A Redenção na vocação dos Mercedários

O carisma de uma família religiosa é um dom particular concedido pelo Espírito Santo em resposta aos apelos da humanidade por salvação e uma dessas respostas foi a Ordem dos Mercedários.

Um jovem chamado Pedro Nolasco, no século XIII, começou um trabalho no resgate dos cristãos, capturados por mulçumanos e levados para o norte da África como escravos, através do pagamento por suas vidas.

Tendo em vista essa necessidade, que crescia cada vez mais, nasceu a Ordem das Mercês composta por frades que davam sua própria vida em troca de um escravo cristão.

No entanto, esse gesto redentor do homem já havia acontecido através de Jesus Cristo e todo mistério de sua paixão, morte e ressurreição.

Porém, outras situações de cativeiro oriundas do pecado surgiram e foram alcançadas por homens que entregam suas vidas a Deus pela mesma causa de Redenção.

Eis a palavra que deu a esses religiosos a coragem de entregar suas vidas: Redenção. Mas o que ela tem em comum com a redenção de Jesus e o que ela significa para os Mercedários?

Sobre Vocação e redenção que vamos conversar neste post.

Obra redentora do Filho de Deus

“Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância.” (cf. Jo.10,10). Essas palavras de Cristo se realizaram totalmente através de sua entrega na cruz. 

Ou seja, a paixão, morte e ressurreição de Cristo nos deram uma vida nova, completa como filhos de Deus!

Sendo assim, através de Cristo, deu-se a obra da Redenção do gênero humano. Mas o que significa “Redenção”? É o ato ou efeito de libertar, reabilitar, salvar.

Então, Cristo nos libertou totalmente e nos devolveu a liberdade dos filhos e filhas amados do Pai.

E para os Mercedários, Jesus Cristo é o libertador “de toda a linhagem humana que se encontrava como em cárcere, cativa, em poder do diabo e do inferno”.

São Pedro Nolasco encontrou no Mestre a inspiração para continuar a libertação dos cristãos cativos.

Obra redentora de São Pedro Nolasco e os Mercedários

Quem foi São Pedro Nolasco? Um jovem inspirado por Deus que se empenhou na luta contra a escravidão dos cristãos pelos mulçumanos. Assim, ele os resgatava comprando a liberdade de suas vidas com seus próprios bens, depois com a ajuda financeira de amigos.

No entanto, o Espírito Santo já preparava uma obra magnífica que permaneceria, para além dos séculos!

Com o passar dos anos,  o chamado de Pedro Nolasco estendeu-se para a luta contra todo tipo de escravidão que impedisse o homem de viver sua vocação de filho de Deus.

Dessa forma, após uma visão com Nossa Senhora que apareceu lhe dizendo para fundar uma ordem com o objetivo de proteger os cristãos e libertar os fiéis cativos, nasceu a Ordem dos Mercedários, com Nossa Senhora das Mercês como sua protetora.

Semelhanças da obra de Redenção com os Mercedários

A redenção realizada pela Santíssima Trindade em favor do gênero humano é inspiração para toda Ordem Mercedária até os dias atuais.

Diante disso, há semelhanças que os estudiosos observaram entre a plena redenção de Jesus Cristo e a redenção proposta pelo carisma Mercedário.

Por exemplo: “As duas obras redentoras, a do Redentor Jesus e a do Redentor Pedro Nolasco, procedem da “grande misericórdia e piedade da Trindade Santa, Pai, Filho e Espírito Santo”.

“A obra do Redentor Jesus foi levada a cabo com a livre e ativa cooperação maternal de Maria Virgem; e a obra redentora de Nolasco fez-se possível pela mediação eficaz de Maria, a Mãe de misericórdia.”

A obra do Redentor Jesus teve como fonte o amor misericordioso que o levou a “dar a vida por seus amigos”(Jo 15,13). Assim, essa obra redentora exige “que os frades estejam dispostos a dar suas vidas, como a deu Jesus Cristo por nós”.

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O quarto voto dos mercedários

A entrega da vida dos Mercedários se concretiza de diversas formas. Como toda Ordem religiosa na Igreja, eles abraçam os conselhos evangélicos de pobreza, obediência e castidade para se assemelharem ao Divino Mestre.

No entanto, os Mercedários ainda abraçam outra causa que lhes confere um quarto voto: o voto de redenção.

Ou seja, significa o empenho total por causa da libertação do próximo e, se for preciso, dar a própria vida, como fizeram muitos irmãos mercedários na história da Ordem. 

Conta-se que nos inícios da Ordem das Mercês pelo menos 3000 cativos foram resgatados por São Pedro Nolasco e seus companheiros. Os religiosos organizavam expedições nos capítulos para resgatar os cativos, e muitas vezes acabavam ficando no lugar deles como moeda de pagamento pela liberdade daqueles que estavam em risco de apostar de sua fé cristã.  

A vida e a missão apaixonante do carisma Mercedários já deu muitos santos à Igreja e continua atraindo pessoas com o mesmo desejo: tornar Jesus Cristo – Redentor dos Homens – amado, conhecido e adorado.

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Santos mercedários: Quem é São Pedro Nolasco?

Os séculos XII e XIII foram um período conturbado para o cristianismo. Muitos cristãos na Europa foram capturados e feitos escravos pelos muçulmanos, devido à invasão dos árabes sarracenos. E foi nesse cenário que viveu São Pedro Nolasco, um dos santos mercedários.

Sua memória litúrgica é celebrada na igreja no dia 6 de maio. Por isso, é o seu testemunho de vida que vamos apresentar para você hoje. 

Contudo, mais do que um dos santos mercedários, São Pedro Nolasco é o fundador desta Ordem. Seu testemunho de vida é inebriante. Prepare o seu coração!

Uma infância de oração e caridade

Este que está entre os mais importantes santos mercedários nasceu na França, em uma família nobre. Não se sabe exatamente o ano do seu nascimento. Algumas biografias apontam que foi entre os anos de 1180 e 1182. 

O certo é que, desde criança, este santo fundador dos mercedários não se parecia em nada com os da sua idade. O pequeno Pedro amava a oração, o silêncio e o recolhimento. Dedicava-se por longo tempo à oração, como quem se mantém entretido com o mais prazeroso dos passatempos. 

A todos que batiam à porta do castelo onde morava, pedindo alimento ou esmola, ele prestava ajuda com o mais sincero sorriso e compaixão. E nos seus passeios, ao encontrar um necessitado, agia com generosidade em favor deles. 

Contudo, nas vezes em que não tinha nada de seu para partilhar, o garoto caia no choro até que o adulto que o acompanhava cedesse a ele algumas moedas para que pudesse partilhar. 

Não foram poucas as vezes que voltou para casa sem o seu casaco, encolhido de frio, porque encontrou na rua crianças pobres que não tinham roupas adequadas para enfrentar a temperatura baixa.  

Dessa forma suas atitudes já evidenciavam a sua vocação.

A fortuna que herdou usou para sustentar obras de caridade 

A vida espiritual de São Pedro Nolasco foi se aprofundando conforme o passar dos anos. E não demorou para ele perceber que Deus o chamava para um seguimento mais radical. 

Contudo, sua família arranjou-lhe um casamento, o que ele negou de imediato, pois já havia decidido consagrar sua castidade a Maria Santíssima.

Logo, seus pais faleceram e este santo mercedário herdou uma fortuna considerável. Ele a administrou com sabedoria, multiplicando-a, mas não por ganância, mas por misericórdia. 

Ele tinha planos de caridade para todo o dinheiro que possuía: usar para ajudar os necessitados. E foi assim que ele começou suas obras de assistência espiritual e material.

Este santo mercedário é conhecido como o redentor dos cativos

De maneira especial, estas palavras de Jesus o tocavam profundamente: “estive preso, e fostes visitar-Me” (Mateus 25,36); “o Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu; e enviou-Me […] para anunciar aos cativos a redenção” (Lucas 4,18-19). Ele as tomou para si como uma missão especial. 

Por isso, a prática de caridade que mais atraía São Pedro Nolasco era conseguir a libertação dos inúmeros cristãos presos nos reinos árabes da Península e do norte da África. 

Eram homens, mulheres, crianças e idosos que viviam em regime de trabalho forçado, em condições precárias de higiene e alimentação, sujeitos a toda espécie de humilhação e padecimento. Além disso, eram privados dos sacramentos. 

Muitos perdiam a fé, alguns rendiam-se ao desespero ou à devassidão. Contudo, outros, tais como o povo hebreu, clamavam “e, do fundo de sua escravidão, subiu o seu clamor até Deus” (Êxodo 2,23).

E a esses, Deus enviou São Pedro Nolasco! Por amor a Jesus e ao próximo, especialmente aos cativos, ele começou a tratar da libertação dos cristãos do reino de Valência. 

Admirado pelo povo

Quando realizou sua primeira missão, tinha pouco mais de 20 anos. Usou todo o dinheiro que tinha para comprar a liberdade de 300 cristãos.

Como resultado essas pessoas foram recebidas em Barcelona, com manifestações de alegria. O povo cantava, em ação de graças, louvando a Deus pela libertação, algo que para eles foi um milagre. 

Contudo, essa primeira ação foi apenas como que uma gota retirada do oceano, diante da vultosa quantidade de cristão escravizados. Ele sabia que não poderia parar por aí. Por isso, passou a pedir esmolas em Barcelona para as famílias nobres e ricas a fim de continuar sua missão. 

Assim, a Providência Divina aconteceu. Ele partiu diversas vezes para Valência, Múrcia, Maiorca, Argel e Tunísia para negociar a libertação de outros cristãos. E não demorou para que este santo mercedário conquistasse a simpatia de alguns soberanos muçulmanos destes reinos. 

Este sentimento logo se transformou em admiração por parte de muitos deles.

Uma visão confirma a Nolasco sua vocação e missão

No ano de 1203, este santo mercedário estava absorto em oração quando teve uma visão profética. 

Ele via uma frondosa oliveira, carregada de frutos maduros, prontos para serem colhidos. Em seguida, alguns varões aproximaram-se e disseram a ele que Deus o havia incumbido de cuidar dessa árvore e protegê-la de todo ataque. 

Depois, um grupo de homens violentos romperam em direção a árvore, com fúria, para destruí-la. Pedro reagiu e a defendeu com valentia, impedindo que sofresse qualquer infortúnio. 

O ímpeto desse santo mercedário foi maior que a ira daqueles homens, que se retiram derrotados. 

Após essa visão mística, Pedro Nolasco sentiu-se confirmado na missão de libertar os cativos. Porém agora ele tinha certeza de que a disposição que o movia a trabalhar pelo resgate dos cristãos cativos vinha do próprio Deus. Era o Senhor quem o chamava para esta missão.

Não demorou muito para que Nolasco fundasse uma humilde e pequena confraria, que tinha por objetivo angariar auxílio e recursos para a sua missão de vida.  

A Virgem Maria vem em auxílio de Nolasco 

São Pedro Nolasco saiba que nunca teria dinheiro suficiente para libertar os cristãos, apesar de ter articulado valorosos homens, da alta nobreza, sacerdotes piedosos. Ele conseguiu doadores de diversas regiões.

Além disso, outra preocupação o inquietava: Após sua morte, esta obra desapareceria?

Quando estava prestes a se desesperar por isso, aconteceu algo que transformou a vida desse santo mercedário. 

A Santíssima Virgem Maria apareceu para ele. Era a madrugada do dia 2 de agosto de 1218. No dia anterior, a Igreja celebrava, a partir do calendário litúrgico medieval, a festa da libertação do Príncipe dos Apóstolos do cárcere (cf. At 5,17-19), chamada São Pedro das Cadeias. 

Em sua aparição, Maria sugeriu a Nolasco que fundasse uma Ordem Religiosa em honra de suas misericórdias, portanto, de suas mercês. Esta nova Ordem teria como principal missão a libertação dos cristãos cativos e o louvor de sua imaculada Conceição.

Desta maneira, a missão de São Pedro Nolasco não se findaria quando ele partisse para junto de Deus, mas se perpetuaria.

O nascimento da Ordem dos Mercedários

E foi assim que nasceu a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, também conhecida como Ordem dos Mercedários, em 1218. 

Seus membros, além dos votos de castidade, obediência e pobreza, professam o quarto voto: “todos os frades desta Ordem, como filhos da verdadeira obediência, estejam sempre alegremente dispostos a dar suas vidas, como Jesus Cristo a deu por nós”. 

O que isso significa? O quarto voto dos mercedários determina que, se for necessário, o religioso fica no lugar de algum cativo, caso não tenha o dinheiro para o seu resgate. 

Mas por quê? Porque “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (Jo 15,13). 

Santo Mercedário 

Pedro Nolasco, o primeiro dos santos mercedários, fundador da Ordem dos Mercedários seguiu sua vida com destemor e audácia na missão que lhe foi confiada. Por isso mereceu o título de libertador dos cativos. 

Ele partiu para a vida eterna em 6 de maio de 1256. Sua fama de santidade logo se espalhou pelo mundo. Foi canonizado pelo papa Urbano VIII, em 1628. 

A festa litúrgica deste que foi um dos maiores santos mercedários é em 6 de maio.

Roguemos a São Pedro Nolasco que inflame nosso coração de amor por aqueles que necessitam libertar-se de qualquer tipo de escravidão. E, mais do que isso, que o seu exemplo nos inflame de coragem para fazer o melhor pelo outro. Que assim haja também muitos outros santos mercedários espalhados pelo mundo todo! 

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Um santo no Piauí: conheça Dom Inocêncio, bispo

O Papa Francisco, no documento sobre santidade, diz :

“Cada cristão, quanto mais se santifica, tanto mais fecundo se torna para o mundo”. 

Essas palavras descrevem bem a vida de Dom Inocêncio.

A santidade é um dom derramado sobre nós através do batismo. Somos, então, o povo santo de Deus por causa de Sua graça presente em nossa vida, e como nos comunica o Papa Francisco “a santidade é possível e não é inatingível!”

Assim, como cristão comprometido com o Evangelho, como Pastor a serviço de seu povo, viveu Dom Inocêncio Santamaria – Bispo Mercedário – testemunha da santidade simples, no cotidiano da missão e no meio do povo piauiense.

É para falar desse servo de Deus que preparamos este post. Dom Inocêncio, em breve, será elevado aos altares da Igreja e, desde já, podemos conhecer seu exemplo e seguir os passos do Mestre e da santíssima Virgem Maria a quem ele tanto amou.

História de Dom Inocêncio

O Servo de Deus Dom Inocêncio López Santamaria nasceu na aldeia de Sotovellanos, na província de Burgos, comarca de Odra-Pisuerga, na Espanha, no dia 28 de dezembro de 1874. 

Os pais de Dom Inocêncio, Eduardo e Vitória, eram muito pobres, tiveram quatro filhos, três morreram ainda crianças, ficando apenas Inocêncio, que aos 15 anos ingressou na Ordem das Mercês no Convento de Conjo, em Santiago de Compostela.

Desde sua entrega a Deus, dedicou-se inteiramente ao serviço do Reino. Assumiu diversas funções e responsabilidades na Ordem, até ser sagrado bispo em Poio, Pontevedra, no dia 31 de agosto de 1930, festa do mártir mercedário, São Raimundo Nonato, de quem era muito devoto. 

Então, diante da necessidade de um bispo, em uma região muito carente do Brasil, Dom Inocêncio atendeu ao apelo do Papa Pio XI. 

Logo chegou ao Brasil no dia 5 de janeiro de 1931, tomou posse no dia 18 de fevereiro do mesmo mês, no município de São Raimundo Nonato/Piauí.

Contam que o bispo chegou ao município após andar 12 dias a cavalo, da Bahia ao interior do Piauí. Lá encontrou uma região em absoluto atraso, sem energia elétrica, água potável, comunicação e nem estradas. 

Mas nada o impediu de prosseguir com sua missão. Desde já, ele dava sinais de humildade, disposição e alegria, características comuns aos santos. Dom Inocêncio ficou conhecido no meio do povo de sua diocese como Santo Inocêncio.

Preocupação com os pobres de Deus

“O bispo tinha uma preocupação muito grande com a educação. Ele trazia professores para dar aula de latim, francês, música para a população pobre e acreditava que a cultura era também uma forma de desenvolvimento”, conta Frei Rogério Soares, padre Mercedário.

“…Dom Inocêncio chegava a colocar dinheiro em um envelope e pedia alguém para pôr debaixo da porta da família que passava fome. Ele não entregava pessoalmente para evitar o constrangimento”, atesta o Frei Rogério Soares, padre Mercedário.

A partir dos testemunhos e das obras se conhece a vida dos santos. Assim foi com Dom Inocêncio, em sua diocese. Ele era incansável e pregou o Evangelho, proporcionando a fé e a dignidade ao povo de Deus.

Ainda são atribuídas a ele a construção de mais de 28 escolas, somente na zona rural de São Raimundo; 700 km de estradas, poços, açudes e capelas; a fundação da Congregação das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil e a formação de um clero natural da região.

Desta forma, fica claro o quanto Dom Inocêncio acreditava na transformação das piores situações sociais através da educação e de políticas públicas em favor do povo. Ele comprometeu-se com a salvação e foi até o fim.

Processo de canonização de Dom Inocêncio

“Embrenhava-se em matas e caatingas expondo-se ao cansaço, à fome, à sede, e ao calor impiedoso…realizou um duro e austero trabalho humanitário, social e cultural na região”, descreve Pe. Herculano – Ordem Mercedária.

Assim viveu Dom Inocêncio durante 26 anos como bispo, no estado do Piauí. Já com 80 anos, recebeu a ajuda de um bispo auxiliar e aos 84, sofrendo de um tumor no fígado, fez seu encontro definitivo com Deus, no dia 09 de março de 1958.

No entanto, sua fama de santidade era conhecida pelo povo. Seu funeral começou na Catedral de Juazeiro-BA, passou pela Catedral de Petrolina-PE, pela igreja de Remanso-BA, até chegar à Catedral de São Raimundo Nonato-PI, onde uma imensa multidão o aguardava.

Hoje seus restos mortais repousam no altar mor da catedral da cidade de São Raimundo Nonato. E em 2016, foi instalado o Tribunal Eclesiástico para a Causa de Beatificação e Canonização do religioso.

Dessa forma, a vida e a obra de Dom Inocêncio são estudadas pela Igreja através dos testemunhos colhidos, dos escritos deixados e dos milagres realizados.

Dom Inocêncio foi um verdadeiro modelo para os bispos. Um exemplo perfeito, pelas suas virtudes e pelo seu espírito de trabalho. Carregando o peso dos seus 83 anos, prosseguiu trabalhando como sempre”, escreveu o bispo auxiliar Dom José Vázquez.

Com tantos testemunhos e virtudes, resta-nos rezar: Dom Inocêncio, bispo Mercedário, rogai por nós.

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Por que o título à Nossa Senhora das Mercês?

“Nossa Senhora da Vitória é dos conquistadores; Nossa Senhora das Mercês é de todos, porque a todos indiferentemente está prometendo e oferecendo todas as mercês que lhe pedirem” Que bela expressão do pe. Antônio Vieira! Mas por que o título à nossa Senhora das Mercês?

A Mãe de Deus é conhecida por mais de mil títulos, porém alguns são singulares, mais invocados e logo muito conhecidos, por exemplo: Nossa Senhora da Conceição Aparecida, das Graças, da Conceição, do Carmo. 

Entre esses títulos, uma chama a atenção por sua história e força – Senhora das Mercês! Contudo, o que significa, onde e quando nasceu. Há quem divulgue esse termo? E o que isso tem a ver com a palavra Mercedários?

Todas essas perguntas nos levarão a caminho de graça, por isso preparamos este post. Vamos descobrir mais um título belo da Santa Mãe de Deus.

Senhora das Mercês – socorro dos cativos

Em 1218, aconteceu a invasão dos mulçumanos em parte da península ibérica. Eles assaltavam as embarcações e capturavam homens, mulheres e crianças para escravizarem na África.

Por causa disso, muitos cristãos foram obrigados a trabalhos pesados, e a única forma de libertação era a negação da fé ou o pagamento do resgate. Porém, Deus nunca abandona seus filhos e sempre conta com sua Mãe para realizar grandes obras em favor dos mais necessitados.

Então, em primeiro de agosto de 1218, São Pedro Nolasco foi agraciado com uma aparição de Nossa Senhora, que lhe inspirou os meios para libertar os cristãos das mãos dos mulçumanos.

Assim, Pedro comunicou o sonho a São Raimundo de Penaforte, seu confessor, e ao rei Jaime, e descobriu que os três tiveram o mesmo sonho. Dessa forma, o apelo de Deus se confirmou e nasceu a Ordem em louvor a nossa Senhora das Mercês!

O vocábulo “mercê”, no séc. XIII, era sinônimo da obra de misericórdia corporal por excelência, qual seja, a de redimir cativos.

O surgimento da invocação e do título  Senhora “das Mercês” deriva justamente dessa missão de resgatar e salvar os prisioneiros das mãos dos mouros.

Mercedários – filhos de Nossa Senhora da Mercês

Em 10 de Agosto de 1218, a Igreja abençoou a vida de  Pedro Nolasco e 13 companheiros, em honra a Nossa Senhora das Mercês, que consagraram suas vidas a Deus e se propuseram oficialmente a se dedicarem à redenção dos cristãos escravos.

Assim, nasceram os primeiros Mercedários no mundo, tendo a Virgem Maria como padroeira e guia. A obra cresceu e foram muitos os benefícios realizados pelos mercedários àqueles que estavam sob o jugo dos mulçumanos.

No entanto, com a bênção Papal, em 17 de Janeiro de 1235, a Ordem se expandiu e levou a proposta de libertação para muitos que sofriam com a escravidão em outras terras fora da Europa.

No Brasil, Ordem Mercedária teve inicio em  Belém do Pará, em 12 de dezembro de 1639. 

A espiritualidade da Ordem Mercedária é profundamente enraizada em Cristo, o libertador da humanidade e em Nossa Senhora das  Mercês, a Mãe libertadora e ideal da pessoa livre. 

A Imagem da Virgem Maria das Mercês

A senhora das Mercês está  “disposta, a todo momento, a nos dar coisas boas, a nos dar coisas excelentes, e a nos convidar a pedir estas coisas e a amá-la, por Ela ser tão boa assim” (São Pedro Nolasco)

A imagem sacra é sempre um sinal da presença de Deus junto ao seu povo. Assim elas carregam traços da história, da ação divina em favor dos filhos e filhas de Deus.

imagem da Senhora da Mercês  traz beleza e traços típicos. Nela, a Virgem Maria apresenta uma corrente em uma de suas mãos que representa a luta contra qualquer tipo de escravidão.

Apesar de ter diminuído a escravidão como acontecia à época das colonizações, ela não desapareceu.

Hoje, a escravidão também se apresenta na crueldade do trabalho forçado e todo tipo de dependência que tire a dignidade dos filhos de Deus.

Por isso, façamos da súplica da Virgem Maria também a nossa em favor do fim de qualquer tipo de escravidão:

Virgem Maria, Mãe das Mercês, com humildade acorremos a Vós, certos de que não nos abandonais por causa de nossas limitações e faltas.

Animados pelo vosso amor de Mãe, oferecemos-vos nosso corpo para que o purifiqueis, nossa alma para que a santifiqueis, o que somos e o que temos, consagrando tudo a Vós.

Amparai, protegei, bendizei e guardai sob a vossa maternal bondade a todos e a cada um dos membros desta família que se consagra totalmente a Vós.

Ó Maria, Mãe e Senhora nossa das Mercês, apresentai-nos ao vosso Filho Jesus, para que, por vosso intermédio alcancemos, na terra, a sua Graça e depois a vida eterna. Amém!”

5 formas de evangelizar durante o mês de Nossa Senhora

O mês de maio é vivido com alegria como um mês de devoção intensa à Virgem Maria. É um caminho para estreitarmos os nossos laços com Nossa Senhora e fortalecer nosso relacionamento com ela. 

Além disso, o mês de Nossa Senhora também é uma oportunidade para a evangelização de outros corações. Pois como dizia o Papa João XXIII: “Maria quer levar seus devotos a Jesus, que é a luz do mundo, a salvação e a paz para todos”. 

Maria, com sua ternura e amor materno, nos leva até Deus e até o Céu. São João Paulo II também costumava dizer que quanto mais nos aproximamos de Maria, mais perto estamos de Jesus. 

Portanto, devemos aproveitar o mês mariano para evangelizar, apresentar o amor da Virgem Maria para mais e mais corações e assim levá-los até o Céu. Embora pareça difícil, peça que Nossa Senhora guie sua vida neste caminho de evangelização. Além disso, daremos algumas dicas de como alcançar pessoas neste mês de maio. 

Reze o terço nas famílias

O terço mariano é uma arma poderosa. São João Maria Vianney disse, certa vez, que, com essa oração, afastou muitas almas do diabo. E ele não é o único, muitos santos da Igreja falam sobre a grandiosidade do Santo Terço. Santa Terezinha do Menino Jesus disse que, com esta oração, tudo podemos alcançar.

Portanto, dedique-se às orações do terço. Organize momentos de oração com as famílias, reúna os vizinhos, amigos e a sua própria família. Certamente, rezar com fé e devoção já será um grande passo de evangelização. 

Dê formações sobre o dogma mariano 

Os dogmas marianos são parte essencial da fé católica. Eles são verdades de fé declaradas por um Concílio ou pelo Papa e é obrigação do católico acreditar e professar. 

Ao todo, são 4 dogmas: o primeiro é a Maternidade Divina, ou seja: Cristo é pessoa divina e Maria é a Sua mãe. Foi declarado no Concílio de Éfeso, em 431. Na época, acreditava que Jesus possuía duas naturezas: a divina e a humana, e Maria fazia parte apenas de uma. Então, a Igreja concedeu-lhe o nome de Theotokos (Teótokos) “Mãe de Deus”. 

segundo é a Virgindade perpétua que afirma que Maria era virgem antes, durante e depois do parto. Essa verdade foi declarada no segundo Concílio de Constantinopla, em 553. O terceiro é Imaculada Conceição, Maria foi totalmente isenta do pecado, inclusive quando concebida por seus pais. O Papa Pio IX proclamou essa verdade em 1854. 

Por fim, o quarto dogma é a Assunção de Maria, que declara que ela subiu ao céu de corpo e alma. Foi proclamado por Pio XII, em 1950.

É um assunto de extrema importância e certamente irá evangelizar muitos. Que tal usar as redes sociais para repassar essas informações?

Estudo Bíblico 

A melhor maneira de alcançar pessoas, converter e evangelizar é pautado em informações e verdades. Portanto, faça um estudo bíblico comunitário com a fundamentação bíblica sobre Nossa Senhora.

Reúna pessoas e repasse essas informações com clareza e coerência, certamente muitas pessoas serão beneficiadas e tocadas por Maria. Faça encontros semanais, se esforce para ser didático e esteja preparado para responder dúvidas.

Reze, em família, a Oração do Ângelus 

A Oração do Ângelus honra a Encarnação do Senhor ao mesmo tempo que recorda a Anunciação do Anjo à Maria e também o seu SIM generoso! 

Tradicionalmente, devemos rezar essa oração às 6h, ao meio dia e às 18h. A oração é feita com três invocações que descrevem o mistério da Encarnação do Filho. 

Aproveite o mês de maio para incluir essa oração na rotina da sua família!

Ensine sobre os títulos de Nossa Senhora 

Nossa Senhora, apesar de ser uma só, possui muitos títulos. Isso acontece porque em cada lugar onde ela manifestava sua presença, adotava a cultura do povo. Portanto, em cada lugar foi chamada por um nome. 

Como a lista é extensa, selecione alguns e apresente aos seus filhos, crianças da comunidade ou amigos um pouco sobre a história de cada um, especialmente aqueles que têm crianças envolvidas, como o de Nossa Senhora de Fátima.

Todas as aparições de Maria são envolvidas de muito amor e graças, elas são formas poderosas de evangelização por meio do amor! 

Maria realizou perfeitamente a sua vocação, foi obediente e uma mulher com muitas virtudes, por isso, é o maior modelo de santidade. Apoiados nela, podemos alcançar e evangelizar muitos corações!. Coloque as dicas em prática!