Santos mercedários: Quem é São Pedro Nolasco?

Os séculos XII e XIII foram um período conturbado para o cristianismo. Muitos cristãos na Europa foram capturados e feitos escravos pelos muçulmanos, devido à invasão dos árabes sarracenos. E foi nesse cenário que viveu São Pedro Nolasco, um dos santos mercedários.

Sua memória litúrgica é celebrada na igreja no dia 6 de maio. Por isso, é o seu testemunho de vida que vamos apresentar para você hoje. 

Contudo, mais do que um dos santos mercedários, São Pedro Nolasco é o fundador desta Ordem. Seu testemunho de vida é inebriante. Prepare o seu coração!

Uma infância de oração e caridade

Este que está entre os mais importantes santos mercedários nasceu na França, em uma família nobre. Não se sabe exatamente o ano do seu nascimento. Algumas biografias apontam que foi entre os anos de 1180 e 1182. 

O certo é que, desde criança, este santo fundador dos mercedários não se parecia em nada com os da sua idade. O pequeno Pedro amava a oração, o silêncio e o recolhimento. Dedicava-se por longo tempo à oração, como quem se mantém entretido com o mais prazeroso dos passatempos. 

A todos que batiam à porta do castelo onde morava, pedindo alimento ou esmola, ele prestava ajuda com o mais sincero sorriso e compaixão. E nos seus passeios, ao encontrar um necessitado, agia com generosidade em favor deles. 

Contudo, nas vezes em que não tinha nada de seu para partilhar, o garoto caia no choro até que o adulto que o acompanhava cedesse a ele algumas moedas para que pudesse partilhar. 

Não foram poucas as vezes que voltou para casa sem o seu casaco, encolhido de frio, porque encontrou na rua crianças pobres que não tinham roupas adequadas para enfrentar a temperatura baixa.  

Dessa forma suas atitudes já evidenciavam a sua vocação.

A fortuna que herdou usou para sustentar obras de caridade 

A vida espiritual de São Pedro Nolasco foi se aprofundando conforme o passar dos anos. E não demorou para ele perceber que Deus o chamava para um seguimento mais radical. 

Contudo, sua família arranjou-lhe um casamento, o que ele negou de imediato, pois já havia decidido consagrar sua castidade a Maria Santíssima.

Logo, seus pais faleceram e este santo mercedário herdou uma fortuna considerável. Ele a administrou com sabedoria, multiplicando-a, mas não por ganância, mas por misericórdia. 

Ele tinha planos de caridade para todo o dinheiro que possuía: usar para ajudar os necessitados. E foi assim que ele começou suas obras de assistência espiritual e material.

Este santo mercedário é conhecido como o redentor dos cativos

De maneira especial, estas palavras de Jesus o tocavam profundamente: “estive preso, e fostes visitar-Me” (Mateus 25,36); “o Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu; e enviou-Me […] para anunciar aos cativos a redenção” (Lucas 4,18-19). Ele as tomou para si como uma missão especial. 

Por isso, a prática de caridade que mais atraía São Pedro Nolasco era conseguir a libertação dos inúmeros cristãos presos nos reinos árabes da Península e do norte da África. 

Eram homens, mulheres, crianças e idosos que viviam em regime de trabalho forçado, em condições precárias de higiene e alimentação, sujeitos a toda espécie de humilhação e padecimento. Além disso, eram privados dos sacramentos. 

Muitos perdiam a fé, alguns rendiam-se ao desespero ou à devassidão. Contudo, outros, tais como o povo hebreu, clamavam “e, do fundo de sua escravidão, subiu o seu clamor até Deus” (Êxodo 2,23).

E a esses, Deus enviou São Pedro Nolasco! Por amor a Jesus e ao próximo, especialmente aos cativos, ele começou a tratar da libertação dos cristãos do reino de Valência. 

Admirado pelo povo

Quando realizou sua primeira missão, tinha pouco mais de 20 anos. Usou todo o dinheiro que tinha para comprar a liberdade de 300 cristãos.

Como resultado essas pessoas foram recebidas em Barcelona, com manifestações de alegria. O povo cantava, em ação de graças, louvando a Deus pela libertação, algo que para eles foi um milagre. 

Contudo, essa primeira ação foi apenas como que uma gota retirada do oceano, diante da vultosa quantidade de cristão escravizados. Ele sabia que não poderia parar por aí. Por isso, passou a pedir esmolas em Barcelona para as famílias nobres e ricas a fim de continuar sua missão. 

Assim, a Providência Divina aconteceu. Ele partiu diversas vezes para Valência, Múrcia, Maiorca, Argel e Tunísia para negociar a libertação de outros cristãos. E não demorou para que este santo mercedário conquistasse a simpatia de alguns soberanos muçulmanos destes reinos. 

Este sentimento logo se transformou em admiração por parte de muitos deles.

Uma visão confirma a Nolasco sua vocação e missão

No ano de 1203, este santo mercedário estava absorto em oração quando teve uma visão profética. 

Ele via uma frondosa oliveira, carregada de frutos maduros, prontos para serem colhidos. Em seguida, alguns varões aproximaram-se e disseram a ele que Deus o havia incumbido de cuidar dessa árvore e protegê-la de todo ataque. 

Depois, um grupo de homens violentos romperam em direção a árvore, com fúria, para destruí-la. Pedro reagiu e a defendeu com valentia, impedindo que sofresse qualquer infortúnio. 

O ímpeto desse santo mercedário foi maior que a ira daqueles homens, que se retiram derrotados. 

Após essa visão mística, Pedro Nolasco sentiu-se confirmado na missão de libertar os cativos. Porém agora ele tinha certeza de que a disposição que o movia a trabalhar pelo resgate dos cristãos cativos vinha do próprio Deus. Era o Senhor quem o chamava para esta missão.

Não demorou muito para que Nolasco fundasse uma humilde e pequena confraria, que tinha por objetivo angariar auxílio e recursos para a sua missão de vida.  

A Virgem Maria vem em auxílio de Nolasco 

São Pedro Nolasco saiba que nunca teria dinheiro suficiente para libertar os cristãos, apesar de ter articulado valorosos homens, da alta nobreza, sacerdotes piedosos. Ele conseguiu doadores de diversas regiões.

Além disso, outra preocupação o inquietava: Após sua morte, esta obra desapareceria?

Quando estava prestes a se desesperar por isso, aconteceu algo que transformou a vida desse santo mercedário. 

A Santíssima Virgem Maria apareceu para ele. Era a madrugada do dia 2 de agosto de 1218. No dia anterior, a Igreja celebrava, a partir do calendário litúrgico medieval, a festa da libertação do Príncipe dos Apóstolos do cárcere (cf. At 5,17-19), chamada São Pedro das Cadeias. 

Em sua aparição, Maria sugeriu a Nolasco que fundasse uma Ordem Religiosa em honra de suas misericórdias, portanto, de suas mercês. Esta nova Ordem teria como principal missão a libertação dos cristãos cativos e o louvor de sua imaculada Conceição.

Desta maneira, a missão de São Pedro Nolasco não se findaria quando ele partisse para junto de Deus, mas se perpetuaria.

O nascimento da Ordem dos Mercedários

E foi assim que nasceu a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, também conhecida como Ordem dos Mercedários, em 1218. 

Seus membros, além dos votos de castidade, obediência e pobreza, professam o quarto voto: “todos os frades desta Ordem, como filhos da verdadeira obediência, estejam sempre alegremente dispostos a dar suas vidas, como Jesus Cristo a deu por nós”. 

O que isso significa? O quarto voto dos mercedários determina que, se for necessário, o religioso fica no lugar de algum cativo, caso não tenha o dinheiro para o seu resgate. 

Mas por quê? Porque “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (Jo 15,13). 

Santo Mercedário 

Pedro Nolasco, o primeiro dos santos mercedários, fundador da Ordem dos Mercedários seguiu sua vida com destemor e audácia na missão que lhe foi confiada. Por isso mereceu o título de libertador dos cativos. 

Ele partiu para a vida eterna em 6 de maio de 1256. Sua fama de santidade logo se espalhou pelo mundo. Foi canonizado pelo papa Urbano VIII, em 1628. 

A festa litúrgica deste que foi um dos maiores santos mercedários é em 6 de maio.

Roguemos a São Pedro Nolasco que inflame nosso coração de amor por aqueles que necessitam libertar-se de qualquer tipo de escravidão. E, mais do que isso, que o seu exemplo nos inflame de coragem para fazer o melhor pelo outro. Que assim haja também muitos outros santos mercedários espalhados pelo mundo todo! 

Leia também: Um santo no Piauí: conheça Dom Inocêncio, bispo

Um santo no Piauí: conheça Dom Inocêncio, bispo

O Papa Francisco, no documento sobre santidade, diz :

“Cada cristão, quanto mais se santifica, tanto mais fecundo se torna para o mundo”. 

Essas palavras descrevem bem a vida de Dom Inocêncio.

A santidade é um dom derramado sobre nós através do batismo. Somos, então, o povo santo de Deus por causa de Sua graça presente em nossa vida, e como nos comunica o Papa Francisco “a santidade é possível e não é inatingível!”

Assim, como cristão comprometido com o Evangelho, como Pastor a serviço de seu povo, viveu Dom Inocêncio Santamaria – Bispo Mercedário – testemunha da santidade simples, no cotidiano da missão e no meio do povo piauiense.

É para falar desse servo de Deus que preparamos este post. Dom Inocêncio, em breve, será elevado aos altares da Igreja e, desde já, podemos conhecer seu exemplo e seguir os passos do Mestre e da santíssima Virgem Maria a quem ele tanto amou.

História de Dom Inocêncio

O Servo de Deus Dom Inocêncio López Santamaria nasceu na aldeia de Sotovellanos, na província de Burgos, comarca de Odra-Pisuerga, na Espanha, no dia 28 de dezembro de 1874. 

Os pais de Dom Inocêncio, Eduardo e Vitória, eram muito pobres, tiveram quatro filhos, três morreram ainda crianças, ficando apenas Inocêncio, que aos 15 anos ingressou na Ordem das Mercês no Convento de Conjo, em Santiago de Compostela.

Desde sua entrega a Deus, dedicou-se inteiramente ao serviço do Reino. Assumiu diversas funções e responsabilidades na Ordem, até ser sagrado bispo em Poio, Pontevedra, no dia 31 de agosto de 1930, festa do mártir mercedário, São Raimundo Nonato, de quem era muito devoto. 

Então, diante da necessidade de um bispo, em uma região muito carente do Brasil, Dom Inocêncio atendeu ao apelo do Papa Pio XI. 

Logo chegou ao Brasil no dia 5 de janeiro de 1931, tomou posse no dia 18 de fevereiro do mesmo mês, no município de São Raimundo Nonato/Piauí.

Contam que o bispo chegou ao município após andar 12 dias a cavalo, da Bahia ao interior do Piauí. Lá encontrou uma região em absoluto atraso, sem energia elétrica, água potável, comunicação e nem estradas. 

Mas nada o impediu de prosseguir com sua missão. Desde já, ele dava sinais de humildade, disposição e alegria, características comuns aos santos. Dom Inocêncio ficou conhecido no meio do povo de sua diocese como Santo Inocêncio.

Preocupação com os pobres de Deus

“O bispo tinha uma preocupação muito grande com a educação. Ele trazia professores para dar aula de latim, francês, música para a população pobre e acreditava que a cultura era também uma forma de desenvolvimento”, conta Frei Rogério Soares, padre Mercedário.

“…Dom Inocêncio chegava a colocar dinheiro em um envelope e pedia alguém para pôr debaixo da porta da família que passava fome. Ele não entregava pessoalmente para evitar o constrangimento”, atesta o Frei Rogério Soares, padre Mercedário.

A partir dos testemunhos e das obras se conhece a vida dos santos. Assim foi com Dom Inocêncio, em sua diocese. Ele era incansável e pregou o Evangelho, proporcionando a fé e a dignidade ao povo de Deus.

Ainda são atribuídas a ele a construção de mais de 28 escolas, somente na zona rural de São Raimundo; 700 km de estradas, poços, açudes e capelas; a fundação da Congregação das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil e a formação de um clero natural da região.

Desta forma, fica claro o quanto Dom Inocêncio acreditava na transformação das piores situações sociais através da educação e de políticas públicas em favor do povo. Ele comprometeu-se com a salvação e foi até o fim.

Processo de canonização de Dom Inocêncio

“Embrenhava-se em matas e caatingas expondo-se ao cansaço, à fome, à sede, e ao calor impiedoso…realizou um duro e austero trabalho humanitário, social e cultural na região”, descreve Pe. Herculano – Ordem Mercedária.

Assim viveu Dom Inocêncio durante 26 anos como bispo, no estado do Piauí. Já com 80 anos, recebeu a ajuda de um bispo auxiliar e aos 84, sofrendo de um tumor no fígado, fez seu encontro definitivo com Deus, no dia 09 de março de 1958.

No entanto, sua fama de santidade era conhecida pelo povo. Seu funeral começou na Catedral de Juazeiro-BA, passou pela Catedral de Petrolina-PE, pela igreja de Remanso-BA, até chegar à Catedral de São Raimundo Nonato-PI, onde uma imensa multidão o aguardava.

Hoje seus restos mortais repousam no altar mor da catedral da cidade de São Raimundo Nonato. E em 2016, foi instalado o Tribunal Eclesiástico para a Causa de Beatificação e Canonização do religioso.

Dessa forma, a vida e a obra de Dom Inocêncio são estudadas pela Igreja através dos testemunhos colhidos, dos escritos deixados e dos milagres realizados.

Dom Inocêncio foi um verdadeiro modelo para os bispos. Um exemplo perfeito, pelas suas virtudes e pelo seu espírito de trabalho. Carregando o peso dos seus 83 anos, prosseguiu trabalhando como sempre”, escreveu o bispo auxiliar Dom José Vázquez.

Com tantos testemunhos e virtudes, resta-nos rezar: Dom Inocêncio, bispo Mercedário, rogai por nós.

Leia mais: Que tal conhecer a história de mais um santo mercedário

Por que o título à Nossa Senhora das Mercês?

“Nossa Senhora da Vitória é dos conquistadores; Nossa Senhora das Mercês é de todos, porque a todos indiferentemente está prometendo e oferecendo todas as mercês que lhe pedirem” Que bela expressão do pe. Antônio Vieira! Mas por que o título à nossa Senhora das Mercês?

A Mãe de Deus é conhecida por mais de mil títulos, porém alguns são singulares, mais invocados e logo muito conhecidos, por exemplo: Nossa Senhora da Conceição Aparecida, das Graças, da Conceição, do Carmo. 

Entre esses títulos, uma chama a atenção por sua história e força – Senhora das Mercês! Contudo, o que significa, onde e quando nasceu. Há quem divulgue esse termo? E o que isso tem a ver com a palavra Mercedários?

Todas essas perguntas nos levarão a caminho de graça, por isso preparamos este post. Vamos descobrir mais um título belo da Santa Mãe de Deus.

Senhora das Mercês – socorro dos cativos

Em 1218, aconteceu a invasão dos mulçumanos em parte da península ibérica. Eles assaltavam as embarcações e capturavam homens, mulheres e crianças para escravizarem na África.

Por causa disso, muitos cristãos foram obrigados a trabalhos pesados, e a única forma de libertação era a negação da fé ou o pagamento do resgate. Porém, Deus nunca abandona seus filhos e sempre conta com sua Mãe para realizar grandes obras em favor dos mais necessitados.

Então, em primeiro de agosto de 1218, São Pedro Nolasco foi agraciado com uma aparição de Nossa Senhora, que lhe inspirou os meios para libertar os cristãos das mãos dos mulçumanos.

Assim, Pedro comunicou o sonho a São Raimundo de Penaforte, seu confessor, e ao rei Jaime, e descobriu que os três tiveram o mesmo sonho. Dessa forma, o apelo de Deus se confirmou e nasceu a Ordem em louvor a nossa Senhora das Mercês!

O vocábulo “mercê”, no séc. XIII, era sinônimo da obra de misericórdia corporal por excelência, qual seja, a de redimir cativos.

O surgimento da invocação e do título  Senhora “das Mercês” deriva justamente dessa missão de resgatar e salvar os prisioneiros das mãos dos mouros.

Mercedários – filhos de Nossa Senhora da Mercês

Em 10 de Agosto de 1218, a Igreja abençoou a vida de  Pedro Nolasco e 13 companheiros, em honra a Nossa Senhora das Mercês, que consagraram suas vidas a Deus e se propuseram oficialmente a se dedicarem à redenção dos cristãos escravos.

Assim, nasceram os primeiros Mercedários no mundo, tendo a Virgem Maria como padroeira e guia. A obra cresceu e foram muitos os benefícios realizados pelos mercedários àqueles que estavam sob o jugo dos mulçumanos.

No entanto, com a bênção Papal, em 17 de Janeiro de 1235, a Ordem se expandiu e levou a proposta de libertação para muitos que sofriam com a escravidão em outras terras fora da Europa.

No Brasil, Ordem Mercedária teve inicio em  Belém do Pará, em 12 de dezembro de 1639. 

A espiritualidade da Ordem Mercedária é profundamente enraizada em Cristo, o libertador da humanidade e em Nossa Senhora das  Mercês, a Mãe libertadora e ideal da pessoa livre. 

A Imagem da Virgem Maria das Mercês

A senhora das Mercês está  “disposta, a todo momento, a nos dar coisas boas, a nos dar coisas excelentes, e a nos convidar a pedir estas coisas e a amá-la, por Ela ser tão boa assim” (São Pedro Nolasco)

A imagem sacra é sempre um sinal da presença de Deus junto ao seu povo. Assim elas carregam traços da história, da ação divina em favor dos filhos e filhas de Deus.

imagem da Senhora da Mercês  traz beleza e traços típicos. Nela, a Virgem Maria apresenta uma corrente em uma de suas mãos que representa a luta contra qualquer tipo de escravidão.

Apesar de ter diminuído a escravidão como acontecia à época das colonizações, ela não desapareceu.

Hoje, a escravidão também se apresenta na crueldade do trabalho forçado e todo tipo de dependência que tire a dignidade dos filhos de Deus.

Por isso, façamos da súplica da Virgem Maria também a nossa em favor do fim de qualquer tipo de escravidão:

Virgem Maria, Mãe das Mercês, com humildade acorremos a Vós, certos de que não nos abandonais por causa de nossas limitações e faltas.

Animados pelo vosso amor de Mãe, oferecemos-vos nosso corpo para que o purifiqueis, nossa alma para que a santifiqueis, o que somos e o que temos, consagrando tudo a Vós.

Amparai, protegei, bendizei e guardai sob a vossa maternal bondade a todos e a cada um dos membros desta família que se consagra totalmente a Vós.

Ó Maria, Mãe e Senhora nossa das Mercês, apresentai-nos ao vosso Filho Jesus, para que, por vosso intermédio alcancemos, na terra, a sua Graça e depois a vida eterna. Amém!”

Como ser feliz na vocação sacerdotal e religiosa

Com certeza, em sua vida você busca a felicidade.  Todos nós a procuramos de diversas formas, seja em relacionamentos, na realização profissional ou na vida acadêmica.

Nesse sentido, há felicidade em muitas opções de vida.  Contudo, a que emana de um chamado e, especialmente, da  vocação sacerdotal e religiosa é diferente, porque não está alicerçada em seguranças humanas, muito menos materiais, mas em uma Presença – Jesus Cristo.

Portanto, quando se descobre um chamado específico, em uma vocação na igreja, a serviço da humanidade, descobre-se uma felicidade perene, que não se perde, nem se negocia, mas é única e intransferível. 

Da mesma forma, é sobre chamado específico e felicidade que vamos conversar neste post: Como ser feliz na vocação sacerdotal e religiosa.

Vocação, um chamado de Coração para coração

A palavra vocação vem do latim “vocare” e se traduz como chamado. Mas, no âmbito religioso, está intimamente ligada ao relacionamento que temos com Deus. Ou seja, a descoberta da vocação específica é resultado de uma escuta profunda. Alguém chama e outro responde. 

Dessa maneira, quem chama é Deus:

“Pedi ao Senhor da messe que envie operários” (cf. Mt 9,38)

Assim, o ser humano responde:

“Senhor, que queres que eu faça?” (cf. At 9,6).

Em outras palavras, há generosidade da parte de Deus e acolhida por parte do ser humano. 

Assim, acontece um encontro entre duas vontades. Dois corações que se amam e desejam caminhar juntos para sempre. Até parece um casamento! E de fato, toda vocação é como um casamento: compreende primeiro amor e, como consequência, compromisso.

Ou seja,  podemos dizer que a vocação é um chamado de amor, cuja resposta é feita na liberdade de quem se descobre amado.

Dessa maneira também acontece com quem é chamado à vocação sacerdotal e religiosa. Vamos compreender um pouco sobre cada uma delas.

Sacerdócio, caminho de felicidade

São João Paulo II disse:

“Toda vocação sacerdotal é um grande mistério, um dom que supera infinitamente o homem”.

Nesse sentido, se esse dom supera a natureza humana, logo ele só pode ser vivido com a graça divina. Nenhum homem, com suas próprias forças, consegue corresponder a esse chamado.

Contudo, o vocacionado ao sacerdócio descobre em si um manancial de felicidade.

Você já deve ter contemplado um padre realizado em sua vocação; ele transborda alegria mesmo na dor. Isso não significa ausência de desafios, mas nada parece ser maior do que o seu desejo de viver a vocação.

Mas, até ele chegar à ordenação sacerdotal, é feito um acompanhamento minucioso, ao longo de no mínimo sete anos. Isso em vista da grande responsabilidade de agir em nome de Cristo na celebração eucarística, na confissão e na unção dos enfermos – sacramentos reservados unicamente a esse ministério.

Vocação religiosa, dom de Deus Pai à sua Igreja!

Na Igreja existem diversas formas de vida consagrada, entre elas, a vida religiosa. Essa é anterior ao próprio sacerdócio.

Nesse sentido, lembramos de Ana que era viúva, vivia no templo e aguardava o Messias (cf. Lc 2,37); o próprio João Batista era um eremita, vivia totalmente dedicado à espera do Messias.

Com a chegada de Jesus, foi inaugurado um novo tempo. E com ele, novas formas de consagração a Deus. Assim, o próprio Jesus é o consagrado por excelência e o modelo da vida religiosa.

Você sabia que para ser religioso não precisa ser padre? 

A vida religiosa está ligada a uma congregação, a uma ordem ou a um Instituto religioso. Portanto, cada pessoa professa os votos de castidade, pobreza e obediência.

O religioso fez um encontro pessoal com o Senhor e identificou-se com a causa do Evangelho. Esse encontro deu-se através de um caminho vocacional, em uma comunidade específica e concretizou-se quando ele disse “sim” e ingressou na vida religiosa.

A vocação religiosa encontra, nas palavras de São Paulo, seu fundamento:

“Para mim, o viver é Cristo” (Fl 1,21). 

Que felicidade é esta?

“Mestre, é bom estarmos aqui” (Lc 9,33)

Esse trecho descreve a satisfação de Pedro ao contemplar Jesus transfigurado. Ele O viu e ouviu a voz do Pai a respeito de Cristo:

“Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o!”. 

Acima de tudo,  em que consiste a felicidade na vocação sacerdotal e religiosa senão na certeza da pertença à Pessoa de Jesus e na escuta de sua voz?

O sacerdote e o religioso são pessoas que fizeram a experiência do Tabor, encontraram sua identidade em Cristo e, por causa disso, colocaram suas vidas à Sua total disposição.

E como eles vivem a felicidade? No constante encontro com Cristo através da espiritualidade, da vida comunitária e do serviço aos irmãos.

Onde encontrar a felicidade através da vocação sacerdotal e religiosa?

As ordens, congregações e Institutos religiosos são oásis no deserto. Deus, em sua sabedoria, inspirou o nascimento da vida religiosa, porque sabia que homens e mulheres iriam transformar o deserto da civilização moderna através dessa forma de vida.

No oásis encontramos água, sombra e descanso. Assim são as Instituições Religiosas – espaços de vida à sombra da Presença divina. Nelas se pode encontrar a vocação sacerdotal e religiosa ao mesmo tempo.

Uma dessas formas de vida são os Mercedários.  Eles são uma Ordem Religiosa, fundada por São Pedro Nolasco, dia 10 de agosto de 1218, em Barcelona (Espanha);  composta de sacerdotes e de irmãos religiosos, que vivem a fraternidade e a comunhão, segundo a regra de Santo Agostinho: ‘‘Um só coração e uma só alma voltados para Deus.’’

Eles estão presentes em 4 continentes, 22 países, 152 comunidades, além das escolas. Ao todo, são mais de 800 frades vivendo o carisma da ordem, com o auxílio de Nossa Senhora das Mercês.

Os Mercedários trazem uma particularidade – além dos votos comuns aos religiosos, eles professam um quarto voto: o da Redenção, em honra ao Santíssimo Redentor.

Que tal entender mais sobre a vocação sacerdotal e religiosa? Acesse: Vocação: uma descoberta pessoal

Vocação: uma descoberta pessoal

Então, o que é vocação? A palavra vocação significa evocar, ato ou efeito de chamar. Há alguém que chama! E essa ação, na vida cristã, é própria de Deus. Ele é quem chama o ser humano à vida, à santidade e a um chamado específico.

Assim, esse chamado pressupõe escuta e resposta. Logo,  quando é correspondida, leva a pessoa humana a realizar-se plenamente. 

Porém, a vocação, também, é uma descoberta que é feita ao longo da vida, mas principalmente na juventude quando estão desabrochando as primeiras decisões da vida.

Portanto, para essa descoberta, é preciso um passo. Há um filósofo chinês – Lao Tsé – que nos lembra que mesmo uma jornada de duzentas milhas deve começar com um simples passo. Logo, esse caminho em busca da descoberta vocacional começa assim, com um “step”!

E para que você compreenda mais o que é vocação, preparamos esse post para te esclarecer melhor e oferecer algumas respostas às suas perguntas.

Vocação à vida 

“Façamos o homem…” essa palavra foi proferida na criação (Gn 1,26). Deus criou todas as coisas e, por fim, o homem – sua obra prima! E o verbo na terceira pessoa do plural – façamos – comprova que Ele não estava sozinho. 

Por conseguinte, há duas afirmações muito importantes nessas três palavras: o homem foi criado por Deus e Deus não estava sozinho. Eis nossa primeira vocação: chamados à vida. 

Assim, não importam a nação, o gênero ou as circunstâncias. Fomos chamados à vida! E nossa vida é um presente de Deus desde sempre.

Deus não nos criou sozinho, logo não somos chamados ao isolamento! Nossa vocação está para o relacionamento, que começa na família

Logo depois “O Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem”(Gn 1,22). O homem não estava sozinho, havia uma comunidade: ele, outro semelhante a ele e a própria natureza. 

Que graça! Veja o que é vocação: somos chamados à vida com outros que nos são semelhantes. Isso é motivo de alegria. Esse é o primeiro momento de descoberta vocacional para qualquer pessoa! Sou chamado à vida. 

Chamados ao amor 

“À nossa imagem e semelhança…” (Gn. 1,26). Assim continua o versículo que fala sobre a criação do homem. Deus o fez diferente de todas as outras criaturas, lhe concedeu uma imagem e semelhanças divinas, O que é vocação a partir desse texto?

Em que nos assemelhamos a Deus? Será nossa fisionomia? Não é a aparência que nos torna parecidos com Deus, mas algo muito maior. Diz São João: Deus é amor! (cf. I Jo 4). Se Deus é amor em sua essência e nos fez semelhantes a Ele, logo amor é a essência da nossa vida e da nossa vocação. Bem falou Santa Terezinha: “Minha vocação é o amor”.

Portanto, o próximo passo nessa caminhada de descoberta sobre o que é vocação é saber que o amor faz parte da nossa vida. E  amor, na vida cristã, é sinônimo de santidade. Logo a santidade faz parte do chamado a partir da vivência do amor. Não há amor sem santidade e o contrário também é verdadeiro.

Além de nos criar, nos amar, Deus também nos elevou a filhos (as) pelo batismoEsse sacramento nos abre a porta para a comunhão plena com Deus! Nos proporciona a vida na graça, nos salva e nos capacita para toda obra. Com ele descobrimos que nossa vida tem uma missão. 

Inquietados por Deus 

O Senhor disse a Abrão: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar” (Gn 12,1). Mas o que é vocação em Abraão.  Ele não sabia o que Deus o reservava, mas foi inquietado por Seu pedido e seguiu a intuição. E a vida de Abraão tornou-se um grande modelo de fé para o povo de Deus.

Assim como Abraão, há momentos em que nos sentimos inquietos. Desejamos algo mais do que um trabalho, um curso superior ou um relacionamento; investimentos que são bons e úteis à vida humana, mas não nos completam totalmente, não têm todas as respostas que nossa vida precisa. 

Ou seja, há momentos que a Voz de Deus nos surpreende,  nos persegue em todos os lugares, nos convidando, de uma forma diferente e única, a seguirmos uma intuição, a descobrirmos a forma de servir a Quem tanto nos ama, não apenas fazendo coisas, mas com a própria vida.

No entanto, para doar a vida através de um chamado é preciso, antes de tudo, descobrir que chamado é esse, a que Deus me chama e como posso respondê-lo? 

Mas você não está sozinho nessa caminhada. O primeiro interessado em que você encontre uma resposta é o próprio Deus.

Então, é preciso colocar-se a caminho! E o primeiro passo você já deu aqui neste post. O segundo é a oração constante, a escuta da Palavra de Deus e o encontro com Cristo nos sacramentos.

Esses gestos irão conduzir sua vida, e as respostas a todas as perguntas irão fluir do seu coração.

Se você tem dúvidas sobre o chamado vocacional, acesse o nosso conteúdo: Chamado vocacional: existe um para mim?

Chamado vocacional: existe um para mim?

O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Quando isso aconteceu, Deus pensou em tudo! Inclusive em nosso perfil vocacional. 

Assim, Ele fez o homem dotado de muitas capacidades e colocou nele uma inclinação para a realização pessoal de forma única e intransferível. 

Sendo assim, essa inclinação se chama vocação e  pode se dar de várias formas, porque Deus é muito criativo.

Como saber se existe um chamado vocacional para mim?

Uns são chamados ao matrimônio, outros à vida religiosa, ao sacerdócio e,  após o Concílio Vaticano II, surgiram outras formas de consagração na Igreja.

No entanto, existem aqueles que se identificam com o próprio trabalho, como: médicos, enfermeiros, professores. Portanto, a profissão também é uma descoberta vocacional, um dom concedido por Deus. 

Logo, todos somos vocacionados, não existem pessoas sem vocação. E, portanto, há um caminho vocacional para cada um de nós.

Porém, como saber se existe um caminho vocacional para mim? Este post foi feito para explicar melhor como identificar o chamado de Deus.

Qual o meu chamado vocacional?

A primeira pergunta que nos vem à mente, quando nos sentimos inquietos diante de Deus, é esta: Qual o meu chamado vocacional? Para que eu nasci? Como vou descobrir a minha vocação?

Para isso, a Palavra de Deus nos diz: “Pedi e se vos dará” (cf Mt.7,7).

A primeira atitude é perguntar a quem nos conhece profundamente: o próprio Deus. Essa pergunta se faz através do diálogo –  quem conversa com Deus, reza.

Portanto, a oração é o primeiro movimento para começar uma descoberta vocacional. São Gregório diz:

“Os homens, com a oração, merecem receber aquilo que Deus onipotente, desde a eternidade, decidiu dar-lhes”.  

Sendo assim, Deus preparou a resposta. Porém, Ele espera seu interesse e disposição em encontrá-la.

Afinal de contas, uma das qualidades que o Senhor nos deu é a liberdade e uma descoberta vocacional tem que ser uma decisão livre. 

Logo, é preciso dar passos para descobrir a própria vocação.

Quais as opções para uma descoberta vocacional?

Para descobrir meu chamado vocacional é importante saber quais são as possibilidades. O Evangelho nos orienta: “Buscai e achareis” (cf.Mt 7,7).

Sendo assim, a Igreja é rica em dons e formas de vida consagrada. Portanto, o chamado vocacional pode acontecer para o matrimônio, para a vida religiosa ou sacerdotal. 

Vocação ao Matrimônio 

A vida matrimonial é o sacramento da união conjugal. Nas Sagradas Escrituras, Deus diz que não é bom que o homem esteja só (cf. Gn 2,18) e fez para ele uma companheira semelhante. 

Logo, a vocação matrimonial é um pacto entre duas pessoas que decidem colaborar com a continuidade da criação divina. É um chamado para a vida toda, assistido por um ministro ordenado – um padre ou um diácono –  e a comunidade local.

 Vocação religiosa

A vocação religiosa é um chamado que mais se aproxima da vida de Cristo pobre, casto e obediente ao Pai. O Papa Francisco disse sobre os religiosos:

“Onde há consagrados, há alegria!”

Logo, os vocacionados à vida religiosa são pessoas que manifestam a alegria, a entrega e anunciam o Evangelho com suas vidas. 

Assim, “a vida, a vocação e a missão de quem se consagrada a Deus, a exemplo de Jesus, deve também ser um farol que ilumina aqueles que vivem na noite do pecado” (Papa Francisco).

Sendo assim, a missão de um religioso é imensa e anuncia a salvação nos lugares mais distantes.

Vocação ao Sacerdócio 

Há um Salmo que é repetido em todos os cantos do mundo para se referir aos vocacionados ao sacerdócio ministerial: 

“Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (cf. Sl 110,4).

Assim como toda vocação, o sacerdote nasceu de Cristo – o modelo de todo vocacionado.

Logo, é um sacramento que expressa a entrega total pela humanidade. Pouco compreendido pelo mundo, no entanto, presente na Igreja desde seu início.

Portanto, o sacerdote expressa a vida de Cristo que se doa no altar em sacrifício de amor pela salvação do mundo.

Agora, temos a ideia das vocações na Igreja. Assim, cada uma delas é direcionada a uma pessoa. Deus chama homens e mulheres e espera pacientemente por suas respostas pelo caminho vocacional.

Para onde irei? “Batei e vos será aberto” (cf. Mt7,7)

Anteriormente vimos que tudo começa pela oração, depois as formas de vocação na Igreja, mas, onde encontrar ajuda para dar início a uma descoberta vocacional?

Assim como há muitas formas de vocação, há também diversos carismas. Mas o que significa “carisma”? Essa palavra quer dizer: dom, graça.

Nesse sentido, para a vida religiosa, carisma é uma forma de testemunhar o Evangelho para o mundo. Em outras palavras, cada congregação tem um carisma próprio. Logo, eles são inúmeros, com resposta para cada tempo e necessidade.

Sendo assim, existem carismas que trabalham com educação, com doentes, com órfãos, com dependentes químicos e até com migrantes. Há uma diversidade de dons do Espírito a serviço da humanidade.

Portanto, um dos lugares onde encontramos ajuda para um caminho vocacional são as Ordens Religiosas e Congregações.

Uma vez que, além do testemunho dentro da Igreja, elas têm direção espiritual, retiros, sacerdotes, irmãos e religiosas que ajudam, pela própria experiência, a encontrar o caminho.

Por fim, além da oração e da informação sobre a vocação, é preciso pedir ajuda. E logo iremos compreender, na prática, que há um chamado vocacional para cada um de nós.

Conheça a vida dos Mercedários – presentes na Igreja há mais de oito séculos.

Mais de 500 cartas escritas por Dom Inocêncio serão lidas em processo de beatificação

Mais de 500 cartas escritas por Dom Inocêncio estão em processo de leitura, análise e transcrição pela Comissão Histórica em Prol da Causa de Beatificação de Dom Inocêncio, que fica em Brasília.  

Nessa fase técnica, cerca de 30% das cartas já estão catalogadas, afirma o Frei Rogério Soares, que iniciou a causa do processo de beatificação, quando era provincial da Ordem Mercedária do Brasil, no ano de 2015.  O processo de transcrição acontece porque as originais ficarão no Brasil e as cópias serão enviadas ao Vaticano. 

A coleta dos documentos ocorreu entre os anos de 2015 e 2019 na Espanha, em Roma e no Brasil, nas cidades em que Dom Inocêncio morou e trabalhou. No Piauí, a comissão recolheu material em São Raimundo Nonato e Bom Jesus de Gurgueia. 

O frei Rogério ressalta que essa fase técnica deve ser finalizada no segundo semestre de 2020. Encerrando essa fase, a transcrição será enviada a Roma. Ao chegar ao Vaticano, uma comissão começará a analisar o documento e confirmar os “milagres” referentes a Dom Inocêncio, muitos ocorridos no Piauí.  Não há prazo limite para essa etapa. “O processo somente será enviado após finalizar o processo diocesano no Brasil”, diz. 

“A fase de leitura e transcrição é muito delicada. São muitas cartas. Dom Inocêncio possui uma grande produção de documentos, o que facilita conhecer a sua história. As cartas são endereçadas ao papa, ao presidente da República, dentre outros, e pediam alimentos e estradas para o povo de São Raimundo Nonato. É como se toda a vida dele estivesse mapeada. Ele viveu e escreveu. Nós também tivemos muita sorte porque, além dele escrever muito, ele colocava no carbono e fazia copias (das cartas)”. 

Beatificado, Dom Inocêncio será considerado o primeiro santo que viveu no Piauí. Ele chegou ao Brasil para morar em São Raimundo Nonato, no Piauí, no dia 18 de janeiro de 1931, para ocupar o cargo de sacerdote em Bom Jesus de Gurgueia, na região Sul. Nascido na Espanha, ele faleceu no estado da Bahia no dia 09 de março de 1958 aos 83 anos. Seu corpo está do altar mor da catedral de São Raimundo Nonato. 

Cartas e liberação dos documentos 

Frei Rogério pede calma aos interessados em conhecer e trabalhar com a história de Dom Inocêncio. “Muitos historiadores buscam pelas cartas, pelos documentos, mas eles ainda não estão liberados. Assim que terminar essa fase técnica, que a transcrição for enviada a Roma, nós iremos liberar alguns documentos”, garante. 

Os documentos também confiram que Dom Inocêncio fundou a Congressão Feminina Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil. 

Padre e o milagre

Até o momento, pelo menos seis pessoas devem testemunhar em prol da beatificação por serem “provas do seu milagre”. Dentre eles, o padre Herculano Negreiros, de São Raimundo Nonato. Padre Herculano conviveu parte da infância e adolescência com Dom Inocêncio. “Cresci sob a tutela religiosa e espiritual dele”. 

Padre Herculano foi diagnosticado com a presença de células cancerígenas em Teresina, orou e pediu a cura a Dom Inocêncio. Após pedir interseção, o pároco foi a Brasília passar por novos exames e descobriu que não havia mais sinais de câncer no seu corpo. Herculano não chegou a passar por quimioterapia. Isso aconteceu em 2017.  Antes disso, ele passou por uma prostatectomia e descobriu a presença do possível câncer nos exames de rotina. 

“Para mim em muitos que moram em São Raimundo Nonato, Dom Inocêncio já é santo. Exame feito em Teresina deu grande presença de células cancerígenas. Então, fui para Brasília para fazer outros exames. No caminho até lá, invoquei por Dom Inocêncio. O resultado do novo exame deu negativo. Retornei a Teresina, meu médico pediu que refizesse o exame em três clinicas diferentes. Fiz. Em todas as clinicas em Teresina deu o mesmo resultado que o exame de Brasília. Deu praticamente zero a presença de PSA (Antígeno prostático específico) no meu organismo”, disse. 

Dos “seis milagres”, cinco foram com pessoas em São Raimundo Nonato e uma em Brasília. 

Fonte: cidadeverde.com

Frei Elionaldo lança livro sobre a história de São Pedro Nolasco

Contar a história inspiradora de São Pedro Nolasco de uma forma simples e atual a partir de uma narrativa poética. Esse foi o propósito de frei Elionaldo, com o livro Voto de sangue: a jornada de um jovem em busca de liberdade.

A obra detalha a trajetória do comerciante que, após de tornar órfão, usou o dinheiro recebido como herança para comprar a liberdade de cristãos cativos. Datada do fim do século XII, a atitude é um dos marcos que levaram à fundação da Ordem Mercedária, que tem Pedro Nolasco como patrono.

Ao longo de 58 páginas, frei Elionaldo destaca características da Ordem, traços da personalidade de São Pedro Nolasco, provocando o leitor a pensar sobre como a busca da liberdade que motivou o jovem religioso a mudar de vida se relaciona com cativeiros do tempo atual. A suavidade e a profundidade da poesia ajuda a estimulam reflexões sobre que é liberdade? E Como ser Livre?

O livro é o primeiro escrito por Frei Elionaldo Ecione e Silva, O.de M, que aposta na obra para tornar ainda mais conhecida a história de São Pedro Nolasco e mostrar como ela continua viva 800 anos após a criação da Ordem Mercedária. É também um convite a todos que se empenham para conquistar e manter a verdadeira liberdade: própria e do próximo.

Frei Elionaldo Ecione e Silva, O.de M

“De comerciante de telas e outras especiarias ele passa a negociar vidas, memórias, histórias e novas trajetórias de uma humanidade oprimida e opressora.”

Pontua o autor em um dos trechos do texto de apresentação.

No decorrer do livro, são evidenciadas características de São Pedro Nolasco como a coragem, a perseverança, a caridade e o heroísmo cristão. Tratado, não como personagem do passado mas como um paradigma de liberdade para os nossos tempos, Nolasco é descrito como “um homem aberto à ação de Deus e sensível às necessidades de sua época. Um jovem que busca a própria liberdade e a liberdade de seus irmãos cativos”.

Você pode adquiri o livro do Frei Elionaldo Ecione, O. de M. nas seguintes livrarias:

6 Dicas para encontrar equilíbrio entre o trabalho e a família

Nem sempre é fácil decidir como equilibrar o que envolve trabalho e família. Mas não é difícil quando temos a força de vontade e dicas que nos indicam um possível caminho.

O autor sagrado (cf. Ecle 3,1) já orientava sobre a importância de organizar a vida nesse sentido.

As Sagradas Escrituras ainda dizem: tudo é vaidade (cf. Ecle1). Significa que precisamos priorizar o que realmente é necessário. Mas quando o assunto é família e trabalho, como identificar o que é  realmente importante em cada momento?

Por isso, preparamos esse post com sete dicas que podem te ajudar a organizar seu tempo diante das prioridades e ter mais qualidade de vida.

Trabalho e família – urgências em nossa vida.

Se você tiver uma reunião de trabalho onde sua presença é indispensável e a apresentação de seu filho na escola para qual se preparou tanto. Qual desses dois compromissos você considera importante? Com certeza os dois.

Portanto, é de suma importância que vida familiar e profissional andem juntas. Por isso que hoje, no meio corporativo, se fala tanto em gestão de tempo. Cada vez mais as pessoas sentem necessidade de definir seu dia para não investir atenção demais em uma área e desfalcar outras.

É preciso aprender a gerir o tempo em vista de prioridades. Levando em conta a importância do trabalho e da família, vamos elencar dicas práticas, mas lembre-se de que o ponto de partida é você mesmo; é preciso uma decisão que coloque em foco essas duas prioridades.

Equilíbrio entre trabalho e família

“Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas” (Lc 10,42). Com essas palavras, Jesus nos ensina a parar e ver o que realmente é necessário. 

Às vezes, somos até capazes de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas é comprovado, pela ciência, que não se faz tudo bem feito! Logo, o primeiro passo é parar e refletir sobre como está o andamento da própria vida. 

Nesse caso: como está seu trabalho e sua família? Um exercício prático é dar valores numéricos: de zero a dez – qual a atenção que você dá a cada uma dessas necessidades e como você deseja agir daqui para frente?

Planeje suas atividades!

“Quem de vós, querendo fazer uma construção, antes não se senta para calcular os gastos que são necessários, a fim de ver se tem com que acabá-la?” (Lc 14,28).

Calcular é planejar. É óbvio que trabalho e família são construções de nossa vida que pedem bastante empenho.

Portanto, procure planejar suas atividades, coloque na agenda seus compromissos com antecedência. Faça planejamento de curto, médio e longo prazo. Por exemplo: para as suas férias acontecerem é preciso planejá-las a longo prazo.

Toda semana procure definir os compromissos onde você precisa estar. E deixe sempre um espaço desocupado, seja para você mesmo ou para algum imprevisto que aparecer.

Não leve trabalho para casa!

 “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt.22,21).

Ou seja, cada coisa em seu devido lugar. Há muito o que se fazer no trabalho e em casa também.

Nem sempre será fácil chegar em casa sem trabalho, porém isso não pode ser uma rotina, uma vez que a vida familiar tem suas próprias exigências. E quando isso não acontece, acaba sobrecarregando a esposa, o esposo ou os filhos.

É importante, também, ao chegar ao trabalho, dedicar-se a ele. Apesar da Covid-19 ter mudado o panorama mundial, porque muitos tiveram que transformar sua casa  em escritório, ainda assim, com muito esforço, é fundamental definir tempo e lugar para o trabalho.

A família precisa de tempo e atenção. O trabalho precisa de presença e dedicação, isso exige organização e ela se torna possível quando buscamos o bem-estar pessoal e familiar.

Crie um ritual para a família!

“Durante o dia, Jesus ensinava no templo e, à tarde, saía para passar a noite no monte chamado das Oliveiras” (Lc 21,37).

Um planejamento familiar resulta em programação. Faça com sua família um ritual semanal ou mensal. Essa pode ser elaborada com a participação de todos, assim haverá um compromisso comum! Não é obrigatório ter atividade toda noite, afinal são muitas atividades e cada um precisa também de espaço para conduzir sua própria vida.

No entanto, há necessidades comuns como: alimentação juntos, pelo menos algumas vezes na semana, lazer e visita aos parentes, ir à Missa e outras atividades que existem de acordo com a realidade de cada lar, tendo em vista, sempre, a convivência familiar.

Você pode elaborar com eles até um planejamento orçamentário, isso ajudaria a despertar em cada um a importância do trabalho e da economia familiar. Organizar a semana, considerando cada pessoa e seus compromissos, torna possível alcançar os objetivos.

Evite o acúmulo de tarefas

Existe um termo  em alta no campo do trabalho que se chama proatividade. Mas o proativo não é aquele que faz tudo, a qualquer hora e preenche sempre um espaço vazio. Ele tem princípios e pensa em seu futuro e na família.

Logo, mesmo que todos gostem do seu serviço ou você queira ser a pessoa mais disponível da empresa, não significa que pode resolver tudo a qualquer hora. 

Por isso, é preciso aprender a dizer: não!  Isso vale para o trabalho e para a família também! Haverá sempre um imprevisto no caminho, mas ninguém vive do acaso. É preciso aprender a selecionar, no trabalho e na família, as causas necessárias, urgentes e irrelevantes.

Saia da rotina!

Assim como o acúmulo de tarefas pode atrapalhar nosso dia, dispensá-las pode nos trazer um grande descanso!

Já pensou em tirar um dia sem celular, sem televisão, sem internet? Isso parece até loucura! Mas o resultado é impressionante, porque nos mostra o quanto o dia é longo e como nossa família é importante.

Sair da rotina implica em permitir-se uma aventura sem precisar viajar. Você aproveita para: jogos, descanso, caminhada, piquenique e outras coisas.

O mesmo pode ser aplicado ao trabalho. Um dia sem redes sociais pode favorecer a produtividade e dar visibilidade a quem está perto de você.

Seja fiel às programações planejadas!

Após todas estas dicas, é importante colocar em prática. Por isso não faça programações, nem planejamentos difíceis de serem realizados, porque eles causam desânimo na primeira semana.

Mas todo projeto possui seu tempo de experiência, é desafiador e, às vezes, não traz recompensas rápidas. Por isso, é importante ter sempre em mente o objetivo, o pra quê disso tudo! No início sugerimos a análise de sua vida e prioridades!

A  pergunta é: que valor têm seu trabalho e família? Essa resposta será a força motriz para mudanças, cansaços, persistências e, com certeza, melhora de vida.

Confira também: Ensino católico: quais são os 5 diferenciais do Colégio Mercedário

5 formas de evangelizar durante o mês de Nossa Senhora

O mês de maio é vivido com alegria como um mês de devoção intensa à Virgem Maria. É um caminho para estreitarmos os nossos laços com Nossa Senhora e fortalecer nosso relacionamento com ela. 

Além disso, o mês de Nossa Senhora também é uma oportunidade para a evangelização de outros corações. Pois como dizia o Papa João XXIII: “Maria quer levar seus devotos a Jesus, que é a luz do mundo, a salvação e a paz para todos”. 

Maria, com sua ternura e amor materno, nos leva até Deus e até o Céu. São João Paulo II também costumava dizer que quanto mais nos aproximamos de Maria, mais perto estamos de Jesus. 

Portanto, devemos aproveitar o mês mariano para evangelizar, apresentar o amor da Virgem Maria para mais e mais corações e assim levá-los até o Céu. Embora pareça difícil, peça que Nossa Senhora guie sua vida neste caminho de evangelização. Além disso, daremos algumas dicas de como alcançar pessoas neste mês de maio. 

Reze o terço nas famílias

O terço mariano é uma arma poderosa. São João Maria Vianney disse, certa vez, que, com essa oração, afastou muitas almas do diabo. E ele não é o único, muitos santos da Igreja falam sobre a grandiosidade do Santo Terço. Santa Terezinha do Menino Jesus disse que, com esta oração, tudo podemos alcançar.

Portanto, dedique-se às orações do terço. Organize momentos de oração com as famílias, reúna os vizinhos, amigos e a sua própria família. Certamente, rezar com fé e devoção já será um grande passo de evangelização. 

Dê formações sobre o dogma mariano 

Os dogmas marianos são parte essencial da fé católica. Eles são verdades de fé declaradas por um Concílio ou pelo Papa e é obrigação do católico acreditar e professar. 

Ao todo, são 4 dogmas: o primeiro é a Maternidade Divina, ou seja: Cristo é pessoa divina e Maria é a Sua mãe. Foi declarado no Concílio de Éfeso, em 431. Na época, acreditava que Jesus possuía duas naturezas: a divina e a humana, e Maria fazia parte apenas de uma. Então, a Igreja concedeu-lhe o nome de Theotokos (Teótokos) “Mãe de Deus”. 

segundo é a Virgindade perpétua que afirma que Maria era virgem antes, durante e depois do parto. Essa verdade foi declarada no segundo Concílio de Constantinopla, em 553. O terceiro é Imaculada Conceição, Maria foi totalmente isenta do pecado, inclusive quando concebida por seus pais. O Papa Pio IX proclamou essa verdade em 1854. 

Por fim, o quarto dogma é a Assunção de Maria, que declara que ela subiu ao céu de corpo e alma. Foi proclamado por Pio XII, em 1950.

É um assunto de extrema importância e certamente irá evangelizar muitos. Que tal usar as redes sociais para repassar essas informações?

Estudo Bíblico 

A melhor maneira de alcançar pessoas, converter e evangelizar é pautado em informações e verdades. Portanto, faça um estudo bíblico comunitário com a fundamentação bíblica sobre Nossa Senhora.

Reúna pessoas e repasse essas informações com clareza e coerência, certamente muitas pessoas serão beneficiadas e tocadas por Maria. Faça encontros semanais, se esforce para ser didático e esteja preparado para responder dúvidas.

Reze, em família, a Oração do Ângelus 

A Oração do Ângelus honra a Encarnação do Senhor ao mesmo tempo que recorda a Anunciação do Anjo à Maria e também o seu SIM generoso! 

Tradicionalmente, devemos rezar essa oração às 6h, ao meio dia e às 18h. A oração é feita com três invocações que descrevem o mistério da Encarnação do Filho. 

Aproveite o mês de maio para incluir essa oração na rotina da sua família!

Ensine sobre os títulos de Nossa Senhora 

Nossa Senhora, apesar de ser uma só, possui muitos títulos. Isso acontece porque em cada lugar onde ela manifestava sua presença, adotava a cultura do povo. Portanto, em cada lugar foi chamada por um nome. 

Como a lista é extensa, selecione alguns e apresente aos seus filhos, crianças da comunidade ou amigos um pouco sobre a história de cada um, especialmente aqueles que têm crianças envolvidas, como o de Nossa Senhora de Fátima.

Todas as aparições de Maria são envolvidas de muito amor e graças, elas são formas poderosas de evangelização por meio do amor! 

Maria realizou perfeitamente a sua vocação, foi obediente e uma mulher com muitas virtudes, por isso, é o maior modelo de santidade. Apoiados nela, podemos alcançar e evangelizar muitos corações!. Coloque as dicas em prática!