Padres Mercedários nas periferias do mundo, escutando a voz do Senhor

A Ordem dos Padres Mercedários esteve de 30 de abril a 14 de maio reunida em Roma em Assembleia capitular. Frades de 23 países representando mais de 150 comunidades e 160 paróquias espalhadas em várias partes do mundo avaliaram a caminhada da família mercedária, debateram e refletiram sobre os vários desafios em seu apostolado e, fiéis a seu carisma, renovaram seus compromissos de evangelização, escutando a voz do Senhor. A Rádio Vaticano – Vatican News ouviu o padre frei Reginaldo Roberto Luiz

Ouça a entrevista a padre frei Reginaldo Roberto Luiz

A Ordem de Nossa Senhora das Mercês, mais conhecida no Brasil como Ordem dos Padres Mercedários, concluiu no último sábado seu 17º Capítulo Geral, realizado em Roma de 30 de abril a 14 de maio. A Assembleia capitular, em plena sintonia com a origem mariana da família mercedária, teve como tema “Fazei tudo o que Ele vos disser”.

O Capítulo Geral é sempre um momento particularmente importante na vida de uma congregação, instituto ou ordem religiosa, ocasião em que alguns de seus membros, representando as várias comunidades espalhadas nas diferentes realidades em que se encontram, fazem uma avaliação de sua caminhada, debatem e refletem sobre os vários desafios que se lhes apresentam em seu apostolado de evangelização e, a partir daí, traçam as linhas e diretrizes pastorais para os anos seguintes.

Durante o capítulo, os padres mercedários foram recebidos pelo Santo Padre no sábado, 7 de maio, no Vaticano, ocasião em que o Papa Francisco os encorajou a olhar as dificuldades e a realidade com esperança, e a recomeçar todos os dias.

Na reta final dos trabalhos capitulares, o padre frei Reginaldo Roberto Luiz, que é conselheiro geral, postulador geral e secretário geral de pastoral da Ordem dos Padres Mercedários, concedeu uma entrevista à Rádio Vaticano – Vatican News.

Inicialmente, frei Reginaldo falou-nos sobre como se estruturou este 17º Capítulo Geral e destacou-nos os temas candentes que nortearam os trabalhos capitulares (ouça na íntegra clicando acima).

Fonte: Raimundo de Lima – Vatican News

Ordem dos Padres Mercedários celebra 100 anos de presença no Brasil

O provincial dos Padres Mercedários no Brasil, padre frei John Londerry, em entrevista concedida à Rádio Vaticano – Vatican News fala-nos sobre a celebração deste centenário da Família Mercedária em nosso país, a atualização do carisma da Ordem, os desafios pastorais e a realidade das vocações no Brasil. Destaca-nos, também, o grande trabalho de evangelização feito pelas irmãs mercedárias.

Ouça a entrevista ao provincial dos Mercedários no Brasil

Fundada em 1218 por São Pedro Nolasco, a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, mais conhecida no Brasil como Ordem dos Padres Mercedários, está vivendo este 2022 um ano muito especial em nosso país, porque está celebrando 100 anos de presença no Brasil.

Recentemente, a Ordem Mercedária celebrou em Roma seu 17º Capítulo Geral, realizado de 30 de abril a 14 de maio, durante o qual foi recebida pelo Papa Francisco. A assembleia capitular, em plena sintonia com a origem mariana da família mercedária, teve como tema “Fazei tudo o que Ele vos disser”.

Um dos frades capitulares desta assembleia foi o provincial dos Padres Mercedários no Brasil, padre frei John Londerry. Entrevistado pela Rádio Vaticano – Vatican News, ele falou-nos, entre outros, sobre a celebração deste centenário, a atualização do carisma da Ordem, os desafios pastorais e a realidade das vocações no Brasil.

Ao apresentar-nos a Província dos Padres Mercedários no Brasil, padre frei John Londerry começa por destacar estes 100 anos de presença da Ordem Mercedária em terras brasileiras (ouça na íntegra clicando acima).

Fonte: Raimundo de Lima – Vatican News

Bispo que viveu no sertão do Piauí pode virar 37º santo do Brasil

Dom Inocêncio López Santamaria, bispo que viveu no sertão do Piauí combatendo a fome, a seca e o analfabetismo, pode virar santo.

Uma equipe de Roma, contratada pela Ordem Mercedária do Brasil, exumou em fevereiro os restos mortais do religioso espanhol, que viveu por 27 anos no município de São Raimundo Nonato (a 517 km de Teresina). Santamaria morreu de câncer em 1958, aos 83 anos, em Salvador. Um dos milagres atribuído a ele seria um bebê que acordou do coma.

A exumação do corpo de dom Inocêncio faz parte do processo de beatificação e canonização autorizada pelo papa Francisco.

O bispo entra na lista de “servo de Deus” assim como Dom Helder Câmara, arcebispo de Recife (PE), Odete Vidal de Oliveira (Odetinha) e Zilda Arns. Todos vão passar por uma análise criteriosa da igreja Católica para serem beatos [se houver a confirmação de um milagre] e em seguida declarados santos [se comprovados dois milagres].

No Brasil, há seis religiosos canonizados. Outros 30 serão elevados a santos em outubro deste ano, conforme anunciou o Vaticano na última quinta (2). Se confirmado, dom Inocêncio será o 37º santo nacional.

Um Tribunal Eclesiástico foi instalado para investigar a vida de Dom Inocêncio que nasceu no dia 28 de dezembro de 1874, na aldeia de Sotovellanos, na província de Burgos, na Espanha.

Os restos mortais do bispo estavam enterrados dentro da catedral de São Raimundo Nonato, em frente ao altar. A cerimônia foi fechada e a catedral isolada.

Os especialistas em exumação do Vaticano encontraram intactos o anel do bispo, seu crucifico e o solidéu vermelho (boina em tecido).

Garrafa com água, uma surpresa

O Frei Rogério Soares, 37 anos, provincial da Ordem Mercedária do Brasil, que acompanha o processo de Dom Inocêncio, contou ao Cidadeverde.com que uma surpresa na exumação foi encontrar uma garrafa com água dentro da sepultura.

“Na ata constava que no sepulcro existia uma garrafa contendo papéis com breve relato de sua vida e quando abrimos a sepultura não encontramos nenhum texto, apenas uma garrafa com água. Isso foi uma grande surpresa”, conta o frei que acompanhou a exumação do corpo.

O próximo passo é levantar a história do bispo e coletar testemunhos de quem conviveu com dom Inocêncio. Cerca de 60 pessoas serão ouvidas, entre eles cinco padres vivos que conheceram o bispo. O processo, que será entregue ao Vaticano, deve durar mais de dois anos.

“A fama de santidade de dom Inocêncio permanece mesmo após 59 anos de sua morte. A sua principal característica é a humildade e a gentileza”, destacou Frei Rogério.

Construiu 28 escolas na zona rural

Dom Inocêncio chegou ao município piauiense em 1931 após andar por 12 dias a cavalo da Bahia ao interior do Piauí. Encontrou uma região em absoluto atraso. Sem energia elétrica, água potável, comunicação e nem estradas – que incluíve o impediu de tomar posse na cidade de Bom Jesus do Gurgueia. Por isso, ficou em São Raimundo Nonato. Frei Rogério Soares conta que Dom Inocêncio construiu mais de 28 escolas somente na zona rural de São Raimundo.

“O bispo tinha uma preocupação muito grande com a educação. Ele trazia professores para dar aula de latim, francês, música para a população pobre e acreditava que a cultura era também uma forma de desenvolvimento”.

Entre os documentos descobertos pelo Tribunal Eclesiástico estão cartas do bispo encaminhadas as autoridades pedindo ajuda para alimentação das famílias, estradas e água.

“Um dos testemunhos conta que Dom Inocêncio chegava a colocar dinheiro em um envelope e pedia alguém para pôr debaixo da porta da família que passava fome. Ele não entregava pessoalmente para evitar o constrangimento”, conta o Frei.

Com sua persistência e ajuda financeira de campanhas, foram construídas mais de 700 km de estradas, escolas em áreas rurais, poços, açudes e capelas entre 1931 a 1958.

Legado de santidade

O padre José Deusdará da Rocha, 75 anos, que foi aluno de Dom Inocêncio, conta que todos os consideravam santo mesmo em vida.

“O povo sempre teve uma devoção por ele e era visto antes de morrer como um santo. Quem conheceu Dom Inocêncio não conseguia se esquecer dele. Ele reunia duas qualidades raramente encontradas em uma só pessoa: a magnificência e a humildade”.

Segundo o padre Deusdará, o bispo era um intelectual e assumiu todos os costumes de São Raimundo Nonato. “Ele gostava muito de umbu e dizia que era a uva do Brasil. Era um homem de oração, não tinha palácio e morava com os outros padres e antecipou preocupação do Vaticano como o clero autóctone, formando vários padres na região”.

Quem também conviveu com Dom Inocêncio foi o padre José Herculano de Negreiros, 73 anos. Ele estuda o sacerdote há cerca de 50 anos e lançou o livro “Dom Inocêncio – o Piauí abriga um santo”.

“Ele era um santo em vida. Uma pessoa calma, meiga, sorridente e acolhedora. Recebia em sua residência desde bêbados a padres, visitava os doentes, os presos e era adorado pelas crianças. Foi um homem que se entregou por inteiro ao sacerdócio”, lembra o padre Herculano Negreiros, que também é da Ordem das Mercês.

No livro, o padre descreve Dom Inocêncio como um homem “determinado, obstinado e incansável”.

“Embrenhava em matas e caatingas expondo ao cansaço, a fome, a sede, e ao calor impiedoso…realizou um duro e austero trabalho humanitário, social e cultural na região”, descreve padre Herculano

Bebê acorda do coma

O bispo é venerado na região e seu túmulo recebe uma peregrinação de fiéis. Há pessoas que caminham descalços sobre o sepulcro em busca de cura para os pés e dores nas pernas.

O frei Rogério Soares informa que há relatos de milagres na região atribuída a intercessão de Dom Inocêncio. Dois casos são emblemáticos. Um aconteceu em outubro de 2016 quando um recém-nascido passou cinco dias em coma, sem temperatura corporal e sua tia, devota de Dom Inocêncio, fez orações pedindo intervenção do bispo e o bebê foi salvo.

Outra suposta graça envolve a recuperação de uma vítima de acidente de motocicleta ocorrido em 11 de março de 2008.

Trechos do livro de padre Herculano

Do alto clero em Madri a vida simples no Piauí

Filho de família pobre, Inocêncio López Santamaria nasceu no dia 28 de dezembro de 1874, na aldeia de Sotovellanos, na província de Burgos, na Espanha. Aos 15 anos foi para o seminário da Ordem de Nossa Senhora das Mercês no convento de Poyo, na Galícia.

Foi ordenado padre aos 22 anos. Sua vocação e dedicação se destacaram na igreja que foi designado vigário provincial e superior do convento de Madri. Dom Inocêncio chegou ao alto escalão e foi nomeado mestre geral da Ordem de Nossa Senhora das Mercês. Por 11 anos, ele morou em Roma.
Com a dificuldade de encontrar sacerdote para ocupar o cargo criado em Bom Jesus do Gurgueia, no extremo Sul do Piauí, Inocêncio deixa Madri e com autorização do Papa Pio XI fez uma longa viagem até chegar a região considerada o polígono da seca. No País, ele funda a Congregação das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil.

Uma característica marcante de Dom Inocêncio foi acreditar na superação da pobreza através da educação. Acometido com câncer no fígado, morreu em 9 de março de 1958, no Hospital Espanhol de Salvador, na Bahia. Era um bispo tão adorado que seu velório durou cinco dias passando por cidades da Bahia, Pernambuco até chegar em São Raimundo Nonato. Seu corpo foi sepultado no altar mor da catedral da cidade no dia 14 de março de 1958.

Fonte: cidadeverde.com

Frei Elionaldo lança livro sobre a história de São Pedro Nolasco

Contar a história inspiradora de São Pedro Nolasco de uma forma simples e atual a partir de uma narrativa poética. Esse foi o propósito de frei Elionaldo, com o livro Voto de sangue: a jornada de um jovem em busca de liberdade.

A obra detalha a trajetória do comerciante que, após de tornar órfão, usou o dinheiro recebido como herança para comprar a liberdade de cristãos cativos. Datada do fim do século XII, a atitude é um dos marcos que levaram à fundação da Ordem Mercedária, que tem Pedro Nolasco como patrono.

Ao longo de 58 páginas, frei Elionaldo destaca características da Ordem, traços da personalidade de São Pedro Nolasco, provocando o leitor a pensar sobre como a busca da liberdade que motivou o jovem religioso a mudar de vida se relaciona com cativeiros do tempo atual. A suavidade e a profundidade da poesia ajuda a estimulam reflexões sobre que é liberdade? E Como ser Livre?

O livro é o primeiro escrito por Frei Elionaldo Ecione e Silva, O.de M, que aposta na obra para tornar ainda mais conhecida a história de São Pedro Nolasco e mostrar como ela continua viva 800 anos após a criação da Ordem Mercedária. É também um convite a todos que se empenham para conquistar e manter a verdadeira liberdade: própria e do próximo.

Frei Elionaldo Ecione e Silva, O.de M

“De comerciante de telas e outras especiarias ele passa a negociar vidas, memórias, histórias e novas trajetórias de uma humanidade oprimida e opressora.”

Pontua o autor em um dos trechos do texto de apresentação.

No decorrer do livro, são evidenciadas características de São Pedro Nolasco como a coragem, a perseverança, a caridade e o heroísmo cristão. Tratado, não como personagem do passado mas como um paradigma de liberdade para os nossos tempos, Nolasco é descrito como “um homem aberto à ação de Deus e sensível às necessidades de sua época. Um jovem que busca a própria liberdade e a liberdade de seus irmãos cativos”.

Você pode adquiri o livro do Frei Elionaldo Ecione, O. de M. nas seguintes livrarias: