Mensagem Final – VII Capítulo Provincial da Ordem Mercedária no Brasil

Nós, frades mercedários, estivemos reunidos em Capítulo Provincial entre os dias
06-12 de janeiro de 2024, na cidade de São Paulo – SP. Éramos 23 frades de diversas
regiões do Brasil, inseridos em várias frentes de evangelização. Foi para nós uma
oportunidade de nos encontrarmos como irmãos, unidos pelo carisma de São Pedro
Nolasco, o qual continua a desafiar a humanidade a encontrar, em Cristo Redentor, a plena
liberdade de filhos e filhas de Deus, empenhando-se para promover a justiça e a paz.
O tema do nosso capítulo foi inspirado a partir do Sínodo da sinodalidade e pelo
III Ano Vocacional da Igreja no Brasil: Vocação Mercedária e Sinodalidade: graça e
missão, com lema: “Corações ardentes pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33). Em torno desta
temática vivenciamos:
O Capítulo Provincial foi um processo de abertura ao Espírito Santo, buscando
escutar de forma atenta e comprometida tanto o Evangelho como os irmãos, a realidade
que nos abraça e os cativos – rosto mais próximo de Jesus Redentor. Em sintonia com
nosso projeto Constitucional (COM 188, 2§) que indica que o Capítulo deve “examinar e
decidir sobre a vida religiosa, vocações e formação, apostolado mercedário, governo e
economia”, tivemos a oportunidade de avaliar a caminhada, identificar o presente e
projetar com esperança o futuro.
Recolhendo todas as contribuições num grande processo de escuta sinodal
ouvimos frades, formandos e leigos de nossas comunidades. Dessa forma, construímos o
projeto trienal, contemplando três eixos: vida fraterna, vocação e missão. Desejamos
assim redescobrir o primeiro amor (Ap 2, 4b) sabendo que somos parte de um projeto
comum “para organizar a esperança” em vista da missão redentora.
Nossa Província tem identidade, um caminho já percorrido – com acertos e
desafios – e busca revitalizar e ressignificar o carisma Mercedário em conversão
permanente e em fidelidade criativa. Após a celebração do centenário da segunda vinda
da Ordem ao Brasil, agradecemos a Deus os frutos deste grande labor missionário e
apostólico.
Finalizamos este VII Capítulo em clima de fraternidade e comunhão. Guiados pelo
Espírito Santo, que faz arder os nossos corações e nos impulsiona a nos colocarmos a
caminho, queremos continuar a ser portadores da boa nova da esperança e da liberdade
nestas Terras de Santa Cruz e além-mar, por onde o Senhor nos enviar.
Inspirados nas virtudes do grande Servo de Deus, Dom Inocêncio Lopez
Santamaria, modelo de missão e coração ardente, suplicamos a benção de Deus para fazer
frutificar tudo aquilo que foi semeado neste VII Capítulo da Província de São Raimundo
Nonato.

Encerrada a fase diocesana da Causa de Beatificação e Canonização do Servo de Deus, Dom Inocêncio López Santamaria

Com grande júbilo, religiosos da Ordem de Nossa Senhora das Mercês, religiosas da Congregação Mercedária Missionária do Brasil e de outros institutos, junto à Diocese de São Raimundo Nonato, celebraram a conclusão da fase diocesana da Causa de Beatificação e Canonização do Servo de Deus Dom Inocêncio López Santamaria. A celebração aconteceu na noite desta terça-feira (19 de dezembro), na catedral de São Raimundo Nonato e foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Ronilton Souza de Araújo SCJ.

Antes da celebração eucarística, aconteceu a solenidade jurídico-canônica que marca a finalização da etapa diocesana. Participaram o provincial da Província Mercedária do Brasil, frei John Londerry O.deM.; o provincial da Ordem Mercedária do Chile, frei Mario Salas O.deM.; o juiz delegado episcopal, padre Alaércio Carvalho de Sousa; o promotor de justiça no inquérito diocesano, padre Edilson dos Santos Lopes; o postulador-geral da Ordem Mercedária, frei Reginaldo Roberto Luís e o notário, Ronaldo Frigini.

Estiveram presentes o bispo de Bom Jesus do Gurgueia, dom Marcos Tavoni e o bispo eleito de Parnaíba, dom Edivalter Andrade. Também marcaram presença padres diocesanos, religiosos e religiosas, seminaristas e todo o povo de Deus da Diocese de São Raimundo Nonato. Com a conclusão dos trabalhos na diocese, o processo é enviado ao Dicastério para as Causas dos Santos, na Cúria Romana, onde terá continuidade.

Dom Ronilton destacou as inúmeras virtudes de Dom Inocêncio, dentre elas o seu empenho em garantir a dignidade e a sobrevivência de homens e mulheres numa época marcada por forte desigualdade social e miséria. “Dom Inocêncio combateu a fome, enfrentou a seca e o analfabetismo e o seu ministério foi marcado por um profundo serviço social, cultural e humano. Deus o enviou ao Piauí para que sua vida, doada e partilhada, fosse como alimento para nutrir corações sedentos de esperança”, disse.

Para o padre Alaércio, que também desempenhou a função de juiz delegado no processo durante a sua fase diocesana, a conclusão desta etapa enche o coração de todos os são-raimundenses de alegria e de esperança. “Somos convidados a intensificar as nossas orações para que ele chegue à glória dos altares. Dom Inocêncio já é considerado santo por muitos, mas precisamos seguir esses protocolos e obter o reconhecimento oficial da Igreja”, completou.

Para o frei Reginaldo, Dom Inocêncio deixou um legado não somente de evangelização, mas de obras concretas, que ajudaram a amenizar o descaso e a falta de perspectiva presentes na vida de milhares de sertanejos: “Em meio a matas e caatingas, exposto ao cansaço e ao calor impiedoso do sertão do Piauí, com muita humildade e gentileza, buscou desenvolver um grande trabalho humanitário e social na região. A sua fama de santidade permanece mesmo passados 65 anos de sua morte”, falou.

A abertura do inquérito diocesano para a Causa de Beatificação e Canonização de Dom Inocêncio Lopez Santamaria aconteceu no dia 20 de dezembro de 2016. Já no dia 07 de fevereiro de 2017, ainda no governo de Dom Eduardo Zielski, aconteceu o reconhecimento canônico dos restos mortais do Servo de Deus, que foram retirados do sepulcro e colocados numa urna, depositada no sarcófago próximo ao presbitério.

Dom Inocêncio López Santamaria

Filho de família pobre, Inocêncio López Santamaria nasceu no dia 28 de dezembro de 1874, na aldeia de Sotovellanos, na província de Burgos, na Espanha. Aos 15 anos foi para o seminário da Ordem de Nossa Senhora das Mercês no convento de Poyo, na Galícia.

Foi ordenado padre aos 22 anos. Sua vocação e dedicação se destacaram na igreja que foi designado vigário provincial e superior do convento de Madri. Dom Inocêncio chegou ao alto escalão e foi nomeado mestre geral da Ordem de Nossa Senhora das Mercês. Por 11 anos, ele morou em Roma.

Com a dificuldade de encontrar sacerdote para ocupar o cargo criado em Bom Jesus do Gurgueia, no extremo Sul do Piauí, Inocêncio deixa Madri e com autorização do Papa Pio XI fez uma longa viagem até chegar a região considerada o polígono da seca. No País, ele foi o co-fundador da Congregação das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil.

Uma característica marcante de Dom Inocêncio foi acreditar na superação da pobreza através da educação. Acometido com câncer no fígado, morreu em 9 de março de 1958, no Hospital Espanhol de Salvador, na Bahia. Era um bispo tão adorado que seu velório durou cinco dias passando por cidades da Bahia, Pernambuco até chegar em São Raimundo Nonato. Seu corpo foi sepultado no altar mor da catedral da cidade no dia 14 de março de 1958.

Dom Inocêncio construiu mais de 28 escolas somente na zona rural de São Raimundo. O bispo tinha uma preocupação muito grande com a educação. Ele trazia professores para dar aula de latim, francês, música para a população pobre e acreditava que a cultura era também uma forma de desenvolvimento. Entre os documentos descobertos pelo Tribunal Eclesiástico estão cartas do bispo encaminhadas às autoridades pedindo ajuda para alimentação das famílias, estradas e água.

Um dos testemunhos conta que Dom Inocêncio chegava a colocar dinheiro em um envelope e pedia alguém para pôr debaixo da porta da família que passava fome. Com sua persistência e ajuda financeira de campanhas, foram construídas mais de 700 km de estradas, escolas em áreas rurais, poços, açudes e capelas entre 1931 a 1958.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/encerrada-fase-diocesana-causa-beatificacao-servo-de-deus-dom-inocencio-lopez-santamaria/

Série Paz no Mundo: Os papas em meio às guerras

Os Papas da Igreja Católica não são apenas líderes espirituais, mas chefes de estado, isso porque o Vaticano é o menor estado do mundo e sua autoridade política é o Papa. Dessa forma, como representantes de um país, os Papas se posicionam diante de conflitos mundiais.

O mundo enfrentou duas guerras mundiais. Cada uma delas causou desastres irrecuperáveis nos países, nas vidas e nas relações internacionais. E nenhuma delas foi negligenciada pelos Papas, mas cada um se tornou um porta-voz da paz em meio aos conflitos.

Logo, neste último post da série Paz no mundo, falaremos sobre o posicionamento dos Papas em meio às guerras. Na verdade, existem muitos conflitos civis acontecendo no mundo, mas apenas alguns estão na mídia. 

De forma que citaremos as duas guerras mundiais, que abalaram a história e os conflitos que assistimos na atualidade. Confira e, desde já, rezemos para que o apelo pela paz do Santo Padre seja ouvido pelos governantes.

Entre os Papas, o Papa da Paz – Bento XV – na Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial aconteceu de 28 de julho de 1914 até 11 de novembro de 1918. Na época, com a morte do Papa Pio X, o Cardeal Giacomo della Chiesa foi eleito Papa, após três meses do início da guerra, adotando o nome de Bento XV. 

Seus primeiros anos de pontificado foram uma luta contra a guerra, que ele declarou como “suicídio da Europa civilizada”. Seus escritos foram marcados por apelos em favor da paz e súplicas em favor das vítimas da guerra, independente de suas posições políticas.

Em dezembro de 1914, o Papa apelou para uma trégua de Natal, pedindo que “as armas se silenciassem ao menos na noite em que os anjos cantam”. O apelo foi oficialmente ignorado, houve apenas tréguas informais, casuais e não autorizadas em frontes ocidentais.

Com o fim da guerra e suas consequências, o Papa Bento XV foi homenageado em Istambul com uma estátua onde se lê: “o grande papa da tragédia mundial (…), o benfeitor de todas as pessoas, independentemente de nacionalidade ou religião”.

Em sua morte, bandeiras foram hasteadas a meio mastro nos prédios do governo italiano pela primeira vez por ocasião da morte de um papa desde o estabelecimento do Reino da Itália, e Bento foi chamado de Papa da Paz.

A Segunda Guerra Mundial mobilizou os Papas

Durante seis anos, o mundo conheceu uma das guerras mais cruentas da história, a Segunda Guerra Mundial (1º de setembro de 1939 a 2 de setembro de 1945), e os Papas foram representados por Sua Santidade o Papa Pio XII.

Lembremos que a Itália estava sob o poder de Mussolini, que era a favor do nazismo. Logo, qualquer posicionamento era delicado para o Papa, mas sua santidade se empenhou em salvar vidas e assim o fez com os judeus, principais perseguidos pela Alemanha Nazista. 

Tanto que os arquivos do Jornal do Vaticano afirmam que o Papa Pio XII salvou pessoalmente pelo menos 15 mil judeus. Em 31 de outubro de 1942, em plena Guerra, ele consagrou a Igreja e o Gênero Humano ao Coração Imaculado de Maria. 

Por causa da sua luta pela paz, o Papa Pio XII chegou a ser ameaçado de sequestro por  Hitler, por causa disso, ele  teria  escrito uma renúncia ao Pontificado que seria publicada caso o sequestro acontecesse! Isso é um sinal do seu posicionamento contra a guerra.

Inclusive, arquivos recentes mostram o quanto o Papa trabalhou em benefício dos judeus por trás dos holofotes. O livro “Pio XII e os Judeus”, do arquivista do Vaticano Johan Ickx, mostra a grande obra de Pio XII e do seu gabinete em benefício dos judeus.

A luta pela paz é um compromisso com o Evangelho

Quando falamos que a Segunda Guerra mobilizou ‘os papas’ é porque ela deixou um rastro violento e alcançou a vida de muitos santos, inclusive João Paulo II, que se tornou seminarista nesse conflito mundial. A dor dessa guerra levou aos altares muitos santos.

Após a Segunda Guerra, começou a guerra fria – o conflito entre os países do bloco comunista e os capitalistas – e a Igreja estava sob a orientação de São João XXIII, o papa que foi diplomata do Vaticano nessa mesma guerra e ajudou a salvar inúmeros judeus.

Sua Encíclica Pacem in Terris  é um marco contra a guerra quando ele afirma que “A paz na terra, anseio profundo de todos os homens de todos os tempos, não se pode estabelecer nem consolidar senão no pleno respeito da ordem instituída por Deus”.

Mas os Papas deixam um enorme legado para a humanidade. Também oriundo da guerra, surge João Paulo II – o primeiro papa polonês – e depois dele, criado fugindo dos horrores da alemanha nazista, Bento XI, ambos deixaram posicionamentos fortes contra guerra.

O Papa Francisco e o apelo pela paz!

Atualmente, fala-se muito sobre o conflito entre a Palestina e Israel, depois do ataque que o grupo de militantes palestinos Hamas fez contra a população israelenses, que levou o governo de Israel declarar formalmente o estado de guerra contra os palestinos.

Mas essa guerra se soma a tantas outras já existentes no mundo e desconhecida pela maioria da população mundial, são elas: Conflito entre Azerbaijão e Armênia; Guerra da Síria; Guerra Civil no Iêmen e a Guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

A exemplos dos outros Papas, o Papa  Francisco pede insistentemente pela paz e se posiciona contra qualquer tipo de conflito, desde o início de seu Pontificado. Na recente guerra entre Rússia e Ucrânia, o Papa manifestou todo o seu pesar e sofrimento.

Sobre o conflito entre a Palestina e Israel, ele declarou: “Peço aos fiéis que assumam apenas um lado nesse conflito: o da paz”. “Dois povos, dois Estados” afirmou recentemente o pontífice como uma solução para o fim dessa guerra.

Dessa forma, constatamos o empenho dos Papas em favor da vida, da dignidade, do direito à liberdade e da paz! Eles são vozes que clamam no deserto da insensibilidade diante do valor da vida! Mas eles não estão sozinhos! Levantemos a bandeira da paz agora mesmo!

Seu filho foi mal na escola? Veja como ajudar no próximo ano

Quando chega o fim do ano e seu filho foi mal na escola, a preocupação se instala logo! Mas a boa notícia é que se pode recomeçar com um acompanhamento melhor e mais voltado para as limitações do aluno. 

Por isso, preparamos um post cheio de esperança para ajudar a renovar as forças e seguir rumo ao novo ano! Confira.

Meu filho foi mal na escola, e agora?

Não é fácil para os pais reconhecerem que o filho foi mal na escola. A primeira atitude é exatamente reconhecer a realidade e não perseguir os culpados, porque isso só causa mais decepção, ao contrário, abraçar a situação e reconhecer que houve falhas.

Dessa forma, os pais são os primeiros convidados a admitir a responsabilidade deles diante da situação na mesma medida em que eles assumem a manutenção da casa e todos os cuidados de sua família, sem transferir a responsabilidade da educação para a escola 

Já para a criança ou o adolescente, é normal colocarem a culpa no professor ou em outras situações, isso é uma forma de defesa. Por isso que, depois de falarem seus motivos, é fundamental que eles reconheçam suas limitações e a necessidade de melhorar.

Então, após os reconhecimentos, vêm as perguntas: o que aconteceu para meu filho ir mal na escola? Dificuldade de aprendizagem, bullying, problemas em casa? Participamos das atividades, reuniões e acompanhamos nosso filho (a) devidamente? O que fazer?

Cuidados para seu filho que foi mal na escola

O ditado diz que diante dos fatos não há argumentos! Essa é uma expressão jurídica utilizada nos julgamentos. Mas quando seu filho não se dá bem no ano escolar, não monte um tribunal, mas abra um espaço de acolhimento, diálogo e resoluções.

Não significa passar a mão na cabeça, mas através do afeto, da conversa e da atenção de ambas as partes, brota a segurança e a disposição para recomeçar.

Pensando nisso, apresentamos algumas sugestões que ajudarão a começar bem o novo ano, são cinco dicas que equivalem a mão estendida todos os dias que ajudam a levantar e seguir. 

1#Converse sobre a situação e suas consequências 

É normal que os pais castiguem os filhos quando ele vai mal na escola. Mas se ocorrer a reprovação, por exemplo, ela já é um castigo suficiente para o aluno, porque ele passa a ser ‘repetente’ e isso não é fácil, causa mais desestímulo e geram rótulos nos alunos. 

Então, procurem conversar e rever as atitudes que tenham contribuído para um baixo rendimento escolar. Tanto da parte dos filhos como dos pais. Ambos precisam rever atitudes e pagar o preço justo a fim de alcançar melhores resultados no próximo ano. 

2# Se ele vai mal na escola, ofereça ajuda!

Os alunos têm um currículo escolar extenso, nem sempre se identificam com todas as disciplinas e é normal que uma se destaque mais que outras para melhor ou pior. Então, faça um mapa, veja as dificuldades, quais disciplinas são mais difíceis e ofereça ajuda!

O socorro vem através de uma melhor organização dos estudos, um cronograma mais objetivo, um professor de reforço, um psicopedagogo ou a ajuda do irmão (ã) mais experiente no assunto. Esse apoio incentiva a melhora pedagógica e emocional.

3# Não super valorize o problema 

A vida já se encarrega de valorizar os problemas sem que ninguém deseje isso. Então, não valorize demais se seu filho for mal na escola! Veja o lado positivo! Procure uma lição para tudo isso, conte sobre suas experiências e prepare seu filho (a) para a vida real.

Neste ponto, entra a ajuda emocional, que é fundamental para esta geração bombardeada por inúmeras influências! Então, a primeira é a família, seguida pelos amigos, a escola e profissionais adequados, como também a prática de esportes e o lazer.

4#Trace mudanças de atitude para o próximo ano

A reprovação é o resultado de um processo que não deu certo. Seja na escola, seja em casa, a rotina da criança não estava adequada ao que os estudos pediam. Logo, é preciso novas estratégias para o ano que entra, acompanhada de novos hábitos.

Para isso, a participação ativa do aluno e o esforço são indispensáveis a fim de que a melhora aconteça. Então, organize os horários, o lugar, trabalhe as distrações que o impedem de se concentrar e estabeleça prioridades para o aprendizado de qualidade.

5#Crie novos hábitos

Talvez fique repetitivo a questão de melhorar a rotina de estudos. No entanto, quando falamos de hábitos, tratamos do cotidiano de forma geral. Observe se seu filho (a) dorme bem e o suficiente para absorver os conteúdos durante as aulas.

A alimentação também influencia no rendimento, como também longas horas na tela do computador ou no celular. Atualmente, o esporte é um grande aliado para a qualidade de vida e o bom relacionamento consigo. Melhore a rotina e alcance melhores resultados.

É melhor trocar de colégio, se ele foi mal na escola?

E quando o filho foi mal na escola a ponto de reprovar? Imagine o turbilhão de sentimentos negativos que envolvem essa situação! Talvez valha a pena mudar o ambiente não para esconder a situação, mas para respirar novos ares!

Por falar em novo ambiente, que tal uma escola onde seu filho terá a oportunidade de recomeçar com uma equipe animada, qualificada e motivada por valores como fraternidade, dignidade humana, compaixão, solidariedade e aprendizagem ativa?

Este é o perfil da Escola Mercedária, uma instituição escolar confessional com longa experiência, que tem por missão oferecer um ensino de excelência, em vista de um desenvolvimento integral.

Nosso foco é o desenvolvimento tanto nos aspectos cognitivos e intelectuais, quanto nos aspectos físicos, sociais, emocionais e culturais. Para isso, trabalhamos o currículo através de projetos, atividades extracurriculares, incentivo à tecnologia etc.

Recomeçar faz parte da vida cristã, e quando se tem o suporte da família e de uma escola diferenciada, o resultado é positivo. Visite nosso site e conheça nossa proposta!

Seu filho (a) vai para o Ensino Médio? Veja este post: Como apoiar o adolescente no Ensino Médio.

Série Paz no Mundo: os cristãos em meio a guerra

Como cristãos, imitadores e seguidores de Jesus Cristo, não apoiamos a guerra porque ela traz destruição, produz a fome, o medo, causa fuga de pessoas de seus territórios, mortes, principalmente de inocentes, e deixa marcas profundas na vida das pessoas.

Mas é preciso falar de guerra para valorizarmos a paz! Por isso, preparamos uma série sobre Paz no Mundo, em três postagens! Nesta primeira, falaremos sobre o significado da guerra e as lutas que os cristãos travam para cultivar a paz na vida e nos relacionamentos.

Mais à frente, trataremos sobre como a Igreja e os papas se posicionaram diante da guerra. Desde já, convidamos você a alimentar a paz no coração a fim de que todos ao seu redor vivam também em paz!

A paz não é ausência de guerra

dicionário da Língua Portuguesa define guerra como: luta armada entre nações ou entre partidos; combate, batalha; conflito armado entre povos ou etnias diferentes, buscando impor algo pela força e pela violência, com o objetivo de proteger seus próprios interesses.

De fato, a guerra é uma luta em benefício dos próprios interesses. Basta acompanhar um pouco os noticiários para entender a briga por territórios, por dominação ideológica, por poder etc. que algumas nações travam umas com as outras.

Agora, a guerra é sadia quando lutamos contra nossos próprios interesses! Neste caso, não usamos o sentido literal da palavra, mas figurado. Por exemplo, um dependente de drogas trava uma guerra contra o vício para se libertar totalmente e suas armas são outras. 

Então, dizemos que a paz não é ausência de guerra! Em todos os momentos, travamos batalhas dentro de nós contra o orgulho, o egoísmo, a violência, a doença, o medo, vários tipos de escravidão e também contra as opiniões diversas que atacam a fé cristã. 

Cristo é o remédio contra a guerra

O Evangelho é a mensagem da Paz! Nele Cristo nos aconselhou até a amar nossos inimigos (Lc.6,27-28). Ou seja, que sejamos contrários à guerra em todos os sentidos. E através da oração, do respeito ao outro e de atos concretos, plantemos a paz.

De fato, para vivermos em paz conosco e com o outro, precisamos de Cristo! Ele é o modelo da paz porque não enfrentou o império romano com armas, repreendeu Pedro com a espada e deixou-se crucificar porque não queria nos ver mortos pelo pecado.

No entanto, essa postura cristã contrária à guerra nos pede conversão de vida, exige de nós um olhar semelhante ao do Mestre, que nos vê como seres humanos, mesmo tão diferentes, mas irmãos e sobretudo filhos de Deus. 

Dessa forma, o trabalho contra a guerra é, antes de tudo, um trabalho na vida pessoal que, ao mesmo tempo, pede uma motivação forte para acontecer, uma experiência pessoal com quem de fato nos ama e acalma nosso interior: Cristo Jesus! 

Os primeiros cristãos são instrumentos de paz

Às vezes imitar Cristo contra práticas que causam guerra parece uma medida muito alta. Então, que tal recordarmos os primeiros cristãos, que deram suas vidas pelo ideal evangélico da paz?! 

Eles enfrentaram o preconceito, a perseguição e a guerra com as armas do amor, do diálogo e da caridade. Um santo dos séculos II e III chamado Irineu dizia que o Senhor veio realizar as escrituras através da instalação da paz (Is 2, 3-4; Mq 4,2-3).

Já São Justino afirmou que os primeiros cristãos eram os melhores ajudantes para a manutenção da paz no Império Romano, porque eles lutavam contra a injustiça, a pobreza e o sofrimento que as pessoas enfrentavam através da caridade e do amor fraterno.

Tanto Santo Irineu como São Justino foram martirizados. Além da multidão de cristãos que deram suas vidas nas arenas de Roma porque não negaram a fé e nem aprovaram os métodos de dominação romana!

A coragem dos mártires é combustível para a paz!

“Nunca mais a guerra” (Papa Francisco)

Na sua histórica viagem ao Iraque, O Papa Francisco afirmou:

“Calem-se as armas! Limite-se a sua difusão, aqui e em toda a parte”.

Essas palavras são de 2021, em pleno século XXI, quando é urgente o trabalho pela paz contra qualquer atitude de guerra.

As palavras do Santo Padre nos orientam para a oração e a colaboração contra a guerra. No entanto, devemos lembrar que a paz começa na vida cotidiana, na luta contra a violência doméstica, a intolerância religiosa, o desrespeito aos direitos da pessoa etc.

Sem falar nas falsas notícias que povoam as redes sociais e espalham o ódio e a vingança entre as pessoas. O que fazer diante disso? Trabalhar na construção do homem novo, formado à imagem e semelhança de Deus. Essa é a guerra que os cristãos devem travar.

Para isso, é preciso alimentar a fraternidade, a partilha do pão e o perdão constantemente. Reconhecer que a vida não se constrói sozinha, mas com a ajuda do outro e prática dos valores evangélicos que nos fazem proclamar: “Nunca mais a guerra”.

Agora, temos um ponto de partida para falar contra a guerra e a serviço da paz. Se a guerra é uma luta por interesses de poucos, a paz é uma construção solidária que começa com o sim de cada um de nós, principalmente dos cristãos.

Série Virtudes no dia a dia: a Prudência

Você já ouviu esse conselho: tenha prudência!? Essa virtude é uma das mais comuns no dia a dia, principalmente porque ela ajuda a frear os impulsos e agir com cautela diante de situações delicadas.

Quer entender melhor sobre a virtude cardeal da prudência? Segue a leitura deste post.

O que significa prudência?

A palavra prudência tem origem do latim prudentia e significa previsão e sagacidade. O dicionário complementa dizendo que é uma qualidade da pessoa que age de maneira a evitar perigos ou consequências ruins, com precaução, cautela, atenção, sensatez.

Os Santos Padres dizem que a prudência é a mãe de todas as outras virtudes, pois se eu quero saber como agir, tenho que me basear no mundo real, com os pés no chão, ou seja, a prudência indica a medida justa das demais virtudes, sem exagero nem falta.

Assim, a gente percebe que prudência é uma virtude muito importante, útil e presente no cotidiano. Se ela nos ajuda a escolher entre o bem e o mal, então é a companheira certa em qualquer ocasião, seja na vida pessoal, profissional ou nos relacionamentos.

Por sua vez, essa virtude pede inteligência, lógica, memória e vigilância. Ela não é o mesmo que astúcia, porque foca no bem e no amor, não tira proveito das situações, nem age com malícia, como acontece com a astúcia, mas se preocupa com o que é certo. 

A prudência nas Sagradas Escrituras

Na Sagrada Escritura, a prudência aparece como uma propriedade de Deus. O fato importante é que ela vem sempre acompanhada pela sabedoria e juntas fazem parte da natureza divina, logo são dons que habitam no coração de todo batizado.

Em Provérbios 8,12 diz:

“Eu, a Sabedoria, moro com a prudência, e descobri a arte da reflexão. O temor do Senhor odeia o mal. Detesto o orgulho e a soberba, a má conduta e a boca falsa. É meu o conselho e a prudência, são minhas a inteligência e a fortaleza” .

E ainda em Pr. 2,6:

“É o Senhor quem dá a Sabedoria, e de sua boca procedem conhecimento e prudência”.

Em Cristo, a prudência alcança o seu auge porque a medida é dada pelo amor a Deus e ao outro com o mesmo peso e importância.

“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6, 33).

Logo, a Palavra de Deus nos ilumina sobre o quanto a prudência é um dom de Deus que precisa ser invocada em todas as situações da vida.

Práticas prudentes

Papa Francisco, em uma de suas homilias, diz:

“Alguém pode pensar que a prudência seja a virtude ‘alfândega’, que, para não errar, faz parar tudo. Mas não! A prudência é virtude cristã, é virtude de vida; mais, é a virtude do governo”. Entenda melhor!

A partir da seguinte situação: uma discussão em que a raiva toma conta, palavras são ditas, até violência pode acontecer! Que estrago! Já bastam as feridas que as palavras causam quando não são medidas! Será que o relacionamento tem conserto depois disso?

Aí a gente entende o que o Papa quis dizer sobre ‘a virtude do governo’. Saber governar a língua, por exemplo, é uma grande virtude da prudência! Mas para que isso aconteça, a pessoa precisa de alguns instrumentos a fim de não pecar contra a prudência. São eles:

A memória, a razão e o conselho: a memória é o depósito da vida. Nela estão as experiências passadas; a razão é o pé no chão, ela diz se vale a pena o risco; por fim o conselho é a compreensão de que não temos resposta para tudo!

Portanto, antes de se perder nas palavras, observe as experiências passadas (memória); como dizer certas coisas (razão) e se é o momento, o lugar certo (conselho). Isso é prudência. Agora, citamos a língua, mas esse esquema funciona para qualquer situação.

Como alcançar essa santa virtude

Aristóteles diz algo interessante:

“Os jovens são imprudentes pelo simples fato de serem jovens, isto é, não viveram (acertaram e erraram) o suficiente para adquirir a prudência”.

A boa notícia disso é que a prudência, como toda virtude, se alcança com o tempo.

Logo é preciso viver, enfrentar os desafios da vida que vêm ao nosso encontro. No entanto, se quisermos que a prudência faça parte das nossas ações, precisamos da oração e da meditação da Palavra de Deus.

Como rezou Salomão:

“…Dai-me a sabedoria que partilha do vosso trono…” (Sb.9,4).

Rezar e meditar são duas atitudes da vida cristã que nos conectam ao Espírito Santo, o doador de todos os dons. Por fim, que as virtudes cardeais sejam suas companheiras na vida e na lida

Empreendedorismo Cristão? Conheça a Pastoral do Empreendedor

Toda pastoral é uma extensão da missão de Cristo, o pastor por excelência do povo de Deus. Com esse mesmo espírito de cuidar e acompanhar uma parcela do rebanho, nasceu a Pastoral do Empreendedor na Igreja.

Às vezes, associamos a palavra empreendedor apenas à pessoa que investe, doa, contribui com as ações da Igreja, seja na paróquia ou em alguma ação social que ele deseja. Mas, antes do doador, há uma pessoa com sua história, lutas, vitórias e limitações. 

E a pessoa é o foco da Pastoral do Empreendedor, não o que ela faz ou ajuda! Aí está a grande novidade dessa pastoral tão jovem na Igreja. Que tal aprofundarmos esse tema? Conheça a história da pastoral e compartilhe essa iniciativa em sua comunidade.

Como surgiu a Pastoral do Empreendedor

Em 2011, o frei Rogério Soares fez uma leitura atenta do documento 94 da CNBB sobre “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”. Logo após sentiu-se profundamente impactado e não conteve sua inquietação para colocá-las em prática. 

De forma geral, o documento falava sobre ações evangelizadoras, mas uma em especial chamou a atenção do frei:

A presença pastoral junto aos empresários, aos políticos, aos formadores de opinião no mundo do trabalho e formando pessoas que se dediquem a ser presença significativa nestes meios.

(Doc. 94, n. 117). 

Então nasceu a pergunta: como ser presença pastoral junto a esse segmento? Não como pedintes diante dele, mas como pastor! Essa pergunta levou a diversas ações que desembocaram em um evento com a presença do Pe. Joãozinho scj, em novembro de 2011, com a presença de 350 empreendedores.

Leia também: Padre cria a pastoral do empreendedor e lança livro sobre bons negócios e a fé

A bênção do pastor à Pastoral do Empreendedor

Depois deste evento marcante, surgiram reuniões quinzenais, retiros, missas para empreendedores, visitas às empresas, bênçãos aos estabelecimentos, criação de círculos bíblicos, grupos de oração nas empresas, celebrações nos lugares de trabalho etc. 

Até que em maio de 2013, houve a audiência com o Arcebispo de São Salvador e Primaz do Brasil. Assim, Dom Murilo Krieger, reuniu-se com doze representantes dos empreendedores católicos de Salvador para compartilhar a experiência e as alegrias daquele trabalho pastoral. 

Dom Murilo, depois de ouvir tudo, dirigiu palavras de ânimo, agradecimento e incentivou o trabalho da pastoral com duas orientações, segundo conta o frei Rogério:

A primeira: continuem a missão, sem muita burocracia! Dessa forma deixem que a leveza do Espírito Santo conduza essa missão!

Depois, a segunda: façam tudo com dedicação e perseverança, pois estamos de braços abertos para acolher oficialmente a Pastoral.

Com essas palavras do pastor, surgiu a Pastoral do Empreendedor que foi implantada em paróquias das regiões nordeste, sudeste e sul do País.

Qual a missão da pastoral

Toda pastoral tem como missão comunicar Cristo e seu projeto de vida. Assim, a missão da Pastoral do Empreendedor é olhar e cuidar com amor dos empreendedores, fortalecer a fé, proporcionar a experiência com Deus e o encontro fraterno com outros irmãos. 

Logo, a pastoral é um movimento que alimenta a alma, proporciona a vivência da espiritualidade, o estudo da Palavra de Deus e orienta nos ensinamentos do Magistério da Igreja para um público que enfrenta muitos desafios econômicos, políticos e sociais. 

A partir dessa compreensão, fica claro que a Pastoral do Empreendedor não é um grupo de arrecadação de doações para a Igreja, nem é uma instituição civil em defesa do empresariado, porque já existem entidades civis para isso.

Mas a pastoral é um braço forte que levanta, sustenta, anima e serve de suporte para a caminhada do empreendedor, trazendo o exemplo de Cristo para as situações concretas da vida e do trabalho que cada um enfrenta no dia a dia.

Participe da pastoral

Se você é empreendedor e tem sede de respostas para sua alma, busca força para levar adiante seus projetos em benefício de sua vida, família e da sociedade, então seu lugar é na Pastoral do Empreendedor.

Por meio de encontros, retiros, missas, palestras e estudos bíblicos, a pastoral coloca em prática a palavra do Mestre que diz “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei…” (Mt.11,28) e cuida com amor de cada filho (a) de Deus deste segmento.

Que tal se deixar cuidar e orientar sobre tantos assuntos atuais à luz da Palavra de Deus? Procure informação em sua Diocese sobre a Pastoral do Empreendedor, porque ela já existe em muitas dioceses. 

Complemente a sua leitura: Pastoral do empreendedor: a importância da formação espiritual e da vivência religiosa

Série Virtudes no dia a dia: A Fortaleza

A virtude da fortaleza é companheira em todas as horas. Quem vive sem medo ou não teme os desafios da vida, realidades da sociedade como a violência, insegurança financeira ou enfermidades repentinas e até mesmo a morte?

Pois é! Essas e outras situações nos pedem força, coragem e confiança. E a virtude da fortaleza nos torna aptos a enfrentar provações, qualquer perseguição e vencer até o medo da morte.

Mas também é a virtude que nos capacita quando tomamos decisões exigentes na vida, por exemplo a santidade! Então, será que você precisa dessa graça em sua companhia? Abrace essa virtude e veja como ela é sempre bem-vinda.  

Quem é a virtude da fortaleza

Segundo o Catecismo da Igreja Católica (§ 1808), a fortaleza é a virtude moral que, no meio das dificuldades, assegura a firmeza e a constância na continuidade do bem. Torna firme a decisão de resistir às tentações e de superar os obstáculos na vida moral. 

Ou seja, ela é necessária e está perto da vida humana principalmente através do batismo. É interessante observar que não se trata de força física, apesar de essa ser exemplo de fortaleza, mas está ligada à capacidade de suportar e enfrentar situações.

A fortaleza é também a virtude dos profetas, dos santos e dos mártires, personagens que ajudaram a construir a nossa fé e escreveram a história da Igreja. Recordemos o martírio de Pedro e Paulo, colunas da nossa fé, que testemunham Cristo até a morte.

E hoje ela continua sustentando homens e mulheres que perseveram na caminhada e dão suas vidas pela causa do evangelho. A ONG OPEN DOORS informou que 322 cristãos são mortos por mês no mundo por causa de sua religião, vitima do extremismo islâmico.

Coragem, eu venci o mundo (Jo 16,33) 

Cristo é o modelo de fortaleza. Assim, todo cristão se espelha Nele e tem no Senhor o seu sustento, como diz o salmista:

“O Senhor é minha rocha e fortaleza” (Sl.26).

Quando enfrentou sua missão até o fim, o Senhor nos provou a força de sua decisão em nos salvar.

É claro que não há força sem amor, e, ao mesmo tempo, a força do amor vem acompanhada de outras virtudes, entre elas a ordem e a justiça, que já tratamos em outros textos. Então, quando pedimos a fortaleza é importante amamos a vida e o Senhor da vida!

Mas como amar a vida através da virtude da fortaleza? Ora, essa virtude nos ajuda a enfrentar depressão, o stress, o câncer, o desemprego, os conflitos familiares, as decepções da vida etc. isso é amar a vida! É a fortaleza interior do amor.

E quanto a força de amar o Senhor? Toda luta tem um combate espiritual. Por isso a fortaleza é a arma contra o relativismo da fé, o aborto, as denúncias e calúnias contra a Igreja e o Santo Padre, além de nos manter firme nos propósitos de santidade.

Coloquemos em prática a força

Quantas vezes sentimos as forças desaparecerem diante de decisões que abraçamos! Essa é a hora de clamar pela virtude da fortaleza. Ela é uma ótima companhia no matrimôniona educação dos filhos e no alcance de projetos profissionais.

Mas ainda nos fortalece na busca pelo bem, verdade e justiça. Ela sustenta nossa fidelidade no cumprimento dos nossos deveres como cristãos e como cidadãos. Além de nos fazer promotores da paz com firmeza e coragem em uma sociedade tão desigual.

E se falarmos sobre a rotina: levantar, trabalhar, estudar, cuidar de casa, servir na Igreja, participar de reuniões, cuidar da saúde, enfim! É preciso a fortaleza para manter o ritmo e dar continuidade, todos os dias, à vida e às suas exigências.

Por fim, a virtude da fortaleza produz em nós serenidade e humor para olharmos os contratempos da vida com fé e esperança. Resta-nos dizer sempre:

“Ó meu Deus, criai em mim um coração puro e renovai-me o espírito de firmeza” (Sl.50,12)

São Serapião: um mártir mercedário

O martírio é o mais alto grau de testemunho na vida cristã. Ninguém escolhe ser mártir, mas é escolhido, e assim aconteceu com Serapião, um jovem simples, cheio de vida, apaixonado por Deus e pelo propósito de libertar cristãos do cativeiro.

Serapião, de soldado do exército do Rei Ricardo Coração de Leão tornou-se um mercedário, servo de Cristo Jesus, o Redentor, e alcançou os altares através do martírio! Uma história impressionante e atual! Confira como tudo aconteceu neste post.

Origem de Serapião

Serapião nasceu em Londres por volta de 1179, sua família era nobre e seu pai, Rotlando Scoth, foi capitão da esquadra do rei Henrique III. Assim como o pai, o jovem Serapião seguiu a carreira militar e participou das Cruzadas lideradas por Ricardo Coração de Leão.

Em meio às cruzadas, houve um naufrágio próximo a Veneza no navio em que eles se encontravam, e a viagem continuou por terra, mas tornaram-se prisioneiros do duque da Áustria, que libertou o rei e o pai de Serapião. No entanto, o jovem teve que ficar.

Porém, a dedicação como militar e o bom exemplo de Serapião chamaram a atenção do Duque, que o manteve na corte como soldado. Após a morte de seus pais, o rapaz decidiu continuar na Áustria a serviço do Duque e em defesa da fé através das batalhas.

Até que, chegando à Espanha para auxiliar o exército cristão do rei Afonso III, na luta contra os invasores muçulmanos, participou de várias cruzadas até a morte do rei Afonso III, quando decidiu retornar para a Áustria, seguir para Jerusalém e o Egito em combate. 

O encontro decisivo para São Serapião

Contudo, a providência Divina lhe preparou o encontro que mudou sua vida. Na Espanha, em 1220, Serapião conheceu São Pedro Nolasco, que estava defendendo a fé católica e resgatando cristãos da escravidão dos mouros junto com seus irmãos! 

Logo, as batalhas ganharam um novo sentido e, em 1222, Serapião professou seus votos como mercedário, realizando primeiro a vontade de Deus em sua vida e depois várias redenções, libertando os cristãos da escravidão, segundo o carisma mercedário. 

Na última que realizou, Serapião permaneceu refém no lugar de alguns cativos que corriam o risco de renunciar à fé. O irmão que o acompanhava logo retornou a Barcelona para levantar o recurso necessário e resgatar Serapião da situação de refém dos mouros.

O próprio Pedro Nolasco fez campanha para arrecadar o dinheiro suficiente para o pagamento do resgate, porém o valor exigido não chegou a tempo e os mouros, com raiva, pregaram Serapião em uma cruz em forma de X e o desmembraram violentamente.

“O sangue dos mártires é a semente dos cristãos” (Tertuliano, Apologético, 50,13)

A história do martírio de São Serapião é de fato violenta. A maioria dos cristãos não suportaria tal barbaridade e nem apoiaria essas atitudes do rei de Argel, Selim Ben Marin, responsável pelo sacrifício do jovem mercedário.

No entanto, todo sangue derramado dos cristãos fecunda a terra, é o que vemos na vida de Serapião! Ele poderia ter renunciado à fé católica em troca da vida, mas não o fez! Ele se dispôs a evangelizar em terras pagãs com coragem do evangelho, não fugiu da missão.

Além de que, seus testemunhos foram São Pedro Nolasco e São Raimundo Nonato, santos mercedários da sua época. Dessa forma, a vida de Serapião nos ensina a viver a fé, não negar a missão e a ter exemplos à altura do evangelho.

Por fim, a Igreja nos presenteou com o culto a São Serapião, protetor contra as dores de artrose, em 1625, através do Papa Urbano VIII. Sua festa acontece no dia de sua morte: 14 de novembro! Peçamos sua intercessão para que sejamos fiéis ao nosso batismo.

Contar com o auxílio dos santos também nos santifica! Por isso, conte com os santos e beatos da Família Mercedária:

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Série Virtudes no dia a dia: a justiça

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5, 6).

Esse versículo bíblico é bastante admirado e um refúgio de muitos injustiçados que temem a Deus e esperam em Sua misericórdia.

Mas a Justiça sobre a qual Cristo fala não é um conjunto de teorias, ideologias, ciência ou regras de comportamentos a serem praticadas, porém um modo de vida em que prevalece o direito do próximo como prevalecem os meus direitos.

Já o Catecismo da Igreja Católica define a justiça como a virtude que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhe é devido. Assim, são duas referências: ser justo para com Deus e para com o próximo. 

Agora, na série Virtudes, entenda mais sobre esse tema e renove as práticas justas em sua caminhada.

O que é justiça

O Papa Francisco, em um discurso aos magistrados da Itália, disse:

“A justiça é uma virtude, ou seja, uma veste interior do sujeito: não um traje ocasional ou que se usa para as festas, mas um hábito que se deve vestir sempre, porque reveste e envolve, influenciando não só as opções concretas, mas também as intenções e os propósitos.

E afirmou ainda que é “uma virtude cardeal, porque indica a justa direção e, como um eixo, é ponto de apoio e de junção. Sem justiça toda a vida social permanece travada, como uma porta que já não se abre, ou acaba por chiar e ranger, num movimento lento.

É verdade que todos temos uma noção de justiça, seja no campo jurídico, das relações ou da organização da sociedade, já que ela ordena muitas coisas; dela depende a coexistência dos povos e sua ausência causa graves consequências entre as pessoas.

No entanto, independente das questões teóricas sobre a justiça, ela é como um traje, conforme disse o Papa, que reveste o coração. Quem não tem essa veste, não dá a Deus, a si, nem ao outro o que lhes pertencem. A justiça rege as decisões do coração humano.

A virtude da Justiça nas Sagrada Escritura 

A justiça como a veste interior citada pelo Papa precisa encontrar sua fonte e não há melhor lugar que a Palavra de Deus. São muitos homens que foram elogiados com essa qualidade e alguns deles conhecemos bem:  

  • Glorioso São José, patrono da Sagrada Família: “Por ser José, seu marido, um homem justo, e não querendo expô-la à desonra pública, pretendia anular o casamento secretamente” (Mt. 1,19).
  • João Batista: “Porque Herodes temia João e o protegia, sabendo que ele era um homem justo e santo; e quando o ouvia, ficava perplexo.”(Mc. 6,20).
  • Simeão: “Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso, e que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele” (Lc. 2,25).
  • José de Arimatéia: “Havia um homem chamado José, membro do Conselho, homem bom e justo” (Jo. 23,50)

Nas Sagradas Escrituras, o homem justo era aquele que respeitava a Deus, vivia sob sua Palavra e esperava a justiça plena, o Messias. No entanto, essa vivência não era abstrata, mas a prática do que é certo, principalmente o auxílio ao pobre, a viúva e ao órfão.

A prática do que é justo hoje

Atualmente, a prática da justiça é um grande desafio. Mas para o cristão ela está associada à vivência do amor, logo é uma obrigação que se nos impõe. Amor porque a justiça é prática do bem, do certo, é amar a Deus e ao outro.

Dessa forma, a justiça regula nossa convivência, possibilita o bem comum, defende a dignidade humana e respeita os direitos humanos; ela produz a paz e diminui a guerra; dela brota a verdade, a gratidão e nela a religião encontra força para testemunhar o amor.

Segundo Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida – SP:

“Não se pode construir o castelo da caridade sobre as ruínas da justiça. Pelo contrário, o primeiro passo do amor é a justiça, porque amar é querer o bem do outro.” 

Se é assim, combatemos a mentira, a calúnia, a humilhação e tudo que tira o direito do outro; não aceitamos a violência, nem a exploração do homem pelo homem e principalmente deixamos a pessoa livre para fazer as próprias escolhas. Isso é justiça.

Por fim, a virtude da justiça nos lembra quem somos e como devemos agir no dia a dia ao mesmo tempo em que nos faz promotores de um mundo melhor conforme a vontade de Deus.