo que fez parte da Ordem Mercedária no Brasil.
“Foi muito bom e bonito poder celebrar Dom Inocêncio que expressa a unidade de nossa comunidade e, ao mesmo tempo, pedir as bênçãos de Deus pela intercessão de Dom Inocêncio que está em processo de beatificação”, disse o pároco frei Fernando Henrique Marques.
O tríduo foi celebrado no Centro de formação humana e espiritual que leva o nome de dom Inocêncio, no bairro da Pituba. “É importante reconhecer que Dom Inocêncio é uma pessoa que foi fiel ao evangelho e ao compromisso com o reino e Deus. Se dedicou aos pobres e, assim, à Igreja”, comenta Osmar Pereira que participou do tríduo.
Dom Inocêncio morreu em 1958, aos 83 anos, em Salvador. “É preciso que nós como cristãos admiremos Dom Inocêncio para que ele venha ser o Santo de Deus por seu testemunho aqui na terra”, diz Osmar Pereira
Uma característica marcante de Dom Inocêncio foi a preocupação pelo trabalho das religiosas como complemento na educação moral e cívica do povo. “Foi muito bom, durante os festejos do tríduo, escutar quem foi dom Inocêncio e a missão dele no meio de nós que foi de muito amor e confiança em Deus. Nos fortalecemos muito nesses dias”, conta a aposentada Maria das Graças Matacosta.
Para frei Fernando Henrique, a divulgação da vida de Dom Inocêncio em toda a comunidade ajuda no processo de beatificação. “Nós esperamos, sim, que em breve dom Inocêncio se torne Santo, claro, se for da vontade de Deus. E que Deus conceda a graça dos milagres por honra de Dom Inocêncio para aqueles que precisam”.
Tríduo em homenagem a dom Inocêncio foi celebrado no Centro que leva o nome do servo de Deus.
Graça e Paz da parte de Deus, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo! Espero que estejam bem e encorajados no Seguimento de Jesus.
A minha saudação fraterna a toda família mercedária presente no Brasil: religiosos, religiosas, leigos e leigas, irmãos maiores da Ordem, benfeitores, colaboradores, neste dia tão especial para o carisma mercedário, solenidade de São Pedro Nolasco, nosso Fundador.
Que alegria do Ressuscitado contagie o nosso coração ao celebrar o testemunho de caridade de São Pedro Nolasco, um dos frutos da Redenção do Senhor em nossa história.
São Pedro Nolasco no meio das dificuldades do seu tempo foi sinal de esperança, servindo os mais pobres entre os pobres, os cativos. O seu exemplo nos encoraja, nas circunstâncias presentes, atravessando urna Pandemia, a ser sinais de esperança diante das incertezas e das desesperanças que colocam em risco a nossa fé, doando livremente a nossa própria vida para garantir a liberdade/dignidade dos irmãos cativos.
Pedimos a intercessão de São Pedro Nolasco pelo fim da Pandemia! E que nossa Mãe das Mercês nos conduz a Jesus, nosso Salvador, intercedendo, hoje e sempre, por toda a nossa Ordem.
Manifestamos nossos sentimentos aos familiares das vítimas da covid-19. Rezamos pelas 3.240.000 pessoas falecidas no mundo a causa da covid -19 e os seus familiares.
Mantenhamo-nos unidos na oração comum e na fração do pão.
Brasília-DF, 6 de maio de 2021, aos 802 anos da Fundação da Ordem das Mercês