Esperança: como cultivá-la?

A esperança é uma virtude teologal que recebemos no sacramento do batismo, junto às virtudes da fé e da caridade. No entanto, a esperança é também um grande fruto do Tempo Pascal, que ressurge em nós com a ressurreição de Jesus. Ele se revelou ressuscitado aos seus discípulos, mostrou-lhes as suas chagas, como quem diz: a morte foi vencida!

E Jesus está vivo, ao lado de Deus, assim como logo nós também estaremos no Céu, porque sua morte abriu para nós as portas do paraíso.

Por isso, o Tempo Pascal é tempo de fortalecer a esperança, de renovar a nossa fé e de experimentar na própria vida os efeitos do amor misericordioso de Jesus.

Por que precisamos da esperança?

A nossa vida não é feita apenas de alegria, muito pelo contrário, a cruz faz parte da nossa caminhada nesta Terra. Logo, a virtude da esperança nos ajuda a esperar por tempos melhores, a suportar o sofrimento e a termos certeza de que alcançaremos a felicidade plena no Céu.

A esperança também pode ser definida por aquilo que preenche nosso coração quando rezamos, rezamos e rezamos, mas não vemos sinais de que o Senhor está nos ouvindo. Ora, alguém sem esperança facilmente desanima e desiste.

E os frutos da esperança podem ser vistos em muitos textos bíblicos. O Antigo Testamento relata, por exemplo, que a esposa de Abraão era estéril. Porém, o Senhor prometeu a ele uma descendência mais numerosa do que as estrelas do céu. O casal confiou na promessa de Deus mantendo acesa a chama da esperança. Sara, já em idade avançada, ficou grávida e assim todo o povo de Deus constitui a descendência de Abraão.

Já no Novo Testamento, o anjo do Senhor anunciou à Virgem Maria que Ela seria a Mãe do Filho de Deus. E, mesmo sem entender como isso seria possível, a jovem Maria confiou e se prontificou a cumprir a vontade do Pai.

No entanto, Ela sofreu muito, mas jamais perdeu a esperança. Sempre guardava e meditava tudo no silêncio do seu coração. E porque manteve a esperança, Ela foi elevada ao Céu e coroada a Rainha dos anjos e dos santos, e hoje temos uma filiação divina com Ela.

A esperança segundo o Papa Francisco

Em dezembro de 2016, o Papa Francisco iniciou uma série de catequeses, que se dão tradicionalmente às quarta-feira, exclusivamente sobre o tema da esperança cristã. E o tema é tão profundo que se estendeu ao longo de 8 meses.

Segundo o próprio Papa, ele escolheu falar sobre esse tema porque no “deserto de nossa vida é possível florir se há esperança”.

E já na primeira catequese sobre a esperança, Francisco disse: “a vida é, muitas vezes, um deserto, é difícil caminhar. Mas, se há confiança em Deus, ela pode ser bela e ampla, como uma avenida. Basta não perdermos jamais a esperança e continuarmos a crer, sempre, apesar de tudo”.

O Sumo Pontífice ainda falou, em outra catequese desta série, que é “Jesus que está sempre ao nosso lado para nos dar a esperança, para aquecer o coração”.

Também disse que “os homens precisam de esperança para viver e precisam do Espírito Santo para esperar”. E comparou a esperança à vela de um barco. Sendo assim, afirmou: “Se a âncora é o que dá à barca a segurança e a mantém “ancorada” entre as ondas do mar, ao contrário a vela é o que a faz caminhar e avançar sobre as águas. A esperança é deveras como uma vela; ela recolhe o vento do Espírito Santo e transforma-o em força motriz que impele a barca, dependendo das circunstâncias, ao largo ou à beira-mar”.

Como cultivar a esperança?

Se não podemos perder a esperança, então precisamos buscar maneiras de cultivá-la para que nossa fé não sucumba diante das dificuldades da vida. Por isso, veja algumas dicas práticas!

# Aprenda a esperar o tempo de Deus

Temos mania de querer tudo imediatamente. Porém, este comportamento só gera em nós ansiedade, além de ser inimigo da esperança. Já diz o ditado: Quem espera sempre alcança! E se não soubermos esperar o tempo de Deus mataremos a esperança dentro de nós.

# Tire lições dos seus erros

Infelizmente, nem sempre fazemos as melhores escolhas para a nossa vida, por isso precisamos aprender a colher os frutos, ou seja, as consequências de nossas escolhas.

É possível, sim, extrair algo de bom, mesmo de coisas ruins. Afinal, tudo é aprendizado, e a cada nova lição mais sabedoria podemos adquirir. Basta procurar enxergar tudo aos olhos da fé.

# Promova a esperança

Jesus nos pediu: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado” (Lucas 6,36).

Este é praticamente um passo a passo que conduz não apenas o nosso coração à esperança, mas também promove a esperança aos outros.

Afinal, quem é que não deseja, apesar dos seus erros, ser acolhido com misericórdia; não ser julgado e nem condenado por seus pecados, mas sim perdoado. Além disso, também a partilha fortalece no coração dos necessitados a esperança e a confiança na Divina Providência.  

Enfim, tenha esperança e seja esperança!

Mais do que ter esperança, é nosso dever como cristão estimular outras pessoas a terem esperança. Portanto, seja o abraço amigo, a escuta atenta, o consolo na dor, no sorriso nas conquistas.

Quanto mais irradiamos esperança, mais a temos dentro de nós. Faça esta experiência e colha bons frutos em sua vida!

Aproveite para compartilhar este conteúdo para que também outros possam se fortalecer na esperança!

Como viver a confiança na misericórdia de Deus

O Papa Francisco citou São José como modelo de confiança com estas palavras:

“José confia totalmente em Deus, obedece às palavras do anjo e toma consigo Maria. Precisamente essa confiança inabalável em Deus permitiu a ele aceitar uma situação humanamente difícil e, em certo sentido, incompreensível.”

E agora, em Cristo Jesus, o mundo conheceu a confiança com uma nova roupagem, com uma nova força, porque o Ressuscitado inaugurou e instalou o tempo da graça, ou melhor, da misericórdia de Deus, entre os homens.

Sobre isso, Francisco também diz: “Cristo nos ensinou que o homem não só recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas também é chamado a ‘mostrar misericórdia’ aos outros: Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia”.

Então, confiança e misericórdia são duas irmãs que andam juntas, cuja fonte é o próprio Deus, que não se cansa de nos mostrar o quanto nos ama! 

Portanto, confiemos na misericórdia, rezemos com o povo cristão em várias partes do mundo e celebremos o Domingo que vem com um mar de misericórdia sobre nós! 

O que é a confiança na misericórdia?

É impossível falar sobre misericórdia sem nos lembrarmos de Jesus Cristo e todo o plano de amor do Pai por nós. 

São Paulo diz que Deus prova o seu amor conosco em Cristo, que morreu por nós, quando ainda éramos pecadores, ou seja, sem mérito nenhum da nossa parte (Rm 5,8).

misericórdia é exatamente amor à miséria humana! Um sentimento que não se explica humanamente, mas se experimenta na vida. Assim aconteceu com Maria Madalena (Jo 8,1-11); com Bartimeu (Mc 10,46); com a mulher que sangrava há doze anos (Lc 8,43).

Logo, confiar na misericórdia divina é acreditar que Deus nos ama principalmente quando nos sentimos menos merecedores, apesar de nosso pecado ou enfermidades. E Ele deseja nosso bem, como também faz tudo para que voltemos a viver como filhos amados.

A confiança que Santa Faustina revelou

A maior prova da misericórdia de Deus por nós é a imagem de Cristo Jesus de braços abertos a nos esperar, seja na Cruz, na ressurreição ou com Seu Coração aberto jorrando sangue e água sobre nós. Por isso a confiança é uma atitude de quem crê no Mestre.

Porém, essa confiança na misericórdia foi renovada através da experiência espiritual de Santa Faustina. Ela é uma freira polonesa que, em 1931, recebeu revelações que transformaram a  vida de muitas pessoas e as aproximaram de Deus.

A santa fez uma experiência tão forte que recebeu o título de Apóstola da Misericórdia. A primeira revelação sobre a misericórdia aconteceu em fevereiro de 1931, em seu quarto, quando Jesus apareceu vestido de branco e de seu coração emanava feixes de luz vermelho e branco.

Era essa a imagem da Misericórdia Divina, que pediu aos seus filhos a seguinte oração: “Jesus, eu confio em Vós”. Assim, o Senhor apareceu várias vezes para essa jovem e tudo está escrito em um Diário que é um verdadeiro tratado sobre a confiança na misericórdia.

 Festa da Misericórdia

“Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. 

A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate” (Diário  699).

Essa foi umas das revelações e pedidos feitos a Santa Faustina por Jesus Misericordioso. A partir daí iniciou uma grande devoção por parte do povo, muitas orações, conversões e milagres aconteceram no mundo inteiro, além de uma grande renovação espiritual.

Sendo assim, em obediência ao Mestre, no ano 2000, João Paulo II instituiu o Domingo da Misericórdia, que acontece sempre no segundo domingo da Páscoa, no mesmo dia em que canonizou Santa Faustina. 

E o que significa essa Festa da Misericórdia? É a oportunidade de alcançar todas as promessas feitas por Deus através das revelações à Santa Faustina: “Quanto mais a alma confiar, tanto mais receberá” (Diário 1577). O segredo é a confiança na misericórdia!

Corramos ao encontro da Misericórdia

São muitas as bênçãos reservadas para os fiéis que se aproximarem da Divina Misericórdia. E felizes são aqueles que se preparam devidamente, não apenas na Páscoa, mas sempre, como uma maneira de cultivar a confiança em Deus. 

são muitas as orações inspiradas por Cristo à Santa Faustina. Conheça-as agora:

1. Terço da Misericórdia

“Pela recitação desse Terço, agrada-me dar tudo o que me pedem (…) se estiver de acordo com a Minha vontade” (Diário, 1541 e 1731). 

“As almas que rezarem este Terço serão envolvidas pela Minha misericórdia, durante a sua vida” (Diário, 754).

“Defendo toda alma que recitar esse Terço na hora da morte, como se fosse a Minha própria glória, ou quando outros o recitarem junto a um agonizante, eles conseguirão a mesma indulgência” (Diário, 811).

Indicado, de preferência, às 15h e rezado pelos agonizantes, pelas almas do purgatório, pela conversão dos pecadores e pela salvação das almas. 

2. Hora da Misericórdia

Em 1937, Jesus falou a Santa Faustina que desejava a veneração da Hora da Sua morte, que é a Hora da Misericórdia. Ele assim se expressou: 

“Todas as vezes que ouvires o relógio bater três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-a e glorificando-a. Implora a onipotência dela em favor do mundo inteiro (…) porque nesse momento [a misericórdia] foi largamente aberta para toda a alma” (Diário 1572).

Ele ainda falou:

“Nessa hora conseguirás tudo para ti e para os outros. Nessa hora realizou-se a graça para o mundo inteiro: a misericórdia venceu a justiça” (Diário 1572).

Jesus também indicou algumas maneiras com as quais devemos venerar a Hora da Misericórdia (Diário 1572): 

  • Rezar a via-sacra, meditando a Paixão de Jesus.
  • Adorar o Coração Misericordioso de Jesus no Santíssimo Sacramento ou recolher-se em oração onde estiver ainda que por um breve momento.

3. A novena da Misericórdia

“Desejo que, durante estes nove dias, conduzas as almas à fonte da Minha misericórdia, a fim de que recebam força, alívio e todas as graças de que necessitam” (Diário 1209). 

“Através desta novena concederei às almas toda espécie de graças” (Diário 796). 

Faça a experiência com esta oração qualquer mês do ano. Mas especialmente antes do Domingo da Misericórdia, rezando por sua vida, sua família e pelo mundo.

E, assim, prepare-se para receber e dar a misericórdia que brota do peito aberto de Jesus.

5 dicas para viver bem o tempo pascal

O Tempo Pascal começa na Vigília Pascal e tem a duração de 7 semanas, terminando, então, com o Domingo de Pentecostes, quando celebramos a graça da vinda do Espírito Santo. São 50 dias que vivemos como se fossem um só.

“Os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se se tratasse de um só e único dia festivo, como um grande Domingo” (Normas Universais do Ano Litúrgico, nº 22).

Logo, o Tempo Pascal é a Páscoa da Igreja, Corpo de Cristo, que passa para a Vida Nova do Senhor e no Senhor. Aliás, a palavra “Páscoa” significa, precisamente, “passagem”, conforme o sentido literal do termo na tradição judaica.

E os judeus celebravam a páscoa como uma festa que recordava a libertação do povo hebreu das mãos dos egípcios, que passaram pelo mar vermelho em direção à Terra Prometida.

Mas a nossa páscoa, que se estende ao longo de todo o Tempo Pascal, é um período no qual vivemos o prolongamento da alegria singular da Ressurreição. Neste período já não jejuamos, porque a morte foi vencida, a vida venceu o pecado.

As celebrações do Tempo Pascal

A primeira semana do Tempo Pascal tem um nome próprio, chama-se “Oitava da Páscoa” e ela se encerra no segundo domingo da Páscoa com a Festa Misericórdia. Neste dia, celebramos a graça de termos um Pai que é amoroso e misericordioso.

O Domingo da Festa da Misericórdia entrou para o calendário litúrgico da Igreja em 2000, quando o Papa João Paulo II canonizou Santa Faustina. Foi a ela que Jesus indicou que, no segundo domingo da Páscoa, deveria ser celebrada esta Festa.

Depois disso, no sétimo domingo da Páscoa, temos a Festa da Ascensão do Senhor. E quanto ao significado desta celebração, o Catecismo da Igreja nos ensina: “A ascensão de Cristo ao céu significa a sua participação, em sua humanidade, no poder e autoridade de Deus” (CIC 668).

Com a Ascensão, termina a missão terrena de Jesus e tem início a missão da Sua Igreja.

Logo em seguida, vivemos a celebração da Festa de Pentecostes, que é a coroação da Páscoa de Cristo.

Ela marca o momento da vinda do Espírito Santo sobre os discípulos e manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração, na vida e na missão dos discípulos.  Foi a partir de Pentecostes que os apóstolos começaram a espalhar a Palavra pelo mundo.

5 dicas para viver bem o Tempo Pascal

Para você que deseja viver intensamente os 50 dias do Tempo Pascal, apresentamos algumas dicas. Não é nada difícil de se fazer, basta ter disciplina e vontade. Então, tome nota!

#1. Reze a novena da Divina Misericórdia

Esta novena deve ser feita em preparação para o Domingo da Misericórdia. Ela começa na Sexta-Feira Santa e termina no sábado anterior ao segundo domingo da Páscoa, quando celebramos a Festa da Misericórdia.

#2. Medite a Palavra de Deus

Uma boa prática para o Tempo Pascal é a meditação dos Evangelhos de cada dia.

Para isso, leia o texto pausadamente, repita a leitura de trechos que chamam mais atenção e procure entrar na narrativa, observando personagens, as falas, as atitudes. Por fim, busque trazer a Palavra para a tua própria vida.

E a partir desta meditação, faça uma oração espontânea com as palavras que o Espírito Santo inspirar ao seu coração.

#3. Adore a Jesus Ressuscitado

Jesus ressuscitou e está vivo em nosso meio, e a sua presença é a Eucaristia.

Por isso, durante este Tempo Pascal, procure incluir na sua rotina semanal ou mensal alguns dias para adorar a Jesus que o espera em Seu Tabernáculo – o Sacrário.

Adorar a Jesus é reconhecer que Ele é o nosso Rei.

Por isso, enquanto estiver em adoração no Tempo Pascal, procure refletir sobre o significado da ressurreição de Jesus na sua vida. Quais aspectos da sua vida Jesus precisa tocar com Sua ressurreição?

#4. No Tempo Pascal, faça o exercício da gratidão

Diariamente o Senhor nos abençoe e enche nossa vida de graça e paz. Mas você tem o hábito de agradecer a Ele por tantos benefícios?

A Palavra de Deus nos convida à gratidão: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1Tes 5,16-18).

Certamente, o autor bíblico nos deixou essa orientação porque teve a compreensão de que a gratidão tem um poder transformador em nossas vidas.

A gratidão alimenta a fé, a esperança e a caridade. E com isso nos tornamos ainda mais capazes de identificar as coisas boas que nos acontecem e assim agradecer a Deus por elas.

#5. Coloque os teus talentos a serviço da Igreja

Se o Senhor abençoou sua vida com um dom e você ainda não colocou este dom a serviço, está desperdiçando os seus talentos.

Mas ainda que você já esteja a serviço da Igreja em alguma pastoral ou movimento, já se perguntou quais talentos ocultos você tem?

Reflita sobre isso, peça a luz do Espírito Santo e procure usar os seus talentos a serviço do Reino de Deus. O Tempo Pascal é uma excelente oportunidade para isso.

Enfim, viva o Tempo Pascal com alegria!

Tríduo Pascal: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus

Nos aproximamos dos dias mais importantes da fé cristã: o Tríduo Pascal. Mas você sabe o que significam esses três dias e o que é celebrado em cada um deles? Portanto, para aprofundar o seu conhecimento e ajudá-lo a vivê-lo bem,  explicamos nos próximos parágrafos, o mistério de cada dia do Tríduo Pascal.

O mistério do Tríduo Pascal

Primeiramente, nas Sagradas Escrituras tudo possui um significado além do literal. Sabendo disso, o abade beneditino Rábano Mauro, explica os significados dos números na Bíblia também em relação ao Tríduo. Por isso, o número 3, que não está ligado somente à Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, mas segundo o abade,  evoca um destes significados e confirma as palavras do profeta Oséias, no capítulo 6, versículo 2: 

“Dar-nos-á de novo a vida em dois dias; ao terceiro dia ressuscitar-nos-á e viveremos”. 

É justamente esse mistério de sacrifício, morte e vida nova que os católicos celebram no Tríduo Pascal e que temos como a grande festa dos cristãos, dando fundamento à fé em Jesus.

Assim recorda o papa Francisco em sua catequese sobre o Tríduo Pascal, em 2021, a fim de aprofundar o mistério destes dias, que revivemos em cada Missa:

Vivemos este mistério cada vez que celebramos a Eucaristia. Quando vamos à Missa, não vamos apenas rezar, não: vamos renovar, repetir este mistério, o mistério pascal. É importante não esquecer isto. É como se fôssemos rumo ao Calvário – é a mesma coisa – para renovar, para repetir o mistério pascal.”

A Paixão do Senhor no Tríduo Pascal

O mistério da Paixão do Senhor inicia já na Quinta-Feira Santa, quando se celebra a Última Ceia de Jesus com os apóstolos.

Sobre isso, continua explicando o Papa Francisco:

“Foi a noite em que Cristo entregou aos seus discípulos o testamento do seu amor na Eucaristia, não como lembrança, mas como memorial, como a sua presença perene”.

É, portanto, o momento em que Jesus substitui o cordeiro pascal, por Ele mesmo. Assim, Ele se torna a vítima inocente que liberta o povo da escravidão do pecado.

Após a Missa, guarda-se as reservas Eucarísticas no Sacrário, as toalhas do altar retiradas, bem como todas as imagens. Logo depois, inicia-se um momento de adoração.

Podemos aqui recordar da agonia de Jesus no Getsêmani (cf. Mt 26, 36-39) antes da sua morte, quando suou sangue e pediu para que os discípulos vigiassem com Ele em oração. 

Nesta noite, somos convidados a nos unirmos a Jesus em sua agonia. Sobretudo, trazer as nossas agonias, medos e tristezas diante do Pai, que não afastará de nós o sofrimento, mas nos dará forças e sentido para passar pela cruz e colher a redenção.

Sexta-feira: a morte de Jesus

A Sexta-Feira Santa é marcada pela penitência, jejum e oração. Por isso, a igreja reunida em comunidade é chamada a rezar a Via-Sacra e, às 15h, a celebração da adoração da Santa Cruz.

O Papa Francisco lembra aos fiéis sobre esse momento de adoração:

“Reviveremos o caminho do Cordeiro inocente, imolado pela nossa salvação. Teremos na mente e no coração o sofrimento dos doentes, dos pobres, dos descartados deste mundo; recordaremos os “cordeiros imolados”, vítimas inocentes de guerras, ditaduras, violências diárias, abortos… Levaremos diante da imagem de Deus crucificado, em oração, os numerosos, demasiados crucificados de hoje, que só d’Ele podem receber o alívio e o significado do seu sofrimento. E hoje há muitos deles: não vos esqueçais dos crucificados de hoje, que são a imagem de Jesus Crucificado, e neles está Jesus”.

O sábado Santo, ou sábado de aleluia 

Os discípulos de Cristo vivenciaram a dor, o silêncio e a desolação causados pela morte do seu Mestre. Esses são alguns sentimentos que o Sábado Santo nos remete. Mas, assim como os discípulos tiveram a presença da Virgem Maria, a Mãe da Esperança, assim também a Igreja se encontra neste sábado.

Ao passo que contamos com a intercessão e o exemplo de Maria, somos também chamados a viver esse dia em um silêncio cheio de esperança de que Deus está agindo, mesmo quando não entendemos.

E Deus realmente está! É no Sábado Santo que a Igreja ensina que Jesus desceu à Mansão dos Mortos e lá libertou Adão, Abraão, os profetas e todos aqueles homens e mulheres que esperavam pela vinda do Messias. Nesse dia, foi aberto para todos o Céu. Por isso, é um dia de Esperança.

A Ressurreição de Cristo

O Tríduo Pascal encerra-se com a alegria da ressurreição de Jesus. Esse momento já se inicia no próprio sábado, com a celebração da Vigília Pascal, em que os fiéis voltam a cantar o “Aleluia” pela ressurreição do Senhor.

“Todas as interrogações e incertezas, hesitações e receios foram dissipados por esta revelação”, diz o Papa Francisco

Cristo nos chama a crer e testemunhar que não há nada que tenha mais poder do que Seu amor por nós. Ele venceu a morte. Àquela dita por muitos, até hoje, como a “invencível”.

A morte deixa de ser uma inimiga do homem, para ser uma porta de passagem, é o que chamamos de Páscoa, da vida terrena para a vida eterna, a vida com Cristo. 

São Paulo Apóstolo assim diz na Segunda carta aos Coríntios: 

“Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé” (1Cor 15,17). 

É este o mistério que vivemos nos dias do Tríduo Pascal!

Te convido a deixar que esses dias de Tríduo Pascal reacendam a fé que proclama: “Não existe NADA mais forte que a ressurreição de Cristo”.

Compartilhe esse texto com aquela pessoa que precisa renovar a sua esperança e convide-a para participar do Tríduo Pascal com você!

Beato Juan Nepomuceno: um sacerdote de verdadeira caridade redentora

Pelos frutos se conhece a árvore (Lc.6,44), diz o Evangelho, e assim conhecemos a vida do Beato Juan Nepomuceno, porque muitos são os frutos que ele deixou para a Igreja e para o povo de Deus.

Juan Nepomuceno Zegrí nasceu em Granada, Espanha, em 11 de outubro de 1831. Seus pais, Sr. Antonio Zegrí Martín e Sra. Josefa Moreno Escudero, eram católicos praticantes e o educaram com os princípios do Evangelho, principalmente a caridade.

Além de ser um aluno empenhado, foi um jovem religioso, dedicado à oração e aos pobres. E escolhido por Deus para deixar um rastro de santidade por onde passou! Sua vida nos ensina a jamais desistir da vontade divina! 

Beato Juan Nepomuceno e o chamado ao sacerdócio

Desde criança, o Beato Nepomuceno desejou seguir os passos do Senhor no sacerdócio. Sua alma era inflamada de amor por Deus e, à medida que ele cresceu, também desenvolveu-se o chamado a essa vocação, que se concretizou aos 24 anos, quando foi ordenado na catedral de Granada em 2 de junho de 1855.

A grande inspiração do novo sacerdote era Cristo Bom Pastor, que dá a vida por sua ovelhas. O Beato, então, empenhou-se, nas paróquias que assumiu, na busca pelas ovelhas desgarradas; na cura das feridas da alma; e como providência para os órfãos, situação muito comum na sua época devido aos conflitos e guerras.

No entanto, suas ações se justificam pela sua espiritualidade. Ele era inclinado à oração, logo sua vida e missão foram profundamente marcadas pela experiência de Deus. Seu amor a Jesus Crucificado o ensinou a viver a obediência, sobretudo no sofrimento.

Do mesmo modo, quando falamos de Nossa Senhora, ela era o seu grande amor, sua protetora e mãe. Essa intimidade com Deus e a Virgem o beatificou cedo, fez dele um bem-aventurado, um homem firme na fé, transparente nos atos e praticante da verdade e da caridade fraterna.

Beato Juan Nepomuceno, um evangelizador incansável

Como estudante, estudou humanidades e jurisprudência, destacando-se pela inteligência e facilidade na oratória. Ele gostava de escrever seus sermões e preocupava-se em dizer aquilo que rezava, que brotava de dentro da alma, fruto da experiência do amor de Deus.

Mas a ciência não o envaideceu, porém formou nele um coração próximo às misérias e aos sofrimentos humanos; ele próprio passou por vários deles. Por isso, tornou-se um evangelizador incansável, tanto na catequese quanto nas obras sociais.

Sua missão foi extensa: foi examinador sinodal nas dioceses de Granada, Jaén e Orihuela; Cónego da Catedral de Málaga e visitador das freiras; instrutor de seminaristas, pregador de Sua Majestade a Rainha, Elizabeth II, e capelão real. 

Porém, seu coração de pastor o levou a fundar uma Congregação religiosa para socorrer os mais necessitados. A fundação aconteceu em 1878, em Málaga, sob a proteção de Nossa Senhora das Mercês e tinha por objetivo consolar e ajudar os mais necessitados, porque a caridade, dizia o beato, é a única saída para todos os problemas sociais. 

Um legado de bem-aventuranças

Antes de mais nada, Juan Nepomuceno deixou uma herança espiritual muito sólida, apoiada na intimidade com Deus e nos sofrimentos vividos ao longo de anos. Ele chegou a ser expulso da Congregação que fundou e incompreendido pela própria Igreja, mas manteve-se fiel aos seus propósitos. 

Dessa forma desenvolveu uma rica espiritualidade que alimenta, até hoje, religiosos mercedários e muitos leigos que se sentem atraídos pela caridade aos pobres e o caminho da vida cristã, a partir de sua inspiração carismática. São características desta espiritualidade:

  • A caridade redentora em benefício da humanidade e dos mais pobres. Uma caridade que enxuga as lágrimas, faz o bem a todos e socorre as necessidades.
  • Amor e configuração a Jesus Cristo Redentor, em seu mistério pascal. Um amor que aproxima o homem do seu semelhante, sem interesse, apenas por caridade fraterna.
  • Amor por ‘Maria de la Merced’ – Nossa Senhora da Misericórdia! O título mais doce e suave da Mãe de Deus, que inspira misericórdia para com todos. 

Percebe-se que em tudo há amor! Não se pode agradar a Deus sem a prática do verdadeiro amor que é a caridade. E assim viveu o Beato Juan! 

Sua vida transbordou as virtudes teologais; sua coragem e paciência deixaram um rastro de santidade, que foi confirmado no dia 21 dezembro de 2001, quando ele foi proclamado venerável por João Paulo II. Agora, ele exala o perfume de Cristo para todos.

Conheça também a história do Sacerdote Mercedário que fundou o primeiro hospital psiquiátrico do mundo

10 anos de pontificado do Papa Francisco e as transformações da Igreja neste tempo

Nestes 10 anos do pontificado do Papa Francisco, muitas características já pudemos notar neste que é o primeiro Papa latino-americano. Antes de mais nada ele é um papa carismático, sensível aos dramas da humanidade e tem uma linguagem simples, popular, para falar sobre temas profundos com o povo de Deus. 

Seu nome de batismo é conhecido – Jorge Mario Bergoglio; e o que ele escolheu como Papa – Francisco. É admirado por muitos fora do ambiente religioso pela coragem de tratar a fundo temas polêmicos como os abusos na Igreja.

Mas também temido por muitos da ala conservadora da Igreja Católica, ainda assim, amado pela maioria do povo católico, inclusive por quem está distante da fé.

Afinal, qual o segredo desta popularidade e quais os efeitos seu governo causou na Igreja ao longo desses 10 anos de pontificado? Então vamos conhecer um pouco sua trajetória agora.

O pontificado do Papa Francisco começou com um pedido de oração

“E agora, eu gostaria de dar a bênção, mas primeiro quero pedir um favor. Antes que o bispo abençoe o povo, eu peço que vocês orem para que o Senhor me abençoe – a prece do povo por seu bispo. Façamos esta prece – sua prece por mim.”

Dessa forma começou seu pontificado na noite de 13 de março de 2013, na varanda central da Basílica de São Pedro. Vestido de branco, ele pediu a oração do povo por sua missão, e logo ganhou a simpatia dos que rezam e a admiração dos que não rezam.

Sem falar que o nome Francisco diz muito do que ele semeia até hoje: a pobreza! Logo, o Papa associou seu nome a Francisco de Assis, “o homem da pobreza e da paz, que ama e protege a criação”. E o pobre é uma de suas preocupações constantes. 

Nesse sentido, não são poucas as ações empreendidas nas ruas de Roma, como a criação do dia mundial do pobre, além da sua preocupação com os refugiados, com as crianças e famílias vítimas dos conflitos entre países e regiões.

Esses gestos explicam sobretudo o perfil pastoral do pontífice. Um homem que veio de uma região pobre, do meio dos pobres, que assistiu de perto muitos conflitos políticos para governar a maior representatividade cristã do mundo – a Igreja Católica Apostólica Romana.

O pontificado do Papa Francisco como uma missão fecunda e criativa!

O Papa Francisco é um missionário apesar das limitações da sua saúde. Ainda muito jovem, retirou parte de um pulmão, devido a uma doença respiratória; Bem como em 2021, retirou 33 centímetros do intestino grosso e atualmente sofre com artrose no joelho que o obriga a usar bengala ou a cadeira de rodas quando precisa se locomover muito.

Ainda assim, em 10 anos de pontificado, o santo padre fez 40 viagens apostólicas por 60 países de quase todos os continentes: 32% na Europa, 31% na África, 20% na América e 17% na Ásia. Em 10 anos de pontificado, o Papa só não esteve na Oceania.

Inclusive, sua primeira viagem internacional foi ao Brasil, em 2013, para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. E naquela ocasião, o Pontífice também celebrou Missa na Basílica Nacional de Aparecida, em honra à Padroeira do Brasil (SP).

Além disso tudo, há ainda as suas preocupações de chefe de estado, ele orienta a fé de uma Igreja milenar através das suas cartas e documentos. Desse modo, o Papa Francisco aborda temas atuais, polêmicos e urgentes dentro da Igreja e na sociedade, afinal incentiva uma Igreja em saída.

“Repousa sobre mim o Espírito do Senhor…” (Is.11)

Ao longo dos dez anos do pontificado do Papa Francisco, ele coleciona muitos atos de governo e escritos que vamos elencar agora:

Sínodos

III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos – “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização” (5 -19 de outubro de 2014); XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos – “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo” (4-25 de outubro de 2015); XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos – “Os jovens, a fé e o discernimento Vocacional” (3-28 de outubro de 2018); Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica – “Amazônia, novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral” (6-27 de outubro de 2019); Em 2021, iniciou um inédito caminho sinodal em vista da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos – “Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão” (2021-2024).

Principais documentos

Encíclicas – Lumen fidei (29 de junho de 2013); Laudato si (24 de maio de 2015); Fratelli tutti (3 de outubro de 2020); Constituições Apostólicas – Vultum Dei quaerere, sobre a vida contemplativa feminina (29 de junho de 2016); Veritatis gaudium, sobre as universidades e faculdades eclesiásticas (8 de dezembro de 2017); Episcopalis communio, sobre o Sínodo dos Bispos (15 de setembro de 2018); Pascite Gregem Dei, com a qual se reforma o livro VI do Código de Direito Canônico (23 de maio de 2021); Praedicate Evangelium, sobre a Cúria Romana e seu serviço à Igreja no mundo (19 de março de 2022); In Ecclesiarum Communion, sobre a organização do Vicariato de Roma (6 de janeiro de 2023).

Exortações apostólicas

Evangelii gaudium, sobre o anúncio do Evangelho no mundo de hoje (24 de novembro de 2013); Amoris laetitia (pós-sinodal), sobre o amor na família (19 de março de 2016); Gaudete et exsultate, sobre o chamado à santidade no mundo contemporâneo (19 de março de 2018); Christus vivit (pós-sinodal), aos jovens e a todo o povo de Deus (25 de março de 2019); e Querida Amazônia (pós-sinodal), ao povo de Deus e a todos pessoas de boa vontade (2 de fevereiro de 2020).

Além disso, o Papa também publicou 76 cartas apostólicas, das quais 56 sob forma de Motu Proprio” – que significa “de sua iniciativa própria”, permitida pelas normas da Igreja e expedidas diretamente por ele. Há também as catequeses que são próprias do bispo de Roma. 

O que mudou na Igreja neste período?

Sem dúvida, o Papa escreve muito, viaja bastante, abre e fecha reuniões, faz muitos despachos no gabinete, celebra Missas, reza o suficiente e aparece publicamente para o povo de Deus. Mas em que isso impacta socialmente e para a Igreja?.

Em síntese, segundo informações jornalísticas, nesses 10 anos de pontificado do Papa Francisco, o número total de católicos no mundo passou de 1,253 bilhão em 2013 para 1,378 bilhão em 2021. Logo, um aumento de quase 10%.

Outro sinal significativo é o crescimento da educação católica global. Ou seja, mais jovens são educados em escolas católicas no mundo. Isso demonstra credibilidade para a fé e a doutrina da Igreja, reflexo do pontificado do santo padre.

Como resultado para a sociedade civil, dois acontecimentos foram fundamentais: o combate aos abusos sexuais que envolvem a Igreja, através do documento Vos Estis Lux Mundi; e as reformas implementadas no gerenciamento das contas do Vaticano, a fim de combater a corrupção e estabelecer transparência para a população.

Quem é o papa Francisco?

Depois de vermos todas essas ações, ainda podemos perguntar, Afinal, quem é este homem que também instituiu:

“24 horas para o Senhor” – a ser realizado na sexta-feira e no sábado que antecede o 4º Domingo da Quaresma, para facilitar que os fiéis participem do Sacramento da Reconciliação;

Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação – de cunho ecumênico, que se celebra, todos os anos, no dia 1° de setembro, instituído com o lançamento da encíclica Laudato si, no dia 24 de maio de 2015;

E o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos – a ser comemorado no 4º domingo de julho, próximo à festa de Sant’Ana e São Joaquim (26 de julho), avós de Jesus e protetores de todos os avós. 

Certamente, é uma pessoa humana com suas qualidades e defeitos.

No entanto, se você perguntar a quem já esteve perto dele, em resumo, ouvirá: simpático, atento, afetuoso e sem formalidades. Enfim, muito do que a humanidade precisa hoje como primeiro cartão postal antes de anunciar a fé. Esse é o Papa Francisco!

Por fim, possamos rezar pelo Papa Francisco, assim como ele sempre pede em suas aparições públicas; para que os próximos anos que virão sejam tão fecundos quanto todas estas obras já realizadas pela humanidade e pela Igreja. Deus abençoe o pontificado do papa Francisco! 

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Humildade: como e por que cultivar essa virtude

“Sem humildade, não encontramos o Senhor” Nos diz o Papa Francisco! E segundo Santo Agostinho:

“Para chegar ao conhecimento da verdade, há muitos caminhos: o primeiro é a humildade, o segundo é a humildade, e o terceiro é a humildade”.

Ou seja, conhecimento de Deus e de si mesmo são sinais de humildade. Mas por que e como cultivar essa graça? Vamos encontrar estas respostas agora!

O que não é humildade?

É difícil conceituarmos uma virtude tão nobre, mas é fácil dizer o que ela não é! Por isso, selecionamos alguns tópicos sobre esse “não”:

  1. Humildade não é sinônimo de submissão, passividade, resignação. A pessoa humilde não é aquela que aceita tudo sem dizer uma só palavra! Principalmente quando fere a dignidade da pessoa, algo que Deus resgatou para nós com sua Paixão.
  2. Humildade não é negar seus próprios talentos, colocar-se como frágil, vítima das situações. Quem vive a humildade reconhece os dons que tem, coloca-os a serviço e sabe agradecer a Deus e ao outro por ser útil.
  3. A humildade não é mentirosa, nem orgulhosa, ao contrário, o humilde reconhece sua limitação, é capaz de dizer “não” diante de uma prova e não se faz de super-herói diante dos desafios da vida e as armadilhas do pecado.

Portanto, essa virtude, é um dom divino que cresce de dentro para fora na medida em que conhecemos o Senhor em profundidade; ela não é superficial, logo não pode ser encenada, porque é exigente demais para se fingir! E só a entende quem compreende sua fonte! 

O grande modelo de humildade

Para entendermos essa virtude, precisamos olhar a vida de Cristo. Desde o seu nascimento, em condições desumanas, sua juventude no escondimento, a vida adulta como artesão, sua vida pública em missão até sua morte de cruz.

Diz-nos São Paulo:

“Embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas, esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.” (Fl 2,6-7). 

Assim, com sua vida, Jesus nos fala sobre a humildade. Contudo, Ele não negou sua divindade, nem se vangloriou dela, mas colocou sua autoridade de Filho de Deus a serviço de todos, até as últimas consequências. Logo, humildade é sinônimo de verdade e serviço ao próximo.

Porém, só viveremos assim se nos relacionarmos sempre e mais intimamente com Jesus. Mesmo porque Ele deseja nos ensinar quando nos diz:

“Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.

Então, a fonte dessa virtude é a convivência com o Mestre.

Como está a minha humildade?

Em uma de suas catequeses, o Papa Francisco nos fez esta pergunta:

“Como está minha humildade?”

Com base em quê? Através da reflexão que o pontífice fez, entenderemos por que precisamos cultivar essa virtude.

Então, o Papa recordou o encontro dos Reis Magos com o Menino Jesus e destacou o gesto que eles tiveram de se prostarem. Eles viajaram tanto para encontrar uma criança como Rei dos Judeus, mas não reclamaram, nem se revoltaram.

No entanto, adoraram a criança. Esse é um gesto humilde; eles acolheram o Senhor como Ele é – pobre e pequeno – e não como eles imaginavam. Logo, a prostração é sinal de humildade, é próprio de quem coloca ao lado suas ideias e dá espaço para Deus.

continua o santo Padre: 

“A adoração passa pela humildade do coração: aqueles que têm a vontade de superar os outros, não percebem a presença do Senhor”. 

Portanto, precisamos da humildade para nos parecermos com Deus, nosso Pai e Senhor.

Por fim, a pergunta encontra com outras: “Olhando para os Magos, nos perguntamos: como está minha humildade? Estou convencido de meu orgulho? Sou capaz de abraçar o ponto de vista de Deus e do outro? E o remédio para a falta de humildade é a adoração.

Os santos nos mostram o caminho desta virtude

Todos os santos fizeram o caminho da humildade. Há exemplos grandiosos que nos inspiram a buscar esta virtude para crescermos no amor a Deus e ao próximo. Mas falemos de alguém que é brasileiro como a gente: Santa Dulce dos Pobres.

Dois exemplos seus nos ajudam a entender a força da humildade: quando pediu esmola para os pobres e recebeu saliva em sua mão, então respondeu que a saliva era para ela e estendendo a outra mão, pediu a doação para os pobres! Quanta humildade!

Sabemos que ela foi exclaustrada, ou seja, tirada da clausura pela Congregação por causa da missão. Mas se manteve religiosa, sozinha até que a vontade de Deus se tornou clara para seus superiores e eles a apoiaram! Parece injusto, mas é real!

O caminho da humildade não é fácil, mas gera frutos de verdadeira conversão. Assim foi com Santa Dulce e não é diferente para aquele que ama a Deus. Do mais, não nos esqueçamos da Santíssima Virgem de quem bem falou Santo Afonso: 

“Humildíssima Senhora e Mãe de Deus, Maria, vós que em tudo, mas particularmente no sofrer, fostes a mais semelhante a vosso Filho, alcançai-me a graça de suportar em paz os ultrajes que de hoje em diante me forem feitos”.

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Ano Vocacional 2023 e a Ordem Mercedária

“Desejamos que o Ano Vocacional ajude cada pessoa a acolher o chamado de Jesus como graça e seja uma oportunidade para que mais e mais corações ardam e que os pés se ponham a caminho em saída missionária”.

Com essas palavras, Dom João Francisco Salm, presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada da CNBB, anima toda a Igreja do Brasil a viver o 3º Ano Vocacional.

O 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil acontece de 20 de novembro de 2022 a 26 de novembro de 2023. A iniciativa celebra os 40 anos do primeiro ano dedicado à reflexão, oração e promoção das vocações no país.

Neste post vamos conhecer um pouco dessa história, sua importância e os motivos para incentivarmos as vocações no Brasil. Confira!

Por que um ano vocacional?

Podemos avaliar o preço de uma vocação e quanto empenho ela exige de alguém? Não é possível medir, porém seus frutos são enormes. Uma vocação tem o valor de uma vida, ou seja, é incalculável, e atrai tantas outras para o seguimento de Cristo.

Esse seguimento pode acontecer pela vida matrimonial, através do sacerdócio, da vida consagrada ou do serviço leigo nas inúmeras pastorais existentes da Igreja. Logo, rezar pelas vocações e promovê-las é uma responsabilidade de todo cristão(ã).

Por isso, o ano vocacional é tão importante. E “ele não é uma campanha para alcançar pessoas  para o seminário e a vida religiosa”, mas um tempo de evangelização que nos conduz ao encontro com Deus e nos torna missionários em todos os lugares.

Assim, a primeira ação concreta em favor das vocações é a oração. Quem chama de fato é o próprio Deus; Ele se encarrega de colocar no coração humano a inquietação e o desejo de responder ao seu chamado. E como surgiu o Ano Vocacional?

Ano vocacional: um evento que veio para ficar!

Na vida cristã, tudo é providência, e como diz São Paulo: “Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (cf. Rm 8,28). Com esse mesmo espírito, o mês vocacional, instituído em 1980, foi o marco inicial para começar o primeiro Ano Vocacional no Brasil. 

Nessa mesma data, durante o Encontro Nacional de Pastoral Vocacional, houve a proposta concreta de se instituir agosto como o mês vocacional. Em seguida, houve em 1983, de um Ano Vocacional, ambas iniciativas surgiram para incentivar as vocações.

E assim aconteceu: em 24 de abril de 1983, com o tema: “Vem e segue-me”, o 1º Ano Vocacional. Já em 2003, aconteceu o 2º Ano Vocacional do Brasil, com o tema “Batismo, fonte de todas as vocações”. 

Esses encontros favoreceram e ampliaram o reconhecimento e a consciência de que toda a comunidade cristã é responsável pela animação, cultivo e formação de uma vocação na vida eclesial e na sociedade. 

Um ano de “Graça e Missão” (cf. Lc 24, 32-33)

Agora, após 40 anos do primeiro Ano Vocacional, a 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou a realização do 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil, que acontece de 20 de novembro de 2022 a 26 de novembro de 2023. 

Com o tema “Vocação: Graça e Missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33), os bispos afirmam:

A vocação aparece realmente como um dom de graça e de aliança, como o mais belo e precioso segredo de nossa liberdade”. 

O lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33) fala do coração que arde ao escutar a Palavra do Ressuscitado e os pés que se colocam a caminho para anunciar o encontro com o Cristo. 

Já o texto bíblico de Mc 3,13-19 quando Jesus “chamou e enviou os que ele mesmo quis” ilumina e aprofunda que toda vocação tem na pessoa de Jesus o seu início, meio e fim. Portanto, Ele é o centro e a meta de todo vocacionado.

Somos todos responsáveis pelas vocações!

O Texto Base ainda nos diz:

“Toda vocação é con-vocação, ou seja, somos chamados a caminhar juntos no seguimento do Mestre e no empenho pessoal e conjunto de manifestar sua presença no mundo – configurados e conformados a ele –sendo portadores de vida e esperança…” (N. 22).

E tem como objetivo geral:

“Promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para que sejam ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus”.

Portanto, toda a Igreja é responsável por zelar, promover e incentivar as vocações à luz da Palavra de Deus. Dessa maneira sabemos que contamos também com os leigos para anunciar essa graça e publicar esse chamado de Deus.

A Ordem Mercedária está unida à Igreja pelas vocações!

A Ordem Mercedária é uma vocação na Igreja. É um caminho de liberdade que nasceu em 10 de agosto de 1218, do coração inquieto de São Pedro Nolasco, nosso fundador, com a missão de redimir os cativos que à época eram escravizados pelos mouros.

Hoje é uma vocação presente em vários países, realizando diversas atividades e comunicando a vida de Cristo a todos as pessoas a fim de gerar uma sociedade livre das prisões do mundo moderno e comprometida com o Evangelho.

Junto com a CNBB, incentiva e alimenta as vocações e acredita que o caminho da felicidade humana passa pelo encontro com Deus, através de um relacionamento pessoal. E o que é vocação senão o encontro de duas vontades: a Divina e a humana.

Assim, façamos deste 3º Ano Vocacional não apenas um momento, mas a oportunidade de lançar as redes como se fosse a primeira vez já que cada chamado é único e irrepetível.

Continue lendo: Chamado vocacional: existe um para mim?

São José: 5 maneiras de fortalecer a sua devoção Josefina em março

São José é um santo admirável, e não é à toa que o mês de março é dedicado a ele. Logo, seu mês antecede justamente o mês de maio, que é dedicado em honra a Nossa Senhora e ambos cuidaram de Jesus com total dedicação, segundo o coração do Pai do Céu. 

Sobre ele, o Papa Francisco escreveu:

“Os dois evangelistas que puseram em relevo a sua figura, Mateus e Lucas, narram pouco, mas o suficiente para fazer compreender o gênero de pai que era e a missão que a Providência lhe confiou.”

Assim, o Santo Padre utiliza duas palavras que definem bem o caráter e a missão de São José: pai e homem escolhido pela Providência de Deus. Isso sem dúvida é suficiente para darmos graças e louvores ao pai adotivo de Jesus.

São José, um homem segundo o coração do Pai!

São José esperava a salvação do seu povo, prometida aos seus pais da fé; era descendente de Davi, porque Jesus vinha dessa descendência para que sua missão tivesse validade. Logo, era um homem de fé, de esperança e caridade. 

Era um homem do Espírito Santo, sensível à voz de Deus, que se apresentou a ele por meio de quatro sonhos; e o homem de Deus entendeu, acolheu Maria e a missão que o próprio Deus lhe confiou. Sua abertura ao Espírito era abertura à Trindade Santa.

Homem corajoso, experiente! Não poderia ser diferente para enfrentar as inseguranças do caminho até que Jesus estivesse pronto para cuidar das obras de seu Pai. Sua coragem não foi provada, mas comprovada diante das fugas para proteger o Menino e sua Mãe.

Representa o modelo de fidelidade, castidade, obediência e disposição em fazer a vontade de Deus. Além de ser um trabalhador – ele sustentou sua família com o suor de seu trabalho. E não há privilégios para José, mas testemunho de responsabilidade com a obra divina.

Há muitos motivos para ser devoto de São José

São Tomás de Aquino diz com propriedade:

“Alguns santos têm o privilégio de estender-nos seu patrocínio com eficácia específica em determinadas necessidades, mas não em outras; mas nosso santo padroeiro São José tem o poder de nos ajudar em todos os casos, em todas as necessidades, em todos os empreendimentos. ”

Se São Tomás de Aquino, juntamente com os Papas da Igreja e demais santos, nos recomenda a devoção a São José, o que estamos esperando então? Por isso, separamos 5 maneiras de fortalecermos nossa fé e nos tornamos amigos de São José! Confira:  

Tenha uma imagem de São José

A imagem de São José acompanha todo devoto e é uma bênção para a família inteira. Existem diversas formas de representar o santo Patriarca: trabalhando, com Jesus nos braços; com Maria e o Menino; dormindo; e sozinho. Então escolha a que mais lhe afeiçoar e faça as orações próprias a ele! São inúmeras, inclusive ofício, terço, novenas e ladainhas. As orações são por diversas necessidades, mas escolha uma em particular para esse mês de março e experimente o prestígio que São José tem diante de Deus.

Ajude uma família necessitada

Se há algo que agrada a qualquer pessoa é a caridade! E São José sabe quantos trabalhadores, pais e mães de famílias estão necessitados de ajuda. Assim como ele se empenha em interceder por nós, também espera nossa gratidão através da ajuda ao outro.

Faça um altar com flores e velas

Especialmente no mês de março, podemos ornar o altar de São José com flores, mesmo no Tempo da Quaresma! Deus o escolheu e se alegra conosco quando reconhecemos isso. 

Portanto, escolha um lugar, prepare o altar, coloque velas, flores e faça suas orações, principalmente às quartas-feiras, dia dedicado na liturgia a São José.

Adoração ao Santíssimo sacramento

O centro de nossa fé é Cristo Ressuscitado. E isso não foi diferente para José! Logo, ele esteve com o Menino durante pelo menos 12 anos, quando a criança foi apresentada ao templo, e o Evangelho não fala sobre sua morte, mas a presença de Jesus foi motivo de adoração!

Portanto, adorar Jesus é uma atitude de todo devoto de São José. Se honramos o pai adotivo, muito mais amamos o Filho. E quem assim o faz, recebe os benefícios das duas partes, porque, dizem as Escrituras, que Jesus era submisso a José, Ele o honrava. 

Conclua suas orações sempre honrando o Pai de Céu e a Virgem Maria

As nossas orações no mês de março estão voltadas para São José, mas o santo se volta para o Filho de Deus e sua Mãe, a esposa de José. Assim, é importante entrarmos em comunhão com todos eles. Por isso, após suas devoções, termine com o Pai-Nosso e a Ave-Maria em honra aos dois corações a quem São José amou e foi amado sempre.

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Quaresma, instrumento de conversão e vida nova

A Quaresma é um tempo de muita graça porque nos prepara para a celebração do centro de nossa fé, o Tríduo Pascal, ou seja, a memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

Apesar de todo domingo vivenciarmos a ressurreição do Senhor, inclusive nos disse São João Paulo II que o domingo é o senhor de todos os dias por esse motivo, é importante valorizar a vida de Cristo a partir do ponto alto de sua missão que aconteceu na semana santa.

Logo, a Quaresma é uma proposta, um caminho, uma oportunidade de novamente abraçar a salvação de Cristo em nossa vida. E para trilhar bem essa estrada, preparamos este post!

A Quaresma nos traz a proposta para um novo coração

É normal que alguém se pergunte por que viver a Quaresma todo ano se Cristo já morreu e ressuscitou? De fato, Ele está vivo, mas e quanto a nós? Será que vivemos a vida nova que o Senhor nos deu de graça através de sua morte e ressurreição?

Com certeza, ainda há muito para melhorarmos. No entanto, a Igreja, como mãe e educadora, nos relembra, através da Quaresma, que estamos a caminho da vida nova cada ano que passa. E onde vamos experimentar o amor de Deus? No coração.

De forma que o coração é o lugar onde acontece a verdadeira experiência de Deus. O Evangelho nos diz que “do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adulté­rios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias.” (cf. Mt 15,19)

Então são nossas intenções – o que está dentro de nós – que precisam mudar a fim de que o mundo veja que Cristo vive de verdade. Para isso, a Quaresma existe, ano após ano, para que abracemos o Evangelho, como uma decisão do coração, por amor a Deus e aos irmãos.

Práticas indispensáveis da Quaresma

Então, a Quaresma é um meio para alcançar um coração semelhante ao Coração de Deus. Porém, não é fácil alcançar a transformação do coração, ninguém consegue por suas próprias forças, porque logo cansa. Mas o Evangelho nos dá as ferramentas certas:

  1. A oração: a prática da oração na Quaresma é sincera. O Evangelho da quarta-feira de cinzas diz: “…quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai…” (Mt.6,1ss). O quarto é o lugar da intimidade, onde ninguém se esconde. Logo, é diante de Deus, na oração, que reconhecemos nossa pequenez, nossa grandeza e em que precisamos melhorar. Faça essa experiência com a verdade do seu coração!
  2. O jejum e a penitência: o jejum e a penitência são práticas sadias. Através deles oferecemos a Deus a carne – nos dias prescritos – e algo que nos impeça de viver as bem-aventuranças do Evangelho. Portanto, não é nada fácil, nem simples, mas que nos recorda em que aspecto da vida precisamos de conversão. Observe o jejum e a penitência como um caminho de libertação. Liberte seu coração!
  3. A caridade: O evangelho fala sobre a esmola na Quaresma. Quando jejuamos, a intenção é dar de comer a alguém. Isso pode acontecer através da doação de alimentos ou dinheiro aos pobres. Não há conversão sem caridade, assim como não se ama a Deus sem amar o outro. Logo, pratique a doação e desapegue o coração!

A Campanha da Fraternidade é o ato de caridade

Na Quaresma, a Igreja nos propõe um caminho de caridade através da Campanha da Fraternidade. A iniciativa nasceu em 1964, de uma inspiração de Dom Eugênio Sales, no Rio Grande do Norte, como uma expressão de amor e solidariedade a toda pessoa.

Campanha da Fraternidade tem hoje os seguintes objetivos permanentes:

  • Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum;
  • Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho;
  • Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.

Este ano tem como tema “Fraternidade e fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). A escolha não é aleatória, mas se une à difícil realidade da fome vivida por muitas famílias no Brasil. 

E a Igreja dá sua contribuição através de campanhas solidárias, que acontecem no Brasil inteiro, e da coleta realizada no Domingo de Ramos como um dos gestos concretos de conversão Quaresmal para com os pobres.

Cheguemos às festas Pascais!

Após o itinerário quaresmal, cheguemos à meta: a Páscoa do Senhor. Mas qual será a diferença deste ano para nossas vidas? Serão muitas, se levarmos a sério o trabalho no coração, através das ferramentas que o tempo nos oferece.

Nenhuma quaresma é igual, mas cada uma é única! E em cada esforço nosso, vem em nosso auxílio o Espírito Santo de Deus. Logo, nunca estamos sozinhos.