Série Virtudes no dia a dia: a ordem

Santo Agostinho diz que a paz é a tranquilidade da ordem. Essa afirmação nos abre inúmeras possibilidades de interpretação, mesmo para quem não acredita em Deus.

Imagine que você está atrasado para um compromisso e não acha a chave do carro em meio a desordem de sua casa. Você perde logo a paz. Assim, a desordem nos desestabiliza, já a ordem nos pacifica.

Mas em um nível espiritual, o que significa a ordem? Que benefício essa virtude tem em nossa vida e nos afazeres cotidianos? Segue essa série e você ficará um especialista não apenas nessa virtude, mas em todas as outras.

Significado da virtude da ordem

Antes de tratarmos sobre a virtude, vamos percorrer um caminho de aprendizagem em torno da palavra ‘ordem’. O dicionário tem várias explicações: disposição ordenada das coisas; regras, leis, comando, hierarquia, tranquilidade, paz, organismo, como a OAB etc.

Se olharmos bem, todas as explicações tratam a ‘ordem’ como algo estruturado, reto. A ordem também pode se referir a disposição de coisas em um lugar qualquer. Por exemplo, onde ficam as chaves dentro de casa? Em um lugar estabelecido para elas.

E para um cristão, o que significa a virtude da ordem? Para responder é preciso estabelecer prioridades. Na vida cristã, a ordem começa quando colocamos Deus em primeiro lugar, ou seja, somos e fazemos tudo a partir desse conceito: Deus é amor e o Senhor da minha vida.

Às vezes, isso implica certa desordem, quando, por exemplo, aos domingos, oriento todos os meus afazeres domésticos e sociais a partir da Santa Missa. A casa, a roupa para lavar ou até o descanso esperam, mas tudo se ordena pela celebração da Eucaristia. 

Faça-se a ordem…

A ordem, apesar de envolver também disciplina e organização, é resultado do seguinte questionamento: quais as prioridades da minha vida? E a resposta cristã nos orienta para Deus, família, trabalho, saúde, amigos, vida, projetos pessoais etc.

De forma que tudo seja ordenado, organizado para esses fins. Se sou de Deus, preciso rezar; se tenho família, dou o melhor para eles; no trabalho, busco crescer e testemunhar bem o meu serviço. Assim, a virtude da ordem planta o amor e suas consequências na vida humana.

Então, realiza-se na vida a experiência de ver a desordem se transformar, porque qualquer pessoa, em qualquer momento da vida, pode praticar essa virtude, basta ordenar sua vida a partir das prioridades, tendo como fonte o próprio Deus.

Por fim, é interessante lembrar que do nada, Deus fez a criação (cf.Gn.1,2). Ele colocou tudo em ordem e ordenado para o bem, com destino e função. Portanto, ordem não significa perfeição logística, mas organização interior em vista de um bem, isso é uma virtude.

Ordene o coração para o bem!

Talvez você esperasse uma lista longa de ordens a fim de praticar essa virtude. Porém, mais do que colocar tudo no devido lugar e manter, a virtude da ordem é a expressão de uma serenidade, uma harmonia consigo e com os objetivos abraçados em vista do bem.

Claro que isso pede disciplina, organização, planejamento e conscientização tanto da graça de Deus, que nos constituiu seus filhos, como das responsabilidades pessoais do dia a dia, porque a virtude da ordem nos conduz à educação do espírito e da vida humana.

Mas uma virtude nunca nos engessa, ela nos conduz, nos orienta e nos liberta. Haverá dias ruins e bons, organizados e desorganizados, no entanto, se há amor de Deus, existe conserto. Então, olhe para Cristo, reveja suas prioridades, tome decisões e as ordene. 

Virtudes no dia a dia: Por que preciso ser virtuoso?

Não é comum a gente elogiar uma pessoa dizendo que ela tem muitas virtudes. Normalmente, falamos que ela é boa, justa, honesta, simpática, agradável ou, para resumir, ‘gente muito boa’.

Isso acontece porque desconhecemos que todas essas qualidades têm sua origem exatamente nas virtudes que de forma geral são qualidades presentes em toda pessoa que pratica o bem, faz o certo, de maneira correta, pensando em si e no outro.

Daí temos o primeiro alerta sobre as virtudes: assim como um atleta se esforça para alcançar uma meta por meio dos exercícios corporais, da mesma forma, para se alcançar certa virtude, é preciso prática, ascese, sacrifício etc. 

E como as virtudes são urgentes hoje, em uma sociedade agitada, com pessoas estressadas e ao mesmo tempo carentes de boas condutas! Então, preparamos esta série para nos ajudar a conviver melhor apesar de tantos obstáculos. Confira. 

Significado de virtudes

Segundo Aristóteles, virtude é uma característica própria e definidora do ser humano, cuja realização consuma a excelência ou perfeição deste, e Santo Agostinho reforça que virtude é a disposição para o amor, entendida como a essência e finalidade suprema do espírito humano. 

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, a virtude é:

“Uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si com todas as forças sensíveis e espirituais […]” (CIC §1803).

Sendo assim, virtudes são bons hábitos. Agora, algumas são próprias da natureza humana, ou seja, todas as pessoas possuem; e outras são dons divinos, estão ligadas diretamente a Deus e concedidas por Ele a algumas pessoas em especial. 

Por exemplo, falar a verdade é uma virtude que se adquire com muito esforço, qualquer pessoa pode alcançá-la e estará servindo a Deus ainda que não pratique a religião. Já a caridade é um dom particular, nem todos a têm e ela explica Deus sem muitas palavras.

Mas tanto as virtudes naturais como as sobrenaturais têm sua fonte em Deus, que é o bom por excelência (cf.Mc.10,17). Assim, se alguém deseja a virtude da honestidade, alcança com o exercício, e se outro deseja a paciência, deve suplicar a Deus e se dispor aos testes necessários para esse fim. 

Classificação das virtudes

Acima falamos sobre virtudes naturais e sobrenaturais. É assim que se classificam as virtudes, mas existem outros termos mais conhecidos: virtudes cardeais e virtudes teologais. São diferentes, mas estão interligadas e trabalham juntas para o bem.

Assim, as virtudes naturais ou cardeais são as que se alcançam pela prática, através da disciplina e autodeterminação. Virtudes cardeais porque são centrais, orientadoras, como os quatro pontos cardeais e são elas: a prudência, a temperança, a justiça e a fortaleza.

Já as virtudes sobrenaturais ou teologais foram colocadas dentro de nós através do Batismo. ‘Teo’ significa Deus, então são virtudes divinas, nada menos que a caridade, a fé  e a esperança, mas nem por isso são mais fáceis de serem praticadas.

As virtudes teologais aumentam à medida em que nos aproximamos de Deus e praticamos o Evangelho. O resultado das virtudes teologais é o fortalecimento das virtudes cardeais. As duas virtudes são necessárias, caminham juntas, mas pedem atenções diferentes.

Como praticar a virtude

O Catecismo ainda diz que “pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem” (§ 1804). Se as virtudes estão ligadas ao bem, então podemos praticá-las em todas as ações e em todo lugar, ou seja, do nascer ao pôr do sol. 

Por exemplo, as virtudes cardeais estão em constante ação, tanto em benefício pessoal como na prática dos bons costumes. No trabalho, o quanto a fortaleza é útil no contato com outras pessoas, sem falar na justiça que é dar a cada um o que lhe é de direito.

Imagine-se no trânsito, na escola, na rua, no lazer etc., tendo que ser sóbrio, moderado e para isso a temperança é a virtude certa. Por outro lado, não se vive sem a fé, a esperança e a caridade, virtudes próprias do cristianismo e que nos fazem amigos e filhos de Deus.

Ainda mais os pais no dia a dia são os primeiros catequistas de seus filhos e precisam dar exemplo de fé e caridade para que as crianças, sem enxergar, tenham as primeiras luzes sobre quem é Deus e sua importância na vida humana.

Seja conhecido por sua virtude

Virtudes, qualidades e sentimentos dão colorido, força e vida, facilitam o relacionamento entre os humanos e os aproximam da perfeição plena, que é Deus. Talvez ainda não esteja claro quais são as virtudes cardeais e teologais, mas elas serão temas para outros textos.

Por hora, veja algumas oportunidades que existem para a prática das virtudes. Não é possível elencar muitas, porque há uma lista imensa, abaixo são apenas exemplos que acontecem todos os dias:

  • Educação é uma virtude então gestos: deixar alguém passar à sua frente na fila; oferecer um assento etc.; dizer ‘bom dia; com licença, obrigada, por favor etc. são sinais virtuosos;
  • Evitar fofocas é uma virtude rara e que alcança muitas outras como o respeito ao outro; combater fake news ou não aceitar notícias que não sejam de fontes confiáveis;
  • Praticar a gentileza no trânsito: um gesto virtuoso; não julgar o outro pela aparência; cuidar do meio ambiente; preocupar-se com os animais; respeitar o idoso e proteger as crianças;

Você até pode dizer que esses gestos são uma obrigação de cada pessoa. De fato, mas a prática não acontece assim, portanto fazer o bem e perseverar nele é investir em virtudes que, ao final do dia, ajudam a consciência a repousar em paz.

Por fim, que virtudes você tem e quais deseja alcançar? Até o próximo post, você pode observar que pequenos gestos são sinais de virtude em sua vida. 

O que é ser missionário no século XXI?

O mês missionário é um tempo em que toda a Igreja, espalhada nos quatro cantos do mundo, revigora suas forças para o anúncio do Evangelho a todas as pessoas.

Este ano o Papa Francisco escolheu como tema: Corações ardentes, pés a caminho (Lc 24,13-15), inspirado nos discípulos de Emaús que, através do encontro com Cristo na Palavra e na eucaristia, revigoraram suas forças, levantaram-se e seguiram para Jerusalém.

Da mesma forma precisa caminhar cada cristão, com olhos fixos em Jesus e certos da responsabilidade que o Amor nos impõe de evangelizar. Mas como ser missionário no século XXI diante de tanto relativismo e esfriamento da fé? 

Veja como isso é possível a partir deste post.

O que é o mês missionário

Durante o ano litúrgico, a Igreja nos conduz e propõe diversos temas que são importantes para nossa fé. Por exemplo, em maio, dedicamos atenção à Nossa Senhora; em agosto, às vocações; em setembro, à Palavra e, em outubro, às missões.

Desde 1926 que o Papa Pio XI instituiu o Dia Mundial das Missões para que toda a Igreja tenha consciência do dom de ser missionário, da mais distante capela até os santuários. E para isso convida todo o povo de Deus a refletir e renovar o ardor missionário no coração. 

Uma vez que é no coração de cada batizado que brota a missionariedade, ou seja, o anúncio do Evangelho a partir de uma experiência pessoal, e a própria Igreja, em sua essência, é por natureza missionária. Portanto, a missão integra nossa identidade cristã.

Segundo a Ir. Regina da Costa Pedro, diretora nacional das POM, o mês missionário reforça a experiência central da identidade missionária da Igreja e nos recorda que todos podem colaborar concretamente com o movimento missionário através da oração e da ação.

Missionários e a missão Ad Gentes

Além de sermos filhos de Deus, somos também filhos de um tempo, de um momento histórico, que carrega desafios próprios para a evangelização. E a humanidade hoje necessita mais do que nunca conhecer a mensagem de paz que o Salvador oferece.

E tanto aquela pessoa que vive em um país cristão, como o Brasil, por exemplo, mas principalmente aquele que está além-fronteiras. Ou seja, a missão Ad Gentes necessita conhecer a proposta do evangelho e a dignidade que ela dá a toda pessoa humana.

No entanto, diferente de outros tempos, hoje é preciso compreender o contexto sociocultural em que as pessoas vivem e preparar-se para falar de Jesus Cristo com ardor missionário, mas também através de novos meios de evangelização.

Assim, a missão Ad Gentes preza pelo preparo do missionário para que ele saiba dialogar, respeitar cada pessoa e evangelizar através do testemunho e de ações concretas, entre elas o socorro aos mais necessitados, aqueles que estão à margem da sociedade.

E a Igreja no Brasil tem se dedicado a servir e evangelizar as nações mais pobres nos lugares mais longínquos do mundo. É a chamada Missão Ad Gentes, uma das quatro prioridades do serviço missionário que integra o Programa Missionário Nacional (PMN).

Mensagem do Papa para o mês das missões

Todo ano o Papa Francisco nos sugere uma reflexão no mês missionário. Este ano, ele nos apresenta a experiência dos discípulos de Emaús e diz que é possível perceber a transformação dos discípulos a partir de três ações presentes no Evangelho de Lucas.

  1. Corações ardentes “quando nos explicava as Escrituras”: a Palavra de Deus ilumina e transforma o coração na missão; o Senhor está perto de cada missionário e sabe de suas lutas e dores, é preciso acreditar em Sua presença sempre.
  2. Olhos que “se abriram e O reconheceram” ao partir o pão: Jesus na Eucaristia é o ápice e fonte da missão. E, ao mesmo tempo, o missionário é chamado a partir o pão a exemplo do Mestre com outros irmãos e a acreditar que o milagre acontecerá.
  3. Pés a caminho, com a alegria de proclamar Cristo Ressuscitado: a eterna juventude de uma Igreja sempre em saída. A imagem de pôr os pés ao caminho, diz o Papa, recorda-nos mais uma vez a validade perene da missio ad gentes, a missão confiada pelo Senhor ressuscitado à Igreja: evangelizar toda pessoa e todos os povos, até aos confins da Terra.

Dessa forma, somos convidados a parar, acolher, refletir e responder ao apelo do Senhor que nos chama constantemente para junto de Si e nos envia a fazermos os mesmos com nossos irmãos e irmãs em qualquer lugar onde estivermos.

Ide da Igreja local aos confins do mundo!

No dia 22 de outubro é comemorado o dia mundial das missões! E as Igrejas de todo o mundo fazem suas doações para colaborar com o Papa em seus projetos de missão em quase 1.120 dioceses pobres no mundo. 

Em 2022, a Igreja do Brasil arrecadou mais de 7 milhões em recursos financeiros, que ajudaram centenas de projetos missionários nos países mais necessitados. As Pontifícias Obras Missionárias (POM) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) organizam durante o mês de outubro a Campanha Missionária. 

Assim, as arquidioceses, dioceses e prelazias são convidadas a promover ações locais que animem as comunidades a colaborar com projetos missionários, que atuam nas áreas de assistência social e evangelização, nos países mais carentes do mundo.

Do mais, como disse Dom Pedro Casaldáliga numa poesia orante:

“Se sou batizado, sou missionário, se não sou missionário, não sou cristão”.

Logo, nossa ajuda começa pelo testemunho do nosso batismo e se confirma quando estendemos a mão ao outro.

Sínodo da Sinodalidade – 2021 a 2024: o que você precisa saber como católico

Sinodalidade não é apenas uma palavra em alta entre os bispos, mas a atitude de uma Igreja a caminhoem saída, como nos pede o Papa Francisco desde o início do seu pontificado.

Mas você sabe o que isso significa? Em 10 de outubro de 2021, o Santo Padre convocou o Sínodo da Sinodalidade com o tema: “Por uma Igreja sinodal: Comunhão, Participação e Missão”.

A intenção dele é que toda a Igreja reflita sobre se estamos caminhando juntos e como fazemos isso. Para tanto, é preciso que todo o povo de Deus – bispos, sacerdotes, religiosos, leigos, homens, mulheres, adultos, jovens – participe desta conversa. 

Já imaginamos que esse diálogo não é fácil e nem rápido. Por isso, são três anos de atividades (2021 a 2024), com diversas fases, em lugares diferentes. 

Entre elas, de 04 até 29 de outubro, em Roma, será a primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária, quando os bispos e outros participantes se reúnem para recolher os frutos dos processos de escuta. Agora, veja neste post o quanto esse assunto é importante! 

O que é o Sínodo da Sinodalidade

“O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio” (Papa Francisco).

A palavra sínodo vem do grego e significa comunhão. Logo, o desejo do Espírito é que caminhemos juntos, tendo Cristo como nosso referencial.

a Igreja Católica, ao longo de sua história, deu passos de aprendizagem sobre a sinodalidade. Foi principalmente no Concílio Vaticano II que ela percebeu com clareza que o melhor jeito de ser e de caminhar, para bem cumprir a sua missão, é o “jeito sinodal”. 

No entanto, essa missão exige preparação e conversão de todos ao projeto de Deus, para vivermos como Jesus e o Pai, em comunhão. O Documento Preparatório (DP) do Sínodo diz que esse caminho é ao mesmo tempo um dom e uma tarefa…mas o Espírito Santo nos guia.

Sendo assim, a sinodalidade permite que todo o povo de Deus caminhe junto, escutando o Espírito e a Palavra, para participar na missão da Igreja e na comunhão que o Senhor deseja para nós. E percorrer juntos este caminho é a melhor forma de testemunhar Cristo.

Objetivos da sinodalidade

A Igreja reconhece que a sinodalidade é parte essencial de sua verdadeira natureza. A comunhão explica-se nos Concílios ecuménicos, nos Sínodos dos Bispos, nos Sínodos diocesanos e nos conselhos diocesanos e paroquiais que marcam a história. 

Mas diante das constantes mudanças, o Sínodo não pode se limitar a documentos, nem reuniões. Por isso, que o DP faz questão de ressaltar que a sinodalidade não é um slogan, mas um estilo, uma forma de ser pela qual a Igreja vive no mundo.

Logo, o objetivo deste Processo Sinodal não é proporcionar uma experiência temporária ou única de sinodalidade, mas proporcionar uma oportunidade para todo o Povo de Deus discernir em conjunto como progredir no caminho para ser uma Igreja mais sinodal a longo prazo (DP 1.3).

Dessa forma, o atual Sínodo tem como meta escutar, com todo o Povo de Deus, o que o Espírito Santo está a dizer à Igreja, sem preocupar-se em apenas produzir um documento, mas fazer florescer a esperança, a confiança e tecer relações novas e mais profundas (DP 32)

Tema do Sínodo

O tema do Sínodo é “Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão”. Essas três dimensões do tema estão profundamente ligadas; são pilares que sustentam a sinodalidade, sem hierarquia entre elas, ao contrário, elas se enriquecem e se orientam.

Para melhor compreensão, o Documento Preparatório esclarece bem o significado: 

#Comunhão

A comunhão que partilhamos encontra as suas raízes mais profundas no amor e na unidade da Trindade. Juntos, somos inspirados pela escuta da Palavra de Deus, através da Tradição viva da Igreja, e com base no sensus fidei que partilhamos. Todos temos um papel a desempenhar no discernimento e na vivência do chamamento que Deus faz ao seu povo.

#Participação

Um chamamento ao envolvimento de todos os que pertencem ao Povo de Deus – leigos, consagrados e ministros ordenados – para se empenharem no exercício de uma escuta profunda e respeitosa uns dos outros. Esta escuta cria espaço para ouvirmos juntos o Espírito Santo e guia as nossas aspirações para a Igreja do Terceiro Milênio. 

#Missão

Este Processo Sinodal tem uma dimensão profundamente missionária. Empenha-se em deixar que a Igreja testemunhe melhor o Evangelho, especialmente com aqueles que vivem nas periferias existenciais do nosso mundo. 

Deste modo, a sinodalidade é um caminho pelo qual a Igreja pode cumprir mais frutuosamente a sua missão de evangelização no mundo, como fermento ao serviço da vinha do Reino de Deus.

Os passos do Sínodo

A sinodalidade não é um sonho, porém um caminho a percorrer, com passos concretos, que têm ações bem definidas, em vários momentos ao longo de três anos. Lembremos sempre que exige o esforço de cada um de nós que amamos Jesus e a sua Igreja.

A primeira fase do Processo Sinodal é uma fase de escuta nas Igrejas locais. Após a celebração de abertura, que aconteceu em Roma, no sábado, 9 de outubro de 2021, começou a fase diocesana em 17 de outubro de 2021. 

Grande parte da riqueza desta fase de escuta veio de discussões entre paróquias, movimentos laicais, escolas e universidades, congregações religiosas, comunidades cristãs de bairro, ação social, movimentos ecumenicos e inter-religiosos e de outros grupos.

Após a fase diocesana, as Conferências Episcopais e os Sínodos das Igrejas Orientais são chamados a discernir e elaborar uma síntese mais ampla através de uma Reunião Pré-Sinodal da sua responsabilidade. Estas sínteses serão então base para a primeira edição do Instrumentum Laboris, que será publicado pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos.

Começa então a fase continental

Este Instrumentum Laboris inicial será o “documento de trabalho” para as sete reuniões continentais: África (SECAM), Oceânia (FCBCO), Ásia (FABC), Médio Oriente (CPCO), América Latina (CELAM), Europa (CCEE) e América do Norte (USCCB e CCCB). 

Estas sete reuniões internacionais produzirão, por sua vez, sete Documentos Finais que servirão de base para o segundo Instrumentum Laboris que será utilizado na Assembleia do Sínodo dos Bispos em outubro de 2023.

A Assembleia do Sínodo dos Bispos

Os bispos e os auditores estarão reunidos com o Papa Francisco na Assembleia do Sínodo dos Bispos em Roma, em outubro de 2023, para falarem e escutarem uns aos outros, com base no Processo Sinodal que teve início a nível local. 

O objetivo do Sínodo dos Bispos não é o de ofuscar a Conferência Episcopal/Sínodo das Igrejas Orientais e as fases continentais, mas o de discernir a nível universal a voz do Espírito Santo que falou em toda a Igreja.

A fase de implementação

Uma vez que este Sínodo visa promover um novo estilo de viver a comunhão, participação e missão da Igreja, a fase de implementação será fundamental para percorrermos juntos o caminho da sinodalidade. 

A esperança é que a experiência do Processo Sinodal dê origem a uma nova primavera para a escuta, o discernimento, o diálogo e a tomada de decisões, de modo que todo o Povo de Deus possa caminhar sob a orientação do Espírito Santo.

Rezemos como Igreja

Por fim, Sinodalidade é esforço e busca coletiva no desejo de aprendermos constantemente a “caminhar juntos” como irmãos e filhos de Deus. É um jeito de ser Igreja em que cada pessoa é importante, tem voz, é ouvida, capacitada e envolvida na realização da missão.

Segundo o diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa (padre Frédéric Fornos)

“… o Papa Francisco nos convida a rezar para que ‘a escuta e o diálogo’ sejam o ‘estilo de vida em todos os níveis’ da Igreja, pois é uma graça…” 

E essa escuta começa pela oração, logo todos precisamos rezar porque os frutos da sinodalidade alimentará todos nós e fortalecerá nossa alma para caminharmos melhor diante dos desafios dos tempos atuais.

Façamos juntos a oração pelo Sínodo:

Aqui estamos, diante de Vós, Espírito Santo: estamos todos reunidos no vosso nome. Vinde a nós, assisti-nos, descei aos nossos corações. 

Ensinai-nos o que devemos fazer, mostrai-nos o caminho a seguir, todos juntos. Não permitais que a justiça seja lesada por nós pecadores, que a ignorância nos desvie do caminho, nem as simpatias humanas nos torne parciais, para que sejamos um em Vós e nunca nos separemos da verdade. 

Nós Vo-lo pedimos a Vós que, sempre e em toda a parte, agis em comunhão com o Pai e o Filho pelos séculos dos séculos. Amém.

Legalização do aborto: O que você precisa saber como católico

A legalização do aborto não é um assunto fácil de se discutir, mas não é difícil de se posicionar quando se defende a vida desde sua concepção. E o direito à vida é um princípio constitucional que não se pode negar a ninguém.

Por isso, além da fé cristã – e todas as igrejas que fazem parte da Confederação das Igrejas Cristãs, CONIC, são a favor da vida – há uma legislação constitucional que assegura a vida, e  para ser modificada é preciso mexer no texto da carta magna do País.

Então, em virtude da votação pela legalização do aborto, que ocorrerá no próximo dia 22 de setembro, trouxemos neste post a posição da Igreja, da CNBB, um pequeno percurso dos trabalhos sobre esse assunto e algumas notícias que envolvem esse tema.

Acima de tudo, a vida é um dom indiscutível, e como disse um sábio sacerdote:

“Valemos o sangue de um Deus!”

Logo temos todos os motivos para não desconsiderar esse assunto, mas defendermos a vida como um presente inalienável.

Entenda a legalização do aborto

Antes de qualquer posicionamento, o aborto ou o abortamento é a interrupção precoce de uma gestação antes que o feto seja capaz de sobreviver fora do corpo da mãe. Ele pode ser provocado ou espontâneo, mas, em qualquer caso, é motivo de dor para uma mulher.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) existem alguns critérios para que o fim de uma gestação seja considerado um aborto, como: a interrupção antes das 22 semanas de gestação e estando o feto, geralmente, com peso inferior a 500g, incapaz de viver fora do útero materno. 

Em caso de aborto espontâneo, sem intenção de acontecer, os casos mais comuns acontecem em cerca de 10 a 25% das gestações, às vezes a mulher nem sabe que está grávida, as causas são inúmeras e não favorecem o desenvolvimento do feto.

Agora, no Brasil, o aborto provocado é crime previsto pelo código penal Art. 124:

Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.

No entanto, a legislação prevê três situações em que o aborto pode acontecer: gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia do feto.

Legalização do aborto – o que a Igreja diz?

Santo Ireneu, bispo católico, já exclamava:

“A glória de Deus é o homem vivo; e a vida do homem é a visão de Deus”.

Ou seja, nós somos a obra prima da criação de Deus e objetos da sua bondade, nascemos para refletir a sua glória.

Logo, a Igreja Católica é clara sobre a defesa da vida humana e contra a legalização do aborto: 

“A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida” (CIC §2270).

A Doutrina da Igreja também esclarece que o aborto espontâneo não gera consequências morais porque não aconteceu por ato de vontade da pessoa, diferente do aborto provocado, quando já há a “alma espiritual”, um ser humano criado a imagem de Criador. 

Por fim, o Código de Direito Canônico também se posiciona sobre o aborto:

“Os fetos abortivos, se tiverem vivos, sejam batizados, enquanto possível” (Cân. 871), e reforça: “Quem provocar aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão “latae sententiae’” (Cân. §1398).

“O aborto é um crime. É tirar a vida de um para salvar outro. É o que faz a máfia”

Em todo o seu Pontificado, o Papa Francisco se posicionou abertamente sobre o direito do nascituro. Chegou a compará-los aos idosos, aos enfermos e até aos migrantes em alto mar em busca da vida! Para dizer que em todos esses casos, eles merecem viver!

“Não se deve esperar que a Igreja altere a sua posição sobre esta questão. A propósito, quero ser completamente honesto. Este não é um assunto sujeito a supostas reformas ou ‘modernizações’”, disse o Papa.

Como também, repetiu várias vezes que o problema do aborto:

“Não é um problema religioso: nós não somos contra o aborto devido à religião. Não. É um problema humano”. E explica: “O aborto é um homicídio, quem faz um aborto, mata…” 

Por fim, o pontífice fez questão de citar a ciência e orientou que se investiguem os livros médicos para se certificar de que, na terceira semana de gestação, o feto já está formado, com todos os órgãos, há um DNA, e merece respeito, vida e dignidade.

Portanto, a legalização do aborto é uma violação da fé e da ciência que prova a vida desde a sua concepção.

Legalização de um crime!

O Supremo Tribunal Federal (STF), no próximo dia 22 de setembro, começa a julgar uma ação que pede a ampla descriminalização do aborto realizado até 12 semanas de gestação, apresentada em 2017 pelo PSOL e o Instituto Anis. 

A relatora do caso e atual presidente do STF, Rosa Weber, colocou em pauta esse assunto para julgamento no plenário virtual, em que os ministros depositam seu voto eletronicamente por escrito, num prazo de seis dias úteis.

Em vista de sua aposentadoria, no dia 02 de outubro, quando ela completa 75 anos, não seria possível levar a ação ao plenário físico a tempo para que os ministros debatam seus votos. 

O mais interessante é que esse assunto não está em canal aberto! Quase não se divulga o que está prestes a acontecer para os próximos milênios no Brasil, é fácil de concluir que a legalização do aborto está acontecendo sem o conhecimento do povo brasileiro.

Breve percurso sobre a descriminação do aborto

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) acionou o STF em março de 2017 para que a Corte se manifestasse sobre a descriminalização do aborto, sob os seguintes pretextos:

  • Os artigos 124 e 126 do Código de Processo Penal (CPP), que tratam do crime de aborto, violam direitos fundamentais das mulheres;
  • A criminalização do aborto fere os seguintes princípios: dignidade da pessoa humana, da cidadania e da promoção do bem de todas as pessoas, sem qualquer forma de discriminação; 
  • A criminalização do aborto e a consequente imposição da gravidez compulsória compromete a dignidade da pessoa humana e a cidadania das mulheres; 
  • A criminalização afeta desproporcionalmente mulheres negras e indígenas, pobres, de baixa escolaridade e que vivem distante de centros urbanos, onde os métodos para a realização de um aborto são mais inseguros do que aqueles utilizados por mulheres ricas.

Em 3 e 6 de agosto de 2018, foram realizadas audiências públicas sobre a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 442. Nelas, se destacaram três discussões: 

  • Competência ou não do STF para julgar a descriminalização do aborto, 
  • Compatibilidade da descriminalização do aborto com o Pacto de San José da Costa Rica, que concede proteção do direito à vida, no artigo 4º, do qual o Brasil é signatário;
  • Credibilidade dos dados sobre número de abortos no Brasil.

Em 2018, às vésperas da eleição presidencial, o STF abriu as portas para uma audiência pública, onde ouviu 54 representantes de diversos setores da sociedade a respeito do tema, sendo 17 contrários e 37 favoráveis à legalização.

Desde então, há uma grande expectativa do movimento feminista para que a ADPF seja votada, e Rosa Weber decidiu fazê-lo no simbólico mês de setembro, já que 28 é o Dia da Luta pela Descriminalização e Legalização do Aborto na América Latina e Caribe.

Posicionamento da CNBB sobre o aborto

Recentemente, o assessor jurídico civil da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o advogado Hugo Cysneiros Oliveira falou sobre três dos princípios que baseiam a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 442 do Supremo Supremo Tribunal Federal (STF). 

Para Hugo, a ação “sequer deveria ser conhecida” e o debate sobre o tema deve acontecer no Congresso Nacional:

“O Parlamento foi omisso em relação ao tema do aborto” e o STF “ao resolver enfrentar esse assunto e literalmente legislar, inovar, modificar as normas existentes e produzir outras normas, ultrapassa os seus limites”.

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota, na quinta-feira, 14 de setembro, sobre o pedido de inclusão em pauta da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442 no Supremo Tribunal Federal (STF).

A ação pede a possibilidade de descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. No texto, os bispos reafirmam o posicionamento contrário ao pedido feito na ADPF:

“Jamais aceitaremos quaisquer iniciativas que pretendam apoiar e promover o aborto”.

E os bispos reforçam:

“O fundamento dos direitos humanos é que o ser humano nunca seja tomado como meio, mas sempre como fim”.

Como também recordam a posição “em defesa da integridade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde sempre!

“É o Senhor quem dá a vida e a tira…” I Sm.2,6

Não é apenas a Igreja Católica que se posiciona a favor da vida e contra a legalização do aborto, mas há outras entidades civis que citam as consequências físicas e principalmente psicológicas na vida da mulher, como também defendem o direito do nascituro.

Se perguntarmos a cada ser humano se ele optaria por nascer ou morrer, a resposta seria a favor da vida. Sendo assim, há uma responsabilidade ética, moral, cidadã e cristã sobre cada um nós que acordamos todos os dias sobre esse assunto.

Dessa forma, levantemos a bandeira da vida, principalmente por quem não pode se defender!

E para que sua defesa tenha mais consistência, selecionamos alguns documentários e filmes sobre esse tema:

O filme que a indústria do aborto não quer que você veja

Uma trágica história sobre aborto e arrependimento | Especial de Natal da Brasil Paralelo

Legalização do aborto: você é a favor ou contra? | Mude Minha Ideia | Quebrando o Tabu

Ela defendia o aborto… até ver um de perto | A história de Abby Johnson

Famílias numerosas: ter ou não ter?

Antigamente, famílias numerosas eram uma realidade comum. A estrutura familiar também era outra: só o pai trabalhava, a mãe cuidava da casa, dos filhos e, conforme eles cresciam, ajudavam a cuidar dos irmãos menores e dos afazeres domésticos. 

Atualmente, o cenário é totalmente diferente! Existem famílias numerosas, mas elas são em menor quantidade e até causam espanto para muitos casais, inclusive católicos. A maioria faz uma previsão de quantos filhos terão e não dizem mais: quantos Deus enviar!  

Sem falar que as mulheres não se reservam apenas para cuidar das crianças, elas estão conquistando outros espaços na sociedade que reflete na hora de decidir na quantidade de filhos que terão. 

Apesar de todas essas questões, nascer é uma dádiva! Imagine se nossos pais não nos tivessem? O mundo seria menos belo! E o contrário também é verdade: filhos são uma oportunidade de felicidade para os pais e de esperança para o mundo.

Então, conheça neste post a vantagem de famílias numerosas acima de qualquer espanto!

Famílias numerosas – mas o que é a família?

A família está presente na origem da humanidade como um projeto de Deus. A Palavra de Deus – de Gênesis até Apocalipse – tem a família como suporte para todo o crescimento humano e o desenvolvimento da Igreja. Deus é família: Pai, Filho e Espírito Santo.

E nos fez a partir desse modelo trinitário: Deus criou Adão e Eva e os abençoou para constituírem famílias. Dessa forma, Ele revelou seu compromisso com esse projeto e o confirmou quando enviou seu Filho, nascido de mulher, para o seio de uma família.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC §2201) diz que o matrimônio e a família estão ordenados para o bem dos esposos e para a procriação e educação dos filhos. O amor dos esposos e a geração dos filhos estabelecem, entre os membros de uma mesma família, relações pessoais e responsabilidades primordiais.

Portanto, a família é a base da sociedade e sua importância se estende para todos os lugares. O núcleo familiar é responsável por espalhar o bem, transformar o presente e escrever uma nova história. Nessa conta de responsabilidades, as famílias numerosas têm maior participação. 

Porque famílias numerosas não são um problema… 

Em 2016, o Papa Francisco escreveu uma Exortação Apostólica chamada Amoris Laetitia, sobre o amor na família. Um dos temas é sobre os filhos. Ele se utiliza do salmo 128 quando diz que os filhos são como rebentos de oliveira, ou seja, são cheios de energia e vitalidade.

Segundo o Papa, no Antigo Testamento, a palavra que aparece mais vezes depois da designação divina (YHWH, o “Senhor”) é “filho” (ben), um termo que remete para o verbo hebraico que significa “construir” (banah). 

Ainda sobre o Salmo, o santo padre explica que o versículo que diz:

Como flechas nas mãos de um guerreiro, assim são os filhos nascidos na juventude. Feliz o homem que deles encheu a sua aljava! Não será envergonhado pelos seus inimigos, quando com eles discutir às portas da cidade”.

“É verdade que estas imagens refletem a cultura de uma sociedade antiga, mas a presença dos filhos é, em todo o caso, um sinal de plenitude da família na continuidade da mesma história de salvação, de geração em geração”, declara o pontífice.

Ou seja, os filhos numerosos são motivo de alegria, realização, força e continuidade da família enquanto projeto de Deus. Ao mesmo tempo, com uma família numerosa, há mais possibilidade de Anunciar o Evangelho, testemunhando o valor da vida e do cuidado divino.

Encontramos muitas vantagens de quem opta por uma família grande

Atualmente, muitas preferem apenas um filho (a) ou quando muito, dois. As que se decidem por mais de três já são causas de surpresa, críticas, julgamentos, preconceitos e distanciamento de alguns. 

Mas famílias numerosas são um canteiro de oportunidades! Quantas pessoas falam com alegria de suas famílias reunidas na noite de Natal porque nem se preocupam em convidar ninguém, sem falar no amparo que os pais recebem em suas velhices.

Assim, uma família numerosa tem mais vantagens que desvantagens! Mas é preciso, também, exercer uma paternidade e maternidade responsáveis, porque, como bem disse o Papa Francisco, para ser um bom católico não é preciso procriar como os coelhos!

Agora veja o que dizem os especialistas sobre as famílias com muitos filhos:

Os pais sentem-se mais jovem

Crianças no lar fazem com que o estado emocional e psicológico dos pais seja jovial e mais feliz. Ou seja, quanto mais crianças em casa, mais jovens os pais e mães se sentem.

Equilibra o lado financeiro

Parece um absurdo, mas controlando bem as finanças e evitando desperdícios, muitas famílias grandes têm vivido muito bem e proporcionado o necessário a seus muitos filhos.

Benefícios para as crianças

Irmãos são companhias seguras! Eles crescem juntos, sabendo que terão sempre alguém muito próximo que confiam e que poderá lhes ouvir e ajudar. 

Amparo para os pais no momento oportuno

Pais não são sempre jovens e os filhos sentem a obrigação natural de cuidar de quem lhes cuidou durante seus primeiros anos de vida. E quanto mais filhos, maior a probabilidade de não ser esquecido em algum asilo. 

A família é a primeira escola

Famílias numerosas costumam despertar o senso de responsabilidade e maturidade muito maior entre os filhos. Isso acontece porque eles se sentem naturalmente responsáveis uns pelos outros.

Por fim, o sentimento de felicidade

Se há algo que as famílias numerosas proporcionam é felicidade, de todas as formas, motivos e idades. Também não faltam preocupações e problemas como em todas as famílias, mas elas não são o foco, porque existe muita ação acontecendo ao mesmo tempo.

Agora, depois de tudo isso, você pode se perguntar: quantos filhos fazem uma família numerosa? Essa resposta acompanha o coração, a fé e a consciência cristã de que Deus nos deu a liberdade de decidir, mas não de nos fecharmos à vida! 

10 curiosidades que você precisa saber sobre a Bíblia

A Bíblia Sagrada é um dos livros mais conhecidos do mundo. Além de ocupar, há mais de 50 anos, o primeiro lugar entre os livros mais lidos, com mais de 3,9 bilhões de cópias espalhadas por todo o mundo e traduzida para mais de 3 mil idiomas e dialetos.

Com certeza, essa popularidade se deve à experiência que ela comunica, o encontro com uma pessoa fundamental na vida cristã: Jesus Cristo. Ele é centro de toda Palavra, isso faz do Evangelho o coração da Bíblia, e da pessoa humana o objeto do infinito amor de Deus.

Não é à toa que a Igreja dedica um mês inteiro à Palavra de Deus! Ela é fundamental em nossa vida, porque narra o caminho do encontro de Deus-Trindade com o ser humano e detalha toda nossa salvação e nos aponta conselhos essenciais para vivermos como filhos de Deus.

Então, renovemos o nosso compromisso com a Palavra e aumentemos nosso conhecimento a partir de informações práticas e fundamentais sobre a Bíblia. Confira!

Por que setembro é o mês da Bíblia?

Todo o mês de setembro é dedicado à Bíblia, mas o dia da comemoração acontece em 30 de setembro.  Essa data está ligada à festa litúrgica de São Jerônimo, cujo nome verdadeiro era Eusebius Sophronius Hieronymus, o Padroeiro dos biblistas. 

São Jerônimo nasceu em Strídon, provavelmente no ano de  347, e faleceu em Belém, a 30 de setembro de 419 ou 420. Sua contribuição foi imensa: ele traduziu a Bíblia do grego e do hebraico para o latim, e essa tradução possibilitou a leitura da Palavra por mais pessoas.

Logo, é impossível estudar a Bíblia sem considerar a obra de São Jerônimo, porque ele foi totalmente fiel ao texto original. Foram mais de 40 anos de vida dedicados a este trabalho de tradução, que favoreceu a compreensão da Palavra de Deus tanto para a Igreja como para muitos intelectuais da época.

Se falar sobre a Bíblia é agradável, ler a Palavra é ainda melhor porque entramos em contato com Deus diretamente! Mas existem algumas informações interessantes que nos ajudam bastante nessa leitura e selecionamos 10 para você neste post.  

10 curiosidades sobre a Bíblia:

#1 A Bíblia Sagrada é um conjunto de livros escritos por homens ao longo da história.

Mas homens inspirados pelo Espírito Santo e, por isso, considera-se o próprio Deus como autor das Escrituras (Catecismo da Igreja Católica §105).

#2 Como foram vários os autores da Sagrada Escritura, não há uma única data!

Porém, acredita-se que o Antigo Testamento tenha sido escrito até duzentos anos antes de Cristo e que o Novo Testamento, a partir da segunda metade do primeiro século depois de Cristo.

#3 A palavra Bíblia vem do termo grego “os livros”.

Ao todo, a Bíblia contém 73 livros, sendo 46 no Antigo Testamento e 26 no Novo. Sua estrutura é organizada por capítulos (números maiores) e versículos (números menores).

#4 Os livros da Bíblia estão divididos em quatro partes.

O Pentateuco, os livros Históricos, os livros Sapienciais e os livros Proféticos. Já os livros do Novo Testamento estão divididos em três partes: cinco livros históricos, com os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos; vinte e uma cartas dos Apóstolos e um livro profético: o Apocalipse.

#5 O Pentateuco (penta significa ‘cinco’) são os cinco primeiros livros da Bíblia.

São eles: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Os antigos judeus chamaram estes livros de Torá, que significa Instrução, a Lei, e a Torá é a base da religião judaica.

#6 A Bíblia foi escrita em três idiomas

Ao contrário do que algumas pessoas imaginam, a Bíblia não foi escrita numa única língua, mas em três línguas diferentes: aramaico, o hebraico e o grego. 

#7 No Século IV, a Bíblia foi totalmente traduzida para o latim, língua usada na Igreja.

A tradução foi feita por São Jerônimo, a pedido do Papa Dâmaso. Esse trabalho aproximou ainda mais a Palavra da Igreja e do povo de Deus.

#8 A Bíblia foi o primeiro livro impresso da história, em 1456.

E sua primeira edição foi feita a partir da tradução de São Jerônimo. É conhecida como a Bíblia de 42 linhas e está dividida apenas em capítulos. Os versículos foram introduzidos apenas em 1527. 

#9 O Evangelho de Jesus foi transmitido primeiro de forma oral.

Apenas anos depois da Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão do Senhor surgiram os primeiros escritos. Acredita-se que o primeiro Evangelho escrito foi o de Marcos, entre os anos 65 e 75 D.C.

#10 O Catecismo da Igreja Católica (§112-114) orienta a leitura da Bíblia sob três critérios:

Prestar atenção ao conteúdo e à unidade da Escritura inteira, ler a Escritura dentro da Tradição viva da Igreja e estar atento à analogia da fé.

Por fim, a Igreja também ensina que a leitura e a interpretação da Sagrada Escritura precisam do auxílio do Espírito Santo, uma vez que Ele também foi o inspirador dos autores sagrados (cf. Catecismo da Igreja Católica, §111).

E assim, como a Bíblia emociona e converte até hoje, ela continua a missão de anunciar a boa-nova a todos que dela se aproximam.

Setembro amarelo: conheça a campanha de prevenção ao suicídio

Setembro Amarelo é a marca da campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio. Durante todo o mês, acontecem diversas iniciativas com objetivo de chamar a atenção da população para a importância deste tema. 

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), desde 2014, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil realiza essa campanha de conscientização e incentiva informações relacionadas à prevenção ao suicídio no país.

Em 2023, o tema é “Se precisar, peça ajuda!”. Vale lembrar que a campanha acontece durante todo o ano, mas especialmente em setembro, no dia 10, quando é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao suicídio. 

É urgente que nos atualizemos sobre esse assunto e estejamos atentos às pessoas ao nosso redor e aos sinais que apontam para essa realidade! Confira o que preparamos.

Setembro amarelo – Dia mundial de combate e prevenção ao suicídio

Em setembro de 1994, nos Estados Unidos, o jovem de 17 anos, Mike Emme, cometeu suicídio. Ele tinha um Mustang 68 amarelo e, no dia do seu velório, seus pais e amigos distribuíram cartões amarrados em fitas amarelas com frases de apoio para pessoas que talvez estivessem enfrentando problemas emocionais. 

A iniciativa se espalhou e a cor passou a representar a campanha setembro amarelo. Assim, em 2013, Antônio Geraldo da Silva, presidente da ABP, colocou no calendário nacional a campanha internacional setembro amarelo. E, desde 2014, são muitos os parceiros que divulgam e trabalham no Brasil com essa campanha a favor da vida. 

Mas é preciso investir e insistir nesse assunto, porque, infelizmente, o estigma social e a falta de consciência continuam como principais barreiras para quem precisa de ajuda. E existe muita desinformação sobre os problemas com relação à saúde mental em todo lugar.

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, sabe-se que praticamente 100% dos casos de suicídio estão relacionados às doenças mentais, a maioria não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Logo, muitos casos seriam evitados se estes pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.

Entenda os motivos da campanha setembro amarelo

Ainda segundo a OMS, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Mas também existem situações subnotificados, que aumentam os casos para mais de 1 milhão. 

No Brasil, a estimativa é de 14 mil casos por ano, ou seja, em média trinta e oito suicídios por dia. Entre 2010 e 2019, o país registrou em torno de 112.230 mil mortes por suicídio.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2019, 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais receberam o diagnóstico de depressão. Veja as porcentagens:

  • Estados do sul e sudeste com 15,2% e 11,5%, respectivamente, de adultos com diagnóstico confirmado de depressão; 
  • No centro-oeste (10,4%), nordeste (6,9%) e norte (5%).

A depressão é uma das grandes causas do suícidio e está entre as ações do setembro amarelo, porque afeta a saúde da pessoa como um todo. E não apenas de quem tem uma vida secular, mas dos religiosos e sacerdotes também.

No Brasil, entre 2017 e 2018, quase 20 sacerdotes tiraram a própria vida. Há estudos sobre esta realidade por parte de alguns especialistas, como também acompanhamentos específicos para prevenir essa dor dentro da Igreja e da vida religiosa.

Dessa forma, as estatísticas falam o quanto é necessária a campanha setembro amarelo, como também outras iniciativas que ajudem a enxergar e socorrer pessoas que passam por essa dor invisível e letal.

O trabalho é o primeiro local para tratar sobre o suicídio

De acordo com especialistas, o suicídio de trabalhadores e a saúde mental no ambiente de trabalho são pontos a serem discutidos. Isso porque estresse no trabalho, pressão constante, assédio, carga de trabalho alta e falta de apoio emocional contribuem negativamente para a saúde mental.

Apesar da campanha setembro amarelo não se concentrar nessa categoria da sociedade, o ambiente de trabalho é um local importante para falar questões relacionadas ao tema e assim reduzir o preconceito associado à saúde mental, promovendo soluções e apoio para aqueles que lutam contra pensamentos suicidas.

Só em 2019, foram notificados 13 mil suicídios no Brasil, sendo 12 mil casos em população de 14 a 65 anos. No entanto, 10 mil casos correspondem às pessoas em atividade de trabalho, sendo 77% dos suicídios entre homens.

Sem falar que os suicídios e tentativas de suicídio têm efeito dominó, ou seja, afetam diretamente o indivíduo, as famílias, as comunidades e a sociedade. Portanto, abordar o suicídio em locais de trabalho é uma forma de prevenção que alcança um público grande e exposto a problemas constantemente.

Ações de prevenção ao suicídio

O objetivo geral da campanha setembro amarelo é aumentar a conscientização sobre a prevenção do suicídio em todo o mundo. Os objetivos incluem promover a colaboração entre partes interessadas e a autocapacitação para lidar com a automutilação e o suicídio por meio de ações preventivas.

Claro que lidar com a prevenção é um trabalho longo e muitas vezes ignorado porque não se veem os resultados de imediato, mas é possível salvar uma vida mesmo assim. 

Para isso, veja as iniciativas que são implementadas: 

  • Capacitação de profissionais de saúde e outros atores relevantes para falar sobre o assunto e lidar com situações concretas; 
  • Divulgar mensagens positivas e informativas voltadas para a população em geral e grupos de risco, como jovens; 
  • Promover a discussão aberta sobre saúde mental em casa, na escola, no local de trabalho etc. 
  • Incentivar pessoas que já passaram pelo drama do suicídio para compartilharem suas histórias com profissionais e pessoas interessadas.
  • Restringir o acesso a meios para o suicídio, como armas de fogo, pesticidas etc. através de políticas públicas de saúde mental e educativas; 
  • Redução do álcool e a cobertura responsável da mídia sobre o suicídio.

precisar, peça ajuda!

A campanha setembro amarelo deste ano tem como tema: Se precisar, peça ajuda! Há uma súplica tanto de quem tem pensamentos suicidas como das famílias em geral. E existem diversos materiais gratuitos, como também o atendimento por telefone realizado de forma sigilosa. 

Onde pedir ajuda:

O Centro de Valorização da Vida (CVV)  é uma associação sem fins lucrativos que oferece apoio emocional e busca prevenir casos de suicídio. Caso precise de ajuda ou conheça alguém que precise, ligue para o 188 ou acesse o site cvv.org.br. 

Tanto o chat da página quanto o telefone ficam disponíveis para contato 24 horas todos os dias da semana, e o serviço é sigiloso e gratuito.

O site da ABP traz também todo o material explicativo sobre a campanha e temas que precisam de esclarecimento na sociedade que ajudam na prevenção do suicídio:

Acesse aqui o Site da ABP

Há outras atitudes que todos podemos abraçar: a empatia, a compaixão e a oração. Se a humanidade está doente, todos nós somos afetados por essa enfermidade. 

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Teatro, uma potência evangelizadora

O teatro é uma arte milenar porque existe há mais tempo do que podemos imaginar. Nos rituais primitivos da humanidade,  há mais de 30 mil anos, os povos já utilizavam a encenação como uma maneira de contar histórias. 

E a Igreja acompanha a história da humanidade. Não há como entender o próprio Evangelho sem recursos visuais, entre eles o teatro, uma expressão artística completa, que sensibiliza os corações mais frios e capta as atenções mais dispersas.

Por isso, São João Paulo II fala com propriedade sobre o artista já que ele mesmo encenou muitas vezes na juventude, inclusive em um época de muita dor e desilusão:

“De fato, a sociedade tem necessidade de artistas, da mesma forma que precisa de cientistas, técnicos, trabalhadores, especialistas, testemunhas da fé, professores, pais e mães, que garantam o crescimento da pessoa e o progresso da comunidade, através daquela forma sublime de arte que é a ‘arte de educar’.No vasto panorama cultural de cada nação, os artistas têm o seu lugar específico.”

Se é assim como diz o Papa, o ator, então, tem um lugar especial no coração da humanidade através do teatro. É sobre essa arte universal e o seu poder de conquistar que vamos tratar agora!

A importância do teatro para a sociedade

Historiadores, antropólogos e estudiosos defendem que o teatro surgiu com a própria humanidade. Encenações de dança, colheita, morte, cultos a deuses eram contadas por meio da encenação e assim as pessoas guardavam a fé e a cultura do seu povo.

Mas o termo teatro e todas as suas ideias remetem ao Século IV, na Grécia Antiga. A própria palavra ‘teatro’ vem do grego e significa lugar onde se vê um espetáculo. Quem nunca ouviu o termo: tragédias gregas e tantas histórias incríveis de espetáculos antigos?

De fato, isso só prova que o teatro acompanhou a formação do ser humano, transmitiu sentimentos, realidades da vida, cultura, educação, fé e ajudou muitos a conhecerem a si mesmos para exercerem o papel de ator ou atrizes e emocionarem uma plateia.

O teatro exerce uma força incrível sobre quem o apresenta e quem o assiste. Ele é o lugar da criatividade, imaginação e desenvolvimento de potencialidades, além de proporcionar diversão, educação e consciência social. Essa arte tem um poder transformador!

Teatro na vida cristã

Assim como o teatro está associado à vida humana também está unido à fé, porque é impossível separar o ser humano do transcendente, principalmente no princípio. E o teatro é anterior à própria escrita, quando essa nasceu, era privilégio de quem tinha recursos financeiros.

Assim, vale a pena lembrar duas colocações fortes sobre a arte, no qual o teatro está inserido, para destacar seu valor na vida cristã. 

Papa Bento XVI disse: 

“[…] o Cristianismo, desde as suas origens, compreendeu bem o valor das artes e utilizou sabiamente as suas multiformes linguagens para comunicar a sua imutável mensagem de salvação […]”  

Papa Paulo VI: 

“Nós temos necessidade de vós – disse ele –. O nosso ministério precisa da vossa colaboração.Porque, como sabeis, o Nosso ministério é pregar e tornar acessível e compreensível, aliás comovedor, o mundo do espírito, do invisível, do inefável, de Deus. E nesta operação… vós sois mestres. É a vossa profissão, a vossa missão; e a vossa arte é extrair do céu do espírito os seus tesouros e revesti-los de palavras, de cores, de formas de acessibilidade” (Insegnamenti II, [1964], 313). 

Logo, foi através do teatro que muitos se aproximaram de Deus. De reis a pobres, não importa a condição social, mas essa arte sempre esteve presente com o poder de convencer e cativar os corações para a vida de Cristo.

Uma arte evangelizadora poderosa

Dito isso sobre o teatro, podemos nos imaginar diante de uma cena! Assistir a alguém representar uma personagem, com convencimento, é um dom, e quando a mensagem é verdadeira como o Evangelho, alcança o coração de quem interpreta e de quem presencia.

Também existem pessoas que são visuais, precisam ver para entender, e o teatro faz isso! A encenação é a expressão do corpo, da oratória, da memória e da espiritualidade, tudo junto, circulando no mesmo ambiente, em benefício das pessoas.

E se recordarmos as vias sacras encenadas na Semana Santa! Quantas pessoas se emocionam como se estivessem dentro da cena, isso porque, muitas vezes, quem atua o faz de boa vontade, sem qualquer intenção de se tornar um profissional.

O teatro, então, é uma das formas de expressar a fé e promover o encontro da pessoa com a presença misteriosa de Deus. Por isso, é um veículo de evangelização importante, atrai com facilidade e consegue comunicar a boa nova.

Prestigie a quarta arte universal!

Atualmente, há 11 tipos de artes: música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura, cinema, fotografia, história em quadrinhos (HQ), jogos eletrônicos e arte digital. E todas elas servem à humanidade em contextos e assuntos diversos.

Não é possível viver sem a arte! Ela se explica com gestos, canto, expressões, imagens, pinturas etc. Assim, procure o teatro como forma de entrar em contato com o divino, já que Deus é o primeiro e maior artista de todos. 

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7 curiosidades sobre São Raimundo Nonato que você precisa conhecer

São Raimundo Nonato é um santo muito popular.  A sua fama se espalhou ainda em vida, em uma época muito difícil para a evangelização, por causa da perseguição dos mouros aos cristãos, entre os séculos XIII e XIV. 

Acima de tudo, a sua vida foi repleta de heroísmo e santidade, de profunda oração, humildade, obediência e coragem em pregar a Palavra de Deus sob quaisquer circunstância. Porém, o fato mais marcante de sua história é que Nonato quase não nasceu! 

Aliás, a origem do seu nome, “Nonato”, que vem do latim “non natus”, significa literalmente “não nascido”. Mas a Providência preparou tudo a tempo e trouxe ao mundo um filho, um sacerdote mercedário e um santo para a Igreja.

Então, vamos conhecer agora como São Raimundo Nonato nasceu e outras curiosidades sobre sua vida! 

Curiosidades sobre São Raimundo Nonato

#1 Retirado vivo do ventre de sua mãe morta

O ano é 1200, quando sua mãe começa a sentir as dores do parto. Mas, por falta de ajuda, ela morreu antes de dar à luz ao filho. Porém, o milagre aconteceu pelas mãos do Visconde de Cardona, Raimundo de Folch, que abriu o ventre da mulher com uma faca e retirou a criança viva.

Por esse motivo, o seu nome é Nonato, que quer dizer não nascido, pois extraíram o pequeno vivo do corpo da mãe que morreu durante o parto. Esse fato deu a São Raimundo Nonato o título que segue.

#2 Padroeiro da parturientes

Como seu nascimento foi um grande milagre, o fato espalhou-se por toda a região na época, e hoje a Igreja celebra liturgicamente a sua memória no dia 31 de agosto. Por ter vivido tamanha graça desde o nascimento, São Raimundo Nonato tornou-se o padroeiro das mulheres grávidas, das parturientes, das parteiras e dos recém-nascidos.

#3 Ele ornava a imagem de Nossa Senhora com flores

São Raimundo Nonato foi uma criança dócil e amigo de Deus desde cedo. A história conta que ele gostava de ornamentar a imagem de Nossa Senhora com flores. Próxima à sua casa, havia uma capela dedicada a São Nicolau.

Com frequência, Nonato escapava das tarefas para rezar lá e levar grinaldas de flores silvestres para enfeitar o Menino Jesus e sua Mãe, a Virgem Maria, por quem ele tinha uma imensa devoção.

#4 O Pai de Raimundo Nonato o encontrou em êxtase

O santo viveu em uma pequena propriedade rural onde pastoreava o rebanho de seu pai. Um dia seus amigos contaram ao pai de São Raimundo Nonato que ele tinha abandonado o rebanho. 

O pai logo foi fiscalizar a situação, mas foi surpreendido com a imagem de Nonato, em êxtase, diante da imagem da Virgem Maria. Ao mesmo tempo, percebeu que as ovelhas voltaram ao redil, guiadas por um pastor que reluzia como o sol, semelhante a um anjo.

#5 Professou seus votos aos 18 anos

Após vencer a resistência de seu pai, que não o queria religioso, São Raimundo entrou na Ordem Mercedária e fez a profissão religiosa, com apenas 18 anos. Logo depois, Raimundo Nonato foi enviado para Barcelona para continuar se dedicando aos estudos eclesiásticos.

Foi então aos 22 anos de idade, que Nonato tornou-se Sacerdote em Barcelona e, a partir daí, amadureceu em seu coração o desejo de viver o carisma mercedário em plenitude, doando sua vida pela libertação dos cristãos feitos escravos pelos mulçumanos. 

#6 Raimundo Nonato evangelizou na Argélia

Seu desejo missionário formou nele um coração totalmente disponível. E, assim, partiu em missão para a Argélia, norte da África, a fim de resgatar cristãos das mãos dos muçulmanos; conseguiu libertar cento e cinquenta escravos e devolvê-los às suas famílias.

Quando faltou dinheiro para o resgate, ele se ofereceu como refém em troca da vida dos cristãos. No cativeiro, São Raimundo Nonato sofreu muitas torturas e humilhações. Mas não cessava de anunciar a Palavra de Deus e levar conforto aos necessitados.

#7 Teve os lábios presos por um cadeado

Por causa da sua ousadia evangelizadora, o santo tanto converteu muitas pessoas, o que incomodou os magistrados muçulmanos. E por causa disso teve seus lábios presos por um cadeado, que só era aberto quando ele se alimentava de uma ração dada aos presos. 

#8 Foi nomeado Cardeal aos 39 anos!

Somente após oito meses de prisão, conseguiram resgatar Raimundo Nonato, que retornou para a Catalunha.

Além disso, a sua fama de santidade já havia se espalhado, e as pessoas se maravilhavam com a doçura e serenidade que o envolvia apesar de toda debilidade do corpo.

Em 1239, o Papa Bento XII nomeou Raimundo Nonato como Cardeal, aos 39 anos. Mas, com a saúde muito debilitada, faleceu no dia 31 de agosto de 1240. O seu corpo foi descansar na mesma ermida de São Nicolau, em que orava nos seus anos de pastor. 

Suplique a intercessão desse grande santo!

“Ó Pai, pela vossa misericórdia, São Raimundo Nonato anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”

Torne-se amigo deste grande santo: baixe gratuitamente o Devocionário de São Raimundo Nonato